sexta-feira, junho 29, 2007

Os casinhos do governo

Tinha até há pouco aqui um post sobre mais uma gaffe do governo. A notícia rezava assim:
«O ministro da Saúde, Correia de Campos, aconselhou a entrega «a pobres» de medicamentos fora de prazo, como forma de evitar o desperdício de fármacos.
De acordo com a TSF, Correia de Campos intervinha numa conferência na Ordem dos Economistas quando foi interpelado por um dos participantes, da Associação Nacional de Farmácias, que exibiu um saco com medicamentos fora de prazo, no valor de 1.700 euros.
O ministro da Saúde referiu que «toda a gente sabe» que há desperdício de medicamentos, nomeadamente que, por vezes, os utentes compram unidades a mais do que necessitam. «Certamente essa Associação a que pertence tem pobres inscritos. Talvez pudesse facultar esses produtos farmacêuticos para serem utilizados», recomendou o ministro.»
Mas afinal, ao que parece, o ministro não sabia que os medicamentos estavam fora de prazo quando proferiu o comentário, afinal absolutamente sensato e solidário. E esta notícia não é jornalismo. É outra coisa qualquer, algures entre a manipulação e a mentira grossa.

Mais um caso, dos muitos casinhos que vão causando polémica em torno do governo, ao mesmo tempo que o que realmente importa passa sem discussão. Não admira, um governo de direita, uma oposição e comunicação social igualmente de direita, sobram apenas os fait divers para criticar o governo. Não há escândalo pelo ataque aos direitos dos trabalhadores, não há escândalo por causa do recuo da lei anti-fumo, não há escândalo pelos ataques aos sistema nacional de saúde, pela inexistência de saúde dental pública, pela berardização do país etc etc etc.

E depois ainda há os casinhos que passam por horríveis "ataques à liberdade de expressão" (qual regime jardinista), que afinal não passam de excessos de zelo em relação a maus comportamentos na função pública muito mal contados... Como se a maioria dos trabalhadores portugueses tivesse um pingo de pachorra a gastar com boys de outros governos que se divertem a fazer piadinhas e cartazes no local de trabalho. O pior mesmo desses casos é substituir uns boys por outros, e não simplesmente extinguir-lhes os jobs. Mas tivessem os trabalhadores portugueses metade do tempo que têm estes boys para brincarem e fazerem tropelias, e o governo piaria muito mais fino no que realmente interessa.

Quando se lembrarem de atacar os erros ortográficos é que vai ser


As estórias bizarras sobre actuações da ASAE somam-se. Esta é uma das últimas, outra é a do café que teve que pagar uma multa de não-sei-quantos euros por vender 7up em lata sem a lista de ingredientes escrita em português. A obrigatoriedade da tradução parece-me bem, mas não seria essa uma obrigação do importador/distribuidor?

Uma onda de calor anal percorre a blogosfera*

Tatuagem da moda para o Verão

Li por essa blogosfera fora várias comparações entre a recente discussão sobre os "malefícios" do sexo anal e a discussão sobre o fumo, e fiquei com a dúvida sobre se afinal a discussão é sobre o direito a foder ou não em locais públicos fechados. É que se a discussão é essa há que recentra-la não nos perigos de quem fuma/fode, mas de quem apenas está presente no local, como observador passivo, não participando no acto. Suponho que esta confusão surgiu precisamente do termo "passivo", que levou a um errado paralelismo entre fumadores e fodedores passivos. O que suscita todo um novo debate sobre a justiça e rigor da expressão "fodedor passivo".

Seja como for perspectivam-se boas notícias para os anodependentes, afinal depois do recuo do governo no combate ao fumo nos locais públicos fechados, por pressões dos nicotinodependentes, ficou mais difícil justificar a continuação da proibição do sexo anal nesses mesmos locais. Quem não consegue tomar um café sem dar, ou levar, uma pela meio, terá finalmente uma vida mais regalada. A blogosfera já antes provou ser capaz de mover montanhas, e quem diz montanhas, diz nádegas.

[* Juro que não fui eu que a lancei, eu nunca lanço coisas dessas em público.]

quinta-feira, junho 28, 2007

Mendes mudo, Cavaco calado

«PSD-Madeira restringe direitos da oposição e movimentos dos jornalistas no Parlamento

A maioria social-democrata rejeitou liminarmente as propostas apresentadas por quatro bancadas (PS, PCP, CDS/PP e BE) que, em defesa de normas em vigor na Assembleia da República, propunham a realização de debates mensais com a presença do presidente do governo regional e a audição de membros do governo no plenário e nas comissões parlamentares especializadas.

Víctor Freitas (PS) desafiou o líder nacional do PSD, Marques Mendes, a "vir à Madeira ver em que condições se faz aqui oposição" e "a propor na Assembleia da República um regimento como este", incluindo a não obrigatoriedade da presença de membros do governo em São Bento e o fim dos debates mensais com o primeiro-ministro. (...)

Para o vice-presidente do PSD Coito Pita, "os partidos da oposição já têm direitos a mais". "Não seremos uma maioria envergonhada, porque continuamos a pensar que uma maioria fraca faz fraca a democracia e esta maioria como se vem demonstrando não tem data marcada para morrer", acrescentou Tranquada Gomes, ao alegar que as alterações ao regimento estão relegitimadas nas urnas com uma maior maioria absoluta.»

«Os sociais-democratas defendem, ainda, "uma dependência hierárquica do Governo Regional" do Departamento de Investigação Criminal da Política Judiciária (PJ), no Funchal. A posição ficou escrita sob a forma de nota no parecer sobre o diploma da República relativo à Lei Orgânica da PJ.»

Quem me dera viver num bairro só com bloggers homofóbicos

Já repararam que os bloggers homofóbicos vivem sempre em locais onde a homofobia está extinta e ser gay funciona até como chave de acesso a vários privilégios? Que mesmo sendo eles homofóbicos, apenas por resistência e sem nunca efectivamente discriminarem alguém, têm sempre montes de amigos gays? Mais, amigos que a avaliar pelas suas descrições fodem a torto e a direito, pelo que devem ser todos giros e bons de cama? Que na sua rua passam sempre enormes e quase pornográficas paradas gay ao menos uma vez por ano? Que nos seus locais de residência se há algum tipo de discriminação é contra, pasmem-se, os católicos? Que os heteros da zona são sempre discretíssimos pelo que não há o risco de apanhar aqueles casais melga de tão melosos no autocarro ou nos jardins? Que os políticos locais são sempre pró-gay, incapazes de fazer graçolas brejeiras com o assunto ou menoriza-lo com "outras prioridades"? Sabiam? Se não sabiam visitem alguns blogs de direita, perdão, liberais, por essa blogosfera fora, e ficarão a saber. Eu só não sei exactamente onde é que eles vivem. Só sei que é para lá que quero ir morar.

quarta-feira, junho 27, 2007

Anulada a lei anti-fumo

A confirmarem-se as mais recentes notícias de que afinal serão os donos dos estabelecimentos a decidirem se se pode fumar ou não, estará confirmada a morte da lei anti-fumo que chegou a ser anunciada. É que os donos dos estabelecimentos já podem decidir se deixam fumar ou não, e o resultado está à vista de todos. Quando é que o fumo acabou nos comboios ou aviões? Quando os fumadores decidiram não fumar de livre e espontânea vontade? Com um apoio popular esmagador a uma lei a sério, semelhante à da Irlanda ou Escócia, só se percebe este recuo pela influência nefasta do poderoso lobby fumador, que só no ano passado matou 12 mil portugueses.

PS: Esta última frase do post está um bocadinho insurgente... é mesmo melhor não ler certos blogs.

Fobias anais

O lobby gay a tentar exterminar a espécie humana

Leio certas coisas, pasmo e imagino como não serão complicados os problemas gastro-intestinais de certas pessoas. A própria ideia, lei sagrada aliás, de que o bom cu, o cu honesto, é aquele que se limita a expelir merda e peidos durante toda uma vida parece-me em si mesma pobre e pouco divinal. Será que era isso mesmo que Deus queria? Que o cu, onde Deus se deu ao trabalho de colocar uma quantidade extraordinária de nervos sensores, servisse apenas para tão pouco nobre tarefa?

Mas o que mais me intriga nem são as intenções divinas relativas ao cu dos homens (e mulheres, supõem-se). Deus dita a lei e a partir daí não é necessário qualquer outro argumento, é assim que funcionam as coisas no mundo religioso. Portanto, nada de beijinhos, dedinhos e muito menos penetrações penianas, claro. Tudo o que dê prazer ao nervos do rabinho está vedado.

É este ponto o que mais me intriga. Quão longe levarão algumas pessoas esta regra? É que quando leio que o sexo anal só pode ser uma "prática insanitária", sou obrigado a questionar-me sobre quantos rabinhos andarão por aí sem nunca verem água...

É que, e esquecendo por momentos as leis divinas, a minha regra é um pouco diferente, cu limpo é o cu lavado, e cu sujo é o cu borrado. Darlings, evitem as generalizações abusivas, se têm o rabo sujo é fácil, lavem-no, não é preciso muita massagem nem nada que dê um "prazer excessivo", mas se a agradabilidade que advém de andar com o rabo limpo também é pecado, acho que a prática religiosa é bem capaz de ser um problema sanitário muito mais grave que o lobby gay...

Mas urgente mesmo é começarem a tomar Imodium rapid, que a blogosfera não tem que levar com os vossos problemas internos. Partilhem antes isso com as resmas de amicíssimos amigos gays que vocês têm sempre...

PS: Bem sei que o post que este comenta não fala explicitamente em leis divinas, tenta passa-las como Ciência. Mas minha cara amiga, sistema excretor tem tudo a ver com sistema reprodutor, ou numa linguagem que entenda, a pila que faz xixi é a mesma que faz bebés, percebeu? Quando não se conhecem os termos científicos o melhor mesmo é usar os da linguagem corrente, dizer "merda", "peido", "xixi" ou "cocó". Mas e daí, se já só é isso que se diz e é, mais vale de facto usar outro palavreado...

Os 7 horrores de Portugal

Finalmente uma votação interessante. Já não havia pachorra para tanta maravilha, até juntas de freguesia as andam a eleger! Os candidatos a horror são muitos e quase todos meritórios, indecisão, indecisão... Mas o fiel ateu que há em mim tende inevitavelmente para os santuários. Fátima e o Cristo-Rei não se livram do meu voto. O Sameiro também não. Terei que meditar sobre o resto. Estou no entanto absolutamente contra a nomeação da Capela dos Ossos de Évora. Em seu lugar devia estar esta alegre casinha de Chaves. Bom, 'bora lá votar. Só é uma pena que os vencedores não tenham direito a demolição...

Tratado de Lisboa 3: Schengen e Sintra

Um dos acordos mais conhecidos na Europa é o de Schengen. "Espaço Schengen", "passageiro Schengen", "voo Schengen", são expressões que hoje todos usamos, por vezes até presente na sinalética dos aeroportos. Schengen é uma aldeia no Luxemburgo. Até ao ano passado pertencia à comuna de Remerschen, nome da maior aldeia, mas a fama de Schengen era tal, que apesar da ausência de atractivos turísticos, suscitava a curiosidade de muita gente. A tal ponto que toda a comuna achou por bem beneficiar da fama alterando o seu nome para Schengen. A lei que alterou o nome pode ser lida aqui (.pdf). Este exemplo mostra bem o impacto que uma súbita visibilidade do nome de um lugar pode causar, mesmo que seja um lugar tão pouco interessante quanto Schengen.

Não se imagina que o próximo tratado da UE, caso se confirme, venha a ter o impacto mediático do Acordo de Schengen. Mas terá certamente um mediatismo semelhante ao de Maastricht ou Nice, aliás, até maior, dado que a UE entretanto cresceu e o tratado será assinado por mais países. As pessoas que conhecerão o tratado já conhecem certamente o nome Lisboa. Nada acrescentará ao seu conhecimento ou curiosidade o tratado levar esse nome. Nem se justificam reportagens catitas sobre o local onde o mesmo foi assinado, é por demais conhecido. A imensa publicidade que o tratado trará à cidade onde for assinado é irrelevante se essa cidade for Lisboa. Mas vale milhões se for outra cidade qualquer. Sobretudo se for uma cidade com potencial turístico. O governo nem precisa dar folga à sua visão centralista do país para evitar que essa oportunidade, ou esses milhões, sejam atirados ao rio. Basta assinarem o tratado em Sintra para o aproveitamento ser muitíssimo maior. E o centralismo permaneceria intacto!

Serralves, País de Gales

terça-feira, junho 26, 2007

Compensações ineficazes


[via]

Desnorte

O Prós & Contras de ontem foi um bom exemplo do caos que graça pelo Norte. Desde logo não se percebia sobre que era o debate, a baixa moribunda do Porto? a área metropolitana? o eixo Braga-Aveiro? todo o Norte? ou o Noroeste Peninsular? Naturalmente Fátima Campos Ferreira em nada ajudou ao esclarecimento do que quer que fosse. Com os clichés e graçolas habituais lá foi sacando bitaites sobre temas aleatórios aos seus convidados, capitalistas e o autarca dos Aliados. E isto, por si só, diz muito. Na hora de entrevistar os líderes regionais sobram empresários e faltam políticos. O autarca dos Aliados nem sequer gere o município mais populoso da região, pelo que escolhê-lo a ele especificamente como "líder nortenho" não faz qualquer sentido. O Norte está ingovernável, e está-o por não ter governo. É assim simples. Atente-se à intervenção de Emílio Touriño (a quem a Fátinha não resistiu tratar por "Don"... enfim), presidente da Junta da Galiza, sem dúvida a intervenção da noite.

segunda-feira, junho 25, 2007

O Tratado de Lisboa 3

O governo e a comunicação social preparam-se para nos vender o futuro Tratado de Lisboa, que por via do nome muito nos honra e orgulha. Ainda não se sabe quase nada do dito cujo e já se dão pulinhos de alegria só porque vai ser assinado em Portugal. Mas já que é este o motivação da satisfação, discutamos então o "importante" ponto.

Tratados de Lisboa já há dois, o de 1668 e o de 1864. Mais um irá criar confusões não só com esses, mas ainda com a Estratégia de Lisboa. Os jornalistinhas da praça bem podem dar pulinhos de alegria com a honra, mas Lisboa não ganhará qualquer fama extra à custa do tratado. Nem o Porto ganharia. Mas já houve cidades a ganharem um lugar no mapa à custa de um tratado, de Tordesilhas a Maastricht ou Schengen. Ou seja, esta é uma oportunidade de ouro para pôr Guimarães, Viseu ou Évora no mapa da Europa, para dar apenas três exemplos dos muitos possíveis. É claro que isso por si só nada traz à cidade, mas possibilita e facilita mil e uma coisas. Imaginem só quanto não custaria a qualquer cidade média portuguesa pagar publicidade que lhe desse um centésimo da visibilidade na Europa, que a assinatura do tratado lhe traria de graça? Assina-lo em Lisboa é atirar dinheiro ao Tejo.

Mas seja como for, discuta-se é o conteúdo do dito cujo, em vez de dar pulinhos provincianos de alegria inconsequente só por ser assinado no sítio do costume.

Páginas da Vida

A telenovela brasileira que a SIC transmite, "Páginas da Vida", termina sempre com depoimentos de pessoas que partilham algo das suas próprias vidas. A SIC tanto transmite depoimentos brasileiros, já transmitidos pela Globo, como alguns portugueses. Eis três desses depoimentos, que ao que parece já foram para o ar, mas podem ser vistos no YouTube ou Sapo. Fizeram-me lembrar de uma iniciativa americana já por cá falada, a 10couples.org, embora neste caso sejam depoimentos a solo. Este tipo de documento parece-me especialmente valioso por dar um retrato real, de carne e osso, a uma série de questões e discussões geralmente debatidas como se de algo meramente abstracto se tratasse. Ei-los:


Clara Carvalho (do Clube Safo)


Manuel Cabral Morais (da ILGA Portugal)


Miguel Vale de Almeida

Marcha nos média


Gostei da reportagem da SIC (link). De resto não encontro na net muito mais informação, a não ser uma notícia da Lusa publicado em vários sites, no Portugal Diário transformou-se mesmo numa invasão.

O Esquerda.net publicou vários apontamentos, como esta cronologia sobre o movimento LGBT português. Sá Fernandes também anunciava com grande destaque no seu site de campanha a presença na marcha e arraial. Nos sites dos restantes candidatos não encontrei nada. Assim que for aparecendo mais material, nomeadamente as reportagens dos outros canais de TV e notícias sobre o arraial, aqui será acrescentado.

Actualização: Vale a pena ler a crítica do Max à reportagem da RTP, definitivamente "stand up comedy" não rima com "rigor jornalístico". Também na RTP houve uma entrevista, que também deixou muito a desejar pela parte entrevistadora, a Paulo Côrte-Real, da ILGA, vale bem a pena ver pelas respostas. Pode ser tudo visto no site da RTP, escolher Jornal 2 de dia 23 e saltar para o minuto 23. No Telejornal do mesmo dia, no minuto 20 da primeira parte, ainda uma nota sobre a participação de Sá Fernandes. Obrigado Leonor. Agora também no Sapo:


No Diário de Notícias uma descrição muito catita, como disse o Heliocóptero, vale a pena ler. No Portugal Diário uma galeria de fotos. Também no site da ILGA, ainda com um resumo sobre o Arraial. Finalmente um vídeo do portal Esquerda.net:

Crime? Crime é fazer downloads!

©ultura e ©ivilização

Na televisão pública calho ver uma reportagem, e digo calho porque ninguém tem resistência para ver um Telejornal de ponta a ponta, sobre uma operação policial contra a pirataria da TV Cabo. Pessoas que recebiam o sinal da TV paga em casa sem pagarem tostão. A jornalista da TV pública assegurava que isso era o mesmo que furto. E eu que ingenuamente pensava que furto implicava a subtracção de qualquer coisa a alguém. Ou será que o sinal de cabo que as pessoas usavam deixou por isso de chegar a outras, dispostas a pagar por ele?

Um anúncio algures na net diz-me que "Combater a pirataria é um sinal de cultura e civilização. ©". Sigo curioso o link e deparo-me com um cartaz que mostra um novo desempregado, por ter feito downloads ilegais no local de trabalho, um CRIME realça o mesmo cartaz, que ainda urge todas as empresas a agirem de igual modo com os seus funcionários infractores. "Cultura e civilização", claro, não há nada de terrorista ou sequer intimidatório nisto.

O que vale é que a polícia está a atenta e põe os seus agentes ao serviço de tão urgente combate. Até GNRs acompanham os srs. do copy right nas suas cobranças junto dos estabelecimentos que passam música da Madonna ou Mozart sem darem tostão aos artistas. Uns autênticos anjos da guarda estes srs., que garantem assim que o justo prémio chega aos detentores dos direitos, que ninguém ouse duvidar.

E afinal pagamos impostos para alguma coisa é, para termos os nossos direitos assegurados. Nomeadamente para termos informação rigorosa e de acesso livre. Bem, quer dizer, mais ou menos livre. Pagam-se os impostos e depois paga-se mais a mensalidade do cabo se queremos ver o canal de informação (mais ou menos rigorosa) da TV pública... Mas enfim, que importa isso? Cultura e civilização é para quem pode pagar, não é para quem quer ;)

Inês de Castro©

Leio e pasmo: «O advogado José Miguel Júdice, detentor da marca Inês de Castro, revelou que está disponível a cedê-la para produtos de qualidade e que possam potenciar aquela história verídica da nação portuguesa.»

Como? Importam-se de me explicar? É herança, é? «"Não tenho nada contra a utilização da marca Pedro e Inês em produtos nacionais. Até pode ser em atum, mas tem de ser uma conserva muito boa e não um atum ranhoso", disse o advogado, confrontado com a falta de aproveitamento comercial da nossa História.

O registo das marcas foi a forma de "evitar a degradação" da sua utilização, mas até ao momento somente um vinho do Dão e licores abaciais em Alcobaça estão a utilizar os nomes comerciais dos dois amantes.»

Quem disse que a História de um país é do seu povo? E a Galiza que não perca tempo a lembrar que Inês era galega, agora é marca registada, pertença de Júdice. Venha então o atum que assegurará a dignificação do nome da Castro. E já que estão a tentar vender a história a Hollywood acho que vou mas é tratar de registar Afonso Madeira, o escudeiro que consolou o viúvo Pedro. Enfim, a pitada gay necessária para garantir um sucesso de bilheteiras. Vou ficar rico!

sábado, junho 23, 2007

O sabotador

O que eu gostava que certas pessoas (afinal só uma, mas que passa por ser toda uma "associação") dedicassem 1\10 do tempo que usam a atacar o movimento LGBT a, sei lá, fazer algo de útil e construtivo em torno desse mesmo movimento, já que afinal garantem dele fazer parte. Um só décimo já seria muito, tal o empenho em constantemente atacar e difamar tudo o que de bom é feito. A imprensa, claro, ama e dá-lhe todo o tempo de antena que nega a quem efectivamente faz um trabalho sério, continuado e representa associações reais, i.e., daquelas que contam centenas de sócios, e não apenas o bobo da corte e seus compinchas. Veja-se um conhecido suplemento editado hoje. Entre meias verdades e mentiras grossas, eis o ataque homofóbico em pele de cordeirinho gay, o mais eficaz, em todo o seu esplendor. Não há vergonha e sobra mesquinhez. Triste, mas é mesmo assim, que fazer? Apetece-me citar Cavaco Silva, mas vou-me poupar essa descida.

Algo está podre em Bruxelas

Os sorrisinhos e beijinhos destes dois só podem gerar as maiores desconfianças. Diz-se que afinal se conseguiu cozinhar um tratado "essencial" para o futuro da UE. Diz-se mas ainda não se sabe do que se fala. Muito vago e misterioso para algo tão essencial. Há quem garanta que é quase o mesmo que a defunta constituição, mas também dizem que é "muito mais simples", pelo que não necessita de referendos para a sua aprovação.

Pelo meio terão sido feitas cedências aos fascistas polacos, cujo comportamento, mais do que ridículo, foi obsceno, hipócrita, chantagista e profundamente anti-europeu. Por muito menos foi imposto à Áustria um cordão sanitário, e agora deixa-se que o futuro da Europa seja discutido dentro dos limites impostos pelos gémeos Kaczynski. Tenebroso.

Quanto ao ridículo mais uma nota, segundo o New York Times as contas sanguinárias da dupla de Varsóvia tiveram ainda direito a uma comitiva de 10 matemáticos, para "provarem" o cálculo. Como se lê no Guardian, faz lembrar a estória do filho que mata os pais e pede a absolvição ao juiz, pois afinal agora é apenas um pobre orfão.

Tod@s à realeza

Que é como quem diz Príncipe Real às 16h30 e Terreiro do Paço a partir das 18h, na capital do Império. Solta a rainha que há em ti, sejas lésbica, gay, bi, trans, hetero ou mesmo daquelas pessoas que acreditam que as faz parecer mais inteligentes e interessantes dizerem que "não gostam de rótulos" (dica: não resulta). Enfim, a festa é mesmo para tod@s, divirtam-se!

sexta-feira, junho 22, 2007

Um país de zombis

«The proposed new voting system would link voting strength to population, so Poland sees the question of its war dead as highly relevant.

"We are only demanding one thing, that we get back what was taken from us," Prime Minister Jaroslaw Kaczynski told national radio this week.

"If Poland had not had to live through the years of 1939-45, Poland would today be looking at the demographics of a country of 66 million."

The country's population is currently 38m, compared to Germany's 82m. Since Poland has 27 votes to Germany's 29 under the existing system, Germany would be the biggest beneficiary of the proposed change.»
Já suspeitava há muito, eis a confirmação. Só estranho não contarem ainda os abortinhos do período comunista, até suecas lá iam! Outros tempos, mas com esses devia dar pelo menos uns 100 milhões de polacos, todos merecedores de direito ao voto, claro. Agora a sério, não dá para aproveitar este incidente e corre-los porta fora? Tipo, olhem caros voltem mais tarde, quando a maioria da população for do tipo que respira, ok? Do widzenia!

Nota: O cartaz original
é este, a minha manipulação tosca é made in Paint mesmo. O "zumbis" é porque entre anglicismos ("zombies") e brasileirismos, prefiro naturalmente os segundos, embora "zombis" também possa ser um aportuguesamento válido. Mas zumbis soa-me mais catita. PS: Ou talvez não, ver comentários.

quinta-feira, junho 21, 2007

Bicharada contra-natura

Logo à noite, pelas 23h30, a RTP2 transmite o primeiro documentário da série "Animais como Nós", «Uma fascinante série documental que questiona a separação que as nossas culturas e religiões tentaram estabelecer entre os seres humanos e os animais.». O resumo do programa a transmitir hoje, "Animal Homosexuality": «De acordo com recentes pesquisa científicas mais de quatrocentas e cinquenta espécies diferentes de animais entregam-se a actividades homossexuais, expressando-as de várias maneiras como a cortesia, a afeição, ou o acasalamento. Com a ajuda de pesquisas científicas recentes e de filmagens inéditas em diferentes locais do mundo, este programa examina e revê os fundamentais paradigmas da natureza.». Promete!

Adenda: Típica RTP, afinal o episódio exibido foi sobre a linguagem. De acordo com o site da distribuidora, esse é o 3.º, sendo o relativo aos comportamentos homossexuais nos animais o 1.º, tal como a RTP indicava no seu site. Mas a RTP conta apenas 6 episódios, quando a distribuidora diz ser uma série de 10. Ainda segundo o site da RTP2, na próxima semana será a vez de ser emitido o segundo episódio, "Animal Medicine". Pelo que só o diabo poderá prever o que será de facto emitido. Seja como for, o de hoje pareceu-me muito bom, pelo que vale a pena acompanhar a série por inteiro (ou 6 de 10, pelo menos), e com um bocado de sorte lá passarão o dos bichinhos bichas. Isto se o não ter passado hoje foi mesmo "azar", e não censura. É melhor escrever à RTP a perguntar...

quarta-feira, junho 20, 2007

Demito-me






Demasiada concorrência. Notar que os anúncios da Mcel são bocas à adesão da Vodacom (ou "Johnny"), empresa de capital sul-africano, ao programa "Made in Moçambique" e ao anúncio do cliente 1 milhão. Apesar do nacionalismo exacerbado, os da Mcel são mesmo giros, mais um:

terça-feira, junho 19, 2007

Associem-se por favor

O PND exige, o renas humildemente esclarece

«Lisboa: PND exige esclarecimentos do PS sobre casamentos gay»
Porque na política, como na vida, temos que saber quando, como e sobretudo a quem podemos exigir o que quer que seja. E se o PND nada pode exigir ao renas, muito o menos o poderia ao PS, considerem isto uma liçãozinha por caridade.
«A lista candidata do Partido da Nova Democracia (PND) à Câmara Municipal de Lisboa considerou hoje «lamentável» que a questão dos casamentos entre homossexuais seja «emblema» da campanha eleitoral e exigiu esclarecimentos do candidato do PS.»
Curioso lamento este. É que eu só oiço falar em PND precisamente quando o casamento homossexual vem à baila numa campanha eleitoral. Relembro as legislativas. Será por ser esse o único assunto deste partido? Ou será que simplesmente os casamentos gay dão sorte ao PND?
«Em comunicado, a lista candidata da Nova Democracia exigiu esclarecimentos públicos de António Costa e considerou estranho que os candidatos do PSD e do CDS «mantenham um silêncio» sobre esta matéria.»
E continua a falta de visão e estratégia. Qual é o interesse do PND em que o CDS ou o PSD se tornem igualmente obcecados cruzados contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo? Lá se ia a agenda, que restaria ao PND?
««Quem é homossexual e não anda de braço dado com o folclore de certas organizações não aceitará por certo ser constantemente usado por políticos que recorrem a todo o tipo de meios para obter votos», salientou.»
Ora quem salientou foi a lista do PND, segundo a notícia da Lusa. Só não se percebe se a lista fala em nome próprio ou não. Seja relativamente aos políticos que apenas usam os homossexuais como arma de arremesso, seja em relação aos "gays anti-folclore", que é gente, como se sabe, muito dada ao cinzentismo dos partidos de direita.
««Dr. António Costa se quer respeito para as suas ideias não pode ofender as convicções de quem pensa de forma diferente», disse ainda a lista candidata da Nova Democracia.»
Curiosa esta "lista falante", além de falar, quer que os outros se calem. Belo conceito de democracia.

Dica grátis, lembrei afinal que a última vez que ouvi falar neste micropartido não foi a propósito do casório sodomita, mas do seu candidato nas eleições madeirenses, que foi para um comício de Alberto João Jardim insulta-lo, conseguindo assim algo que nunca nenhum outro político tinha conseguido: dar um ar civilizado a Jardim. Ora se bem me lembro também, a estratégia da baixaria resultou, o PND elegeu um deputado ou coisa que o valha. Eis portanto a vossa receita para o sucesso, ide insultar o Carmona e deixai a gayzada em paz, que nós, @s folclóric@s, não temos pingo de pachorra a perder com micro-listas, por mais straight acting que sejam...

segunda-feira, junho 18, 2007

Leituras de Verão: o pretexto que faltava

E porque o Verão está mesmo a chegar


Garantem que na data certa. O renas entra já hoje no espírito da época, rumo às Selvagens e ao Arraial.

As nossas Falkland

«Um avião militar da Força Aérea espanhola em voo rasante criou uma ‘guerra’ na reserva natural das ilhas Selvagens, na Madeira, numa altura em que milhares de aves marinhas ali fazem nidificação.»
Ou o nosso Perejil, é difícil escolher a melhor comparação. Seja como for, enquanto João Jardim não tiver córágem para avançar para a independência da Madeira, as Desertas e as Selvagens são nossas de ponta a ponta, badegos incluídos. E se os espanhóis andam por lá a espantar a nossa passarada, urge avançarmos em peso e espantar os espanhóis. Vá Cavaco, estamos à espera, segue à frente.

PS: E afinal não seria nada que Soares e Sampaio já não tivessem feito, estes ataques espanhóis aos nossos passarinhos é coisa velha, vejam na Wikipédia. Mafarricos! Gatunos!

domingo, junho 17, 2007

NM: "Querem destruir a família"

Para quem ainda não reparou, saiba a Notícias Magazine (suplemento dominical do DN e do JN) está com nova direcção e novos cronistas. Uma óptima notícia, que já está a dar excelentes frutos. A crónica de hoje da Fernanda Câncio, sobre os constantes ataques dos tradicionalistas às famílias homoparentais, é disso exemplo. Não deixem de ler.

Actualização: E quem não tem acesso à revista pode lê-lo mesmo aqui.

sábado, junho 16, 2007

Barrigas ideologicamente fracturantes

Está anunciado para o próximo domingo na RTP1 não apenas a repetição dos momentos cavaquistas cortados pela publicidade, por exigência directa da cavacal presidência, mas também uma catita concentração apelidada de "Barrigas de Amor": «O Parque dos Poetas, em Oeiras, vai acolher no dia 17 de Junho, uma campanha inédita de incentivo à natalidade onde o ponto alto será a maior concertação de grávidas do mundo, para entrar no Livro Guinness dos Recordes.»

Isto é o que se lê no site da RTP, o site oficial é ainda mais sinistro. "Mundo ocidental (...) redução da natalidade", "corajosas que assumem a maternidade", "não se pretende entrar no diferendo sobre a interrupção voluntária da gravidez", mas é afinal só isso que pretendem. Rapidamente se percebe que a iniciativa (apoios: Renascença, Ajuda de Berço, etc.) parte dos grupos do Não no referendo. Perdida essa batalha, continua-se a guerra. A invenção e fomento da ideia de baixa natalidade enquanto problema nacional é o próximo passo, Cavaco também já deu para o peditório - não em bebés, mas em disparates.

Os problemas reais do país continuam a ser os relacionados com a educação, saúde, baixos salários... Resolvidos estes, a natalidade sobe naturalmente, para valores que garantem a substituição das gerações e até ligeiros crescimentos demográficos, como acontece há vários anos na Escandinávia. Natalidades muito altas são próprias de países subdesenvolvidos, autênticas fábricas de mão de obra barata e sem qualificação, pronta para ser explorada. Como era Portugal há algumas décadas atrás, realidade que de resto ainda tem reflexos nos dias de hoje.

Voltando às "Barrigas de Amor", o mais abjecto é a falta de honestidade de quem organiza a coisa. O tentar passar algo que não é mais do que pura e dura propaganda política, e da ultra conservadora, como algo giro e inocente, para o Guinness até. Manipulando e usando como bandeiras políticas mulheres naturalmente orgulhosas e satisfeitas com a sua gravidez. Abjecto. E a RTP transmite.

Agora a sério, quando é que o PS aproveita a fama que já tem de controlo da estação pública e, sei lá, tenta controlar efectivamente alguma coisa, ao menos moderar o salazarismo que tresanda da sua programação constantemente?

PS: Valha o segundo canal, o documentário sobre o direito a morrer com dignidade, transmitido ontem, foi excelente. Mas nada que a RTP1 fosse capaz de transmitir em horário nobre, a ideologia é outra, e a liberdade individual não é um valor que lhe interesse promover.

Não vale a pena chamar o santo, pode ser laico sff

sexta-feira, junho 15, 2007

Espanha: paridade chega às moedas

O congresso espanhol aprovou uma proposta do PSOE que visa a paridade entre homens e mulheres nas imagens das moedas de Euro cunhadas no país vizinho [via]. Actualmente só o rei espanhol (moedas de 1 e 2 €) e Miguel de Cervantes (10, 20 e 50 centavos) têm a honra. A primeira mulher a juntar-se ao grupo deverá ser Clara Campoamor, política feminista e republicana, defensora do voto feminino e do direito ao divórcio em Espanha.

Google participará no Europride em Madrid

E ainda no Gay Pride de Nova Iorque e São Francisco, garantem alguns sites. Uma boa notícia, para compensar uma série de pequenos incidentes e puritanismos googlianos face a conteúdos gay (nomeadamente no YouTube) sem correspondência com conteúdos semelhantes em modo hetero.

quinta-feira, junho 14, 2007

Sinais do amor de deus?

O salazarismo nunca boicotaram

«O Vaticano exortou esta quarta-feira os católicos a retirarem o seu apoio financeiro à Amnistia Internacional (AI) devido ao recente compromisso da organização de defesa dos direitos humanos em prol da despenalização do aborto.

Um comunicado do Conselho Pontifical Justiça e Paz, órgão do Vaticano, anunciou mesmo «a suspensão das contribuições financeiras» da igreja católica à Amnistia. (...)

A Amnistia decidiu, em Abril, ocupar-se das questões relativas ao aborto, «na medida em que estão directamente relacionadas com a sua acção pelo direito à saúde e contra a violência exercida sobre as mulheres», segundo Riccardo Noury.

A ONG preocupa-se particularmente com o destino das mulheres vítimas de violações, incesto ou cuja vida é posta em perigo por uma gravidez. Contudo, não fará campanha global a favor da legalização do aborto, precisou.»

Quem quiser tornar-se sócio da secção portuguesa da Amnistia Internacional deve seguir este link. Recordo que a Amnistia foi fundada em 1961 pelo advogado britânico Peter Benenson, a partir de uma campanha contra a prisão pelo regime salazarista de 6 estudantes portugueses, que cometeram o "crime" de brindarem pela liberdade.

Actualização: A Amnistia Internacional já desmentiu a informação do Vaticano, que referia uma "suspensão das contribuições" da igreja católica à AI. Nunca a AI recebeu qualquer contribuição financeira do Vaticano ou de qualquer outra religião ou seita.

quarta-feira, junho 13, 2007

Se fosse na Venezuela não se falaria noutra coisa 2

«Ao proceder deste modo, e ao invés do que tem acontecido em anos anteriores, o canal público de televisão privou os Portugueses e as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo de acompanharem na íntegra as cerimónias comemorativas do dia 10 de Junho, facto que a Presidência da República considera inaceitável.»
Muita gente deve ter chorado por tão grave privação... mas estou capaz de apostar que foram mais as mortes por tédio evitadas. Mas eis que:
«Em comunicado hoje divulgado, o conselho de administração da RTP afirma ter hoje apresentado «as devidas desculpas» à Casa Civil do Presidente Cavaco Silva, que, adianta, foi «esclarecida sobre o ocorrido» com a transmissão das comemorações oficiais do dia de Portugal, Camões e Comunidades.

A parte não emitida das comemorações, que este ano decorreram em Setúbal, será transmitida no domingo, 17 de Junho, à mesma hora.»

A isto se chama obediência canina. E à RTP deve-se passar a chamar TV Cavaco.

Dúvida existencial: o Toy não era apoiante da CDU?


Via Costa do Castelo. Dica para o sr. Carmona, o Toy não é nenhum Darth Vader a dançar salsa, sei que às vezes parece, mas não é e não engana.

Lisboa e @s LGBT: as ideias e propostas d@s candidat@s à CML

A ILGA Portugal promove um oportuno debate autárquico na próxima sexta-feira às 18h no CCGLL. Eis a lista das presenças confirmadas, a ordem está de acordo com a posição na respectiva lista candidata, o que permite tirar várias conclusões sobre a relevância do assunto para cada candidatura.

- Helena Roseta (n.º 1 da lista Cidadãos por Lisboa)

- Teresa Caeiro (n.º 2 da lista do CDS)

- Ana Sara Brito (n.º 3 da lista do PS)

- Gabriela Seara (n.º 3 do Lisboa com Carmona)

- Carlos Moura (n.º 6 da lista da CDU)

- Sérgio Vitorino (nº 24 da lista do BE)

- Nilza Sena (1.ª suplente da lista do PSD)

Claro que convém ter em conta que Teresa Caeiro é muito provavelmente a figura mais gay-friendly de todo o, por regra nada friendly, CDS-PP. E terá sido isso, e não o seu segundo lugar na lista, o motivo da sua escolha. De qualquer forma o CDS terá que suar para eleger o número 1, sendo certa a não eleição de Caeiro.

Já o Bloco opta por remeter para o 24º da sua lista a representação no debate. A desculpa de que assim se faz representar por um activista gay poderá convencer algumas pessoas. Mas a mim parece um claro menosprezo do assunto, atirado desta forma para o "gay de serviço" (independentemente do seu mérito, não é isso que está em causa), que não tem qualquer hipótese de eleição, sendo por isso indiferente a sua gay-friendliness, pois dos possíveis eleitos do BE continuaremos sem saber a opinião (que está longe de ser unânime no partido).

Seja como for a coisa promete (sobretudo por Helena Roseta e Ana Sara Brito), e era óptimo que @s lisboetas LGBT comparecessem em peso ao debate, para que os candidatos se sintam efectivamente confrontados com as questões dessa parte da população.

PS: A maioria feminina do debate também é reveladora, sobretudo pelo contraste com a norma do debate político nacional.

Sodertalje

Vale mesmo a pena ler esta reportagem do The New York Times sobre a cidade sueca que recebe mais refugiados iraquianos em todo o mundo industrializado, incluindo claro, as cidades dos países que formaram a coligação invasora do Iraque (Portugal, Espanha, Estados Unidos, etc...), e da qual não fez parte a Suécia.

Mais uma sentença da terra da liberdade

«But what Elisa Kelly does know is that she will be here for two-and-a-quarter years.

It is a relatively short sentence compared to the murderers and rapists with whom she paces around the narrow, pit-like courtyard once a day for 10 minutes.

You might argue that Elisa Kelly, who shares her cell with nine other inmates, is lucky, because her original sentence of eight years was slashed to 27 months after a lengthy and costly appeals process which finally hit a dead end when the US Supreme Court refused to hear her case. (...)

Elisa's crime was to hold a birthday party for her 16-year-old son Ryan and serve his friends beer.

As a precaution, she and her ex-husband, who is serving 30 days for bringing the alcohol onto the property, made sure that none of the kids would be able to drive home.

As they arrived at their 6000ft suburban mansion on the outskirts of Earlysville, she confiscated their car keys, put them in a bucket, barricaded the drive with her Hummer and told them to have a good time.

They were all expecting to have a sleep over and, since Elisa knew most of the kids because she had taught them at school, she did not think it was necessary to warn their parents that beer would be consumed.

At about 10pm the din of music and boys' voices was drowned out by police sirens.

Some 30 officers with guard dogs swooped on the red-brick house in Bleak House Road.

Someone shouted "cops!" and many of the boys dispersed into the surrounding forest.

Everyone was caught. The young guests were breathalysed and about half tested positive.

Elisa and her husband were immediately handcuffed and led away to jail. They both pleaded guilty.

In Virginia, like in much of the US, you can drive when you are 15, die in the army at 17 and buy a gun at 18.

But you cannot let beer or wine pass your lips legally until you are 21.»

Deixa lá, és #14 no AfterEllen.com


Chicks dig you.

terça-feira, junho 12, 2007

Não confundir com a Géorgia do Cáucaso

"Even a straight man has the right to have good hair"


Por falar em "ex-gays", não percam este autêntico hino do "orgulho ex-gay" no GodTube (sim, GodTube, com uma cruzinha em vez do T). Obrigado Musicólogo.

As loucas conferências de imprensa do G8


Putin a demonstrar uma muito melhor resistência à bebida que o seu comparsa francês, capaz de responder em alemão, com a frieza e cinismo que lhe são característicos, a um protestante contra o regime putinesco. [via]


Alguns apoiantes de Sarkozy estão a fazer circular este vídeo da televisão francesa (o vídeo anterior é da televisão belga e ao que consta as imagens não passaram ainda em França) como prova de que afinal Sarko não estava bêbado, mas apenas "indisposto" (quiçá envenenado por Putin...). A teoria é gira, mas continuo a achar mais piada às expressões de Sarko, mesmo neste vídeo, e será só a minha mente devassa ou ao minuto e meio (em decrescendo) ele de facto coça-os com uma despreocupação inusitada (e dificilmente com origem numa dor de estômago)?

"La journaliste" é a forma mais elegante e respeitosa que encontrou para referir Anna Politkovskaïa. E também é bom saber que os direitos dos homossexuais já são debatidos a par dos direitos humanos, qualquer dia até nos consideram pessoas... Tudo a seu tempo, primeiro há que curar a ressaca.

PS: Mais um vídeo, da mesma conferência. Desta vez da France3.

segunda-feira, junho 11, 2007

3 milhões na av. Paulista

Maior parada gay de sempre em todo o mundo. Sampa rula.

PS: A reportagem da SIC Notícias. Não particularmente completa ou feliz. E de uma vez por todas darlings, não são "os homossexuais que ganham acima da média", são, isso sim, os homossexuais que ganham mais que a maioria dos homossexuais, os que mais facilmente podem dizer que são homossexuais... estão a ver a diferença?

Diz-me com quem andas, advinharei o que bebeste


Sarko, depois de um encontro com Putin, oh la la. [via]

Fuengirola con Darth Vader


Eu achava que já tinha visto tudo com os tempos de antena brasileiros. Mas as recentes eleições municipais espanholas reservavam-nos esta surpresa [via]. Claro que com o apoio de Darth Vader a vitória de Esperanza Oña só podia ser à larga, com quase 58% dos votos. Não havia menino guerreiro que lhe pudesse fazer frente... ou não andasse ainda um kamikaze no exército de Oña.

sábado, junho 09, 2007

A lenga-lenga anti-regionalista

«Acredito na descentralização, mas não acredito na regionalização. O nosso país, no seu todo, tem a dimensão correspondente a uma região média europeia. O caso dos Açores e da Madeira é muito especial, pela geografia e pela história. Não podemos correr o risco de perder uma coesão nacional que se diluiria se houvesse regionalização.»
Vasco Graça Moura ao JN de hoje. A lenga-lenga dos anti-regionalistas continua a mesma passados 10 anos, assente apenas em mitos pacóvios e mentiras grossas.

Acreditam na descentralização, mas não se lhes conhece uma única medida nesse sentido.

Distorcem o mapa da Europa e dizem coisas tão incríveis de tão falsas como "o nosso país, no seu todo, tem a dimensão correspondente a uma região média europeia" (!?!?). É que o nosso país, no seu todo, é superior ao país médio da UE. Eu sei que é muito mais fixe passarmos a vida a dizer que "o país é pequenino, coitadinhos de nós", mas na verdade o país é mediano, grandito até, para os padrões europeus... A diferença é que a maioria dos países, mesmo sendo mais pequenos que o nosso, estão regionalizados.

Last but not least, a "coesão nacional". Será "coesão nacional" a diferença brutal do PIB per capita do Norte em relação ao do Vale do Tejo? Dane-se a coesão nacional se assim for. Os Açores e a Madeira estão mais "coesos" agora ou antes de estarem regionalizados? É fácil lembrar Jardim, e pelos vistos também já ninguém se lembra dos movimentos bombistas que defendiam a independência dos arquipélagos antes da regionalização. E também é fácil esquecer o crescimento brutal da emigração portuguesa para Espanha, sobretudo partindo do Norte e interior do país, não será isso atentatório à "coesão nacional"? O nosso modelo de desenvolvimento deve então continuar a inspirar-se no modelo grego? Pode-se "retalhar" o país em freguesias, concelhos, distritos, mas jamais em regiões porque a seguir ia querer ser tudo um país independente? Será? E porque seria?

sexta-feira, junho 08, 2007

Art. 13º - o espírito do legislador

Parece-me uma excelente altura para recordar ao Tribunal Constitucional o contexto de aprovação da alteração do art. 13º da Constituição, que passou a banir a discriminação em função da orientação sexual. Essa alteração dá-se em 2004, altura em que o casamento entre pessoas do mesmo sexo era já uma realidade nos Países Baixos, Bélgica, quase todas as províncias do Canadá e ainda no Massachusetts, EUA. E era já certo que em breve seria também uma realidade no país vizinho. Ou seja, a proibição da discriminação em função da orientação sexual surge num período em que um pouco por todo o mundo ocidental o casamento é debatido, e é debatido precisamente por se tratar de um caso onde a discriminação em função da orientação sexual persiste, razão que leva vários países a terminarem com a discriminação, alargando a possibilidade de casamento aos casais de pessoas do mesmo sexo.

A questão era então tão óbvia, que uma série de deputados do PSD, que por disciplina partidária votaram a favor da alteração do art. 13º, sentiu necessidade de escrever uma declaração de voto que basicamente contrariava esse mesmo voto, ao pronunciarem-se contra o casamento ou a adopção de crianças por casais de gays ou lésbicas.

Desde essa aprovação que os tribunais já consideraram inconstitucionais artigos relativos à idade de consentimento para relações sexuais, por estabelecerem diferentes idades de consentimento para relações hetero e homossexuais, estando anunciada para breve a alteração dos mesmos. Contrariamente a decisões judiciais anteriores à alteração constitucional. Ou seja, a justiça reconheceu já que a alteração constitucional implicava a inconstitucionalidade de algumas leis.

Os deputados que declararam opor-se à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo eram uma minoria de deputados no parlamento. Uma minoria que não era essencial para a aprovação dessa alteração constitucional. Parece-me até legítimo deduzir que o seu voto favorável "envenenado" tencionava apenas enfraquecer o poder dessa alteração. E parece-me ainda mais legítimo deduzir que o seu efeito é oposto, pois ao declararem expressamente estarem contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, acabam por dessa forma revelar que o mesmo não se verifica em relação à maioria dos deputados que aprovou a alteração do art. 13º. Nenhum deles sentiu necessidade de se expressar nesse sentido, e teria bastado juntarem a sua assinatura à dita declaração. Ou seja, a maioria dos deputados estava ciente das implicações do seu voto, e não deu qualquer sinal de estar contra as mesmas. Afinal tinham acabado de votar isto:
Ainda há dúvidas sobre a inconstitucionalidade da actual lei do casamento civil?

Quem quer tramar o Noroeste Peninsular? (parte 2)

A autarquia crucificada

À esquerda o logo da Câmara Municipal de Lisboa, à direita o da candidatura de Carmona Rodrigues. A CNE não diz nada? [via]

quinta-feira, junho 07, 2007

Casamento lésbico chega ao TC

De recurso em recurso até ao Tribunal Constitucional, 1 ano e 4 meses. Quem se lembra de tanta celeridade judicial? Eu não me lembro, e só espero que esta rapidez não resulte numa "fast justice" à la McDonald's. O Luís Grave Rodrigues põe os pontos nos i's de algo que seria simples e básico se não houvesse tanta gente com prazer em complicar tudo, sobretudo a vida alheia... Era mesmo bom que o TC fizesse valer o seu papel de guardião da constituição e não descambasse numa sentença escrita ao sabor dos interesses político-partidários, porque nesse caso já sabemos qual será.

Dadas as semelhanças constitucionais, a decisão do Tribunal Constitucional da África do Sul torna-se de leitura obrigatória, uma amostra:
«The exclusion of same-sex couples from the benefits and responsibilities of marriage was not a small and tangential inconvenience resulting from a few surviving relics of societal prejudice destined to evaporate like the morning dew. It represented a harsh if oblique statement by the law that same-sex couples are outsiders, and that their need for affirmation and protection of their intimate relations as human beings is somehow less than that of heterosexual couples. It signifies that their capacity for love, commitment and accepting responsibility is by definition less worthy of regard than that of heterosexual couples. The intangible damage to same-sex couples is as severe as the material deprivation. They are not entitled to celebrate their commitment to each other in a joyous public event recognised by the law. They are obliged to live in a state of legal blankness in which their unions remain unmarked by the showering of presents and the commemoration of anniversaries so celebrated in our culture. (...)

In the open and democratic society contemplated by the Constitution there must be mutually respectful co-existence between the secular and the sacred. The function of the Court is to recognise the sphere which each inhabits, not to force the one into the sphere of the other. The objective of the Constitution is to allow different concepts about the nature of human existence to inhabit the same public realm, and to do so in a manner that is not mutually destructive and that at the same time enables government to function in a way that shows equal concern and respect for all.»

Miau Maria - Ciclo de Cinema Lésbico no Porto

É no Maria vai com as outras, em colaboração com o GRIP. Os trailers já rolam ali ao lado ;)

terça-feira, junho 05, 2007

De volta ao Terreiro do Paço

E agora sem fogueiras ou inquisidores... Por uma noite o centro político do país será dominado pelo arraial LGBT. Toda a informação sobre o arraial e a marcha que o antecede aqui. O marketing destas coisas sai caro pelo que qualquer eurito é bem vindo, tal como as postas, sms e mails aos amigos. Nada como um bom boca-a-boca para fazer deste o melhor arraial de sempre.

"Então é assim"

O filme de animação dinamarquês-canadiano que explica às crianças como se fazem os bebés, e que horrorizou 2 ou 3 pessoas no país, está disponível (até ver) aqui, na versão dobrada em português transmitida pela RTP2.

segunda-feira, junho 04, 2007

Momento obscurantista do dia (hoje não é da Polónia)

«Assim, nós homens, que queremos filhos, não devemos esperar que as nossas mulheres simplesmente nos comuniquem que pretendem abortar (mesmo durante as dez semanas).

Podemos reagir contra tal unilateralidade despótica da mulher por via de uma providência cautelar não especificada. (...)

Alguém mostrando fundado receio ... – um marido que quer ser pai e a mulher lhe diz que quer abortar Lesão grave e dificilmente reparável – o pai perder o filho concebido no âmbito do contrato de casamento Assegurar o direito ameaçado – manter a gravidez da qual é o pai o primeiro impulso na formação da vida Receio da sua lesão – ficar sem o filho que quer por simples vontade de outrém contra a sua própria vontade Em resumo: há meios ao nosso dispor para impedirmos que as nossas mulheres, connosco casadas, abortem sem o nosso consentimento; ou então, seríamos, nós homens, meramente os autores do acto sexualmente relevante para outros fins, designadamente o do prazer, mas desarticulados da inevitável consequência – gravidez – que desejamos.»
Do Boletim da Ordem dos Advogados. Obrigado Eduardo, estas coisas refrescam a alma. Só ainda não percebi bem porque insistem os pró-vida em casar com abortadeiras, suponho que seja a magia do amor :)

No but yeah but I love it

O logótipo escolhido para os Jogos Olímpicos de Londres 2012 [via], a perfect match com o fato-de-treino da Vicky.

PS: A polémica continua. Uma petição on-line com mais de 50000 assinaturas pela alteração do logo. Queixas de epilépticos pelo filme de promoção, cujas cores e movimentos terão provocado ataques de epilepsia a algumas pessoas no Reino Unido (o vídeo foi retirado do site oficial, mas pode ser visto no YouTube). O The Sun a propor antes a pintura de um macaco. E as bolsas de apostas a darem como quase certa a substituição para breve de um conceito que custou £400.000. Ouch!

As presidências voam, os logótipos ficam

Eu gostei, bastante até, aprovado!

A memória é curta: recessão demográfica

Cavaco está preocupado com a "quebra" da natalidade em Portugal e uma suposta "recessão demográfica". Diz mesmo que "não encontra precedentes na história do país". Eu não sei por onde Cavaco tem andado, mas no seu tempo de vida teve já oportunidade de presenciar algumas situações de emigração em massa que levaram efectivamente a momentos de recessão demográfica. O caso é tudo menos "sem precedentes", e muitíssimo menos notório (a haver de facto) que o que já foi em momentos recentes da história.

Eu até acredito que Portugal tenha perdido habitantes nos últimos 2 ou 3 anos, muitos imigrantes foram embora e muitos portugueses emigraram, sobretudo a Norte. Mas nada de dramático. Invocar um "problema de natalidade" é invocar um falso problema com vista a promover falsas soluções e toda uma agenda católico-nacionalista que o país dispensa.

Os problemas do país são os fracos salários (muito mais baixos que o que poderiam ser, sem causar qualquer problema de viabilidade às empresas, por muito que insistam no contrário), a crise do interior e do Norte, em grande parte devidas à centralização doentia em torno do Terreiro do Paço, o deficiente e caro serviço nacional de saúde ou o sistema de educação. É isso que faz com que os jovens migrem do interior para o litoral e de Portugal para o mundo. Daí a natalidade baixar, sintoma da crise, não problema per se.

Não há qualquer interesse em estimular uma natalidade muito superior à actual. Uma subida dos salários, uma melhoria da saúde e educação, garantiriam por si só uma ligeira subida, suficiente para garantir a "renovação generacional". O país já tem uma densidade populacional elevada, maior que a espanhola, e o mundo já tem, definitivamente, gente a mais. Além de que se se verificasse um súbito "baby boom" (quiça estimulado pelos apelos de Cavaco), aí sim o país estaria em maus lençóis, sem capacidade económica para cuidar de tanta criançada pelos padrões mínimos actuais. É que se é para ser economicista é bom lembrar que uma criança implica no mínimo 18 anos de despesas, enquanto que um imigrante começa a pagar impostos e a descontar para a segurança social desde o dia zero.

Portanto, se Cavaco quer mais bebés, que os faça (e mantenha do seu bolso), mas não venha atirar areia para os olhos das pessoas, já fartas de populismos e demagogias que nada resolvem.

A memória é curta: assassinos em série de Portugal

Com o julgamento do "serial killer de Santa Comba Dão" ouvem-se expressões como "o primeiro serial killer português" - ouvi-o na RTP. E daí se ouvem conclusões fáceis sobre a suposta criminalidade "como nunca se viu". Nada mais longe da realidade, como o demonstra bem o 9º lugar no ranking mundial da paz, que se fosse calculado desde a fundação, teria certamente agora o seu melhor resultado de sempre para Portugal. Voltando aos serial killers, lembro apenas dois, o último homem e a última mulher condenados à morte em Portugal.

A cabeça de Diogo Alves

Em 1841 foi executado Diogo Alves. Um dos milhares de imigrantes galegos que à época viviam em Portugal, vindo de Santa Xertrudes de Samos em Lugo, e que se dedicava a assaltar pessoas no Aqueduto das Águas Livres em Lisboa, atirando-as de seguida dos arcos abaixo. Chegou-se a pensar que se tratava de uma onda de suicídios, desconhecendo-se ao certo o número de vítimas (na ordem das dezenas). A cabeça do assassino encontra-se hoje "engarrafada" no dito monumento. O primeiro filme ficcional português, de 1911, foi sobre os seus crimes. Recentemente foi reeditada uma biografia romanceada, cuja primeira edição data de 1877. E Philip Graham [dica do Miguel] tem no YouTube um breve filme: «Bring me the head of Diogo Alves!».

Já a última mulher a ser condenada à morte em Portugal foi Luísa de Jesus, nascida em Coimbra. Tinha apenas 22 anos quando, em 1772, foi condenada pela morte de 33 recém-nascidos, que "levantava" na roda, recebendo assim 600 réis por criança, um subsídio que deveria ser usado na sua criação.

Como se vê, Portugal já teve assassinos bem mais sanguinários, e não era a existência da pena capital que os evitava...

sábado, junho 02, 2007

Separados à nascença?

Os gémeos Kaczyński, que governam e presidem a Polónia, a ladear Daffyd, the only gay in the village. As semelhanças físicas são notórias, mas creio que foram sobretudo os desejos e frustrações partilhados com Daffyd o principal motivo para a censura desta cena em especial do "Little Britain". I've said it before vicar, and I'll say it again: what that boy needs is a nice big cock up is arse. Definitivamente a moral da estória vale para os três.