sexta-feira, agosto 06, 2010

Recarvalhar Portugal

Recordo-me de ver notícias sobre grandes incêndios em Vila de Rei e Abrantes. Depois de uma passagem por essas terras este Verão que vi eu, nos montes nada, só mato e alguns jovens eucaliptos. Assim não há plano de combate ao fogo que resista. O projeto Plantar Portugal parece engraçado, mas só para evitar equívocos sugeriria a mudança de nome para Recarvalhar Portugal, já que é exatamente isso, e só isso, que a floresta portuguesa precisa. E é tempo de nos envolvermos todos. Recolher sementes de carvalhos saudáveis, espalha-las pelos montes, semea-las em vasos em casa para transplantar depois. Não faltam guias pela net sobre como fazer isso, haja vontade e mais envolvimento dos meios de comunicação social. Passar o Agosto a discutir incêndios é que não serve de nada, há décadas que se percebeu isso...

Leituras do ano

Estamos em alturas de recomendações de leituras, e ainda há dias vi numa revista portuguesa uma lista de 50 títulos, estranhamente estes dois não estavam lá.

The Spirit Level é o manifesto para acordar a esquerda do séc. XXI (não há esperança para a direita), leitura obrigatória para eleitores e eleitos. Portugal, além do Reino Unido e Estados Unidos, está sempre nos maus exemplos no mundo industrializado, pelo que a tradução e edição da Presença é mais do que oportuna.

Já o Whoops! foi recomendação lida no Jugular, essencial para se perceber a crise e não se perder o sentimento de indignação sobre a mesma e o assalto que desde então os bancos têm feito aos nossos bolsos. Que saiba ainda não está traduzido em Portugal. Urge fazê-lo.

The Story of Stuff

Já não sei quem me indicou este excelente projeto The Story of Stuff, mas desde há uns dias que sou um fervoroso fã. Vídeos curtos, giros e bem explicados sobre a história das coisas que consumimos, dos cosméticos às garrafas de água, e o porquê do comércio de emissões de CO2 ser uma péssima ideia. Annie Leonard rocks. Também no Facebook, Twitter e YouTube.

Portajar as SCUTs

Olhando para o mapa de autoestradas portuguesas fica impossível encontrar alguma lógica na divisão pagas e não-pagas. Em tempos de crise acabar com a gratuitidade das últimas parece fazer todo o sentido. Já a novela high-tech dos chips é que não tem sentido algum. E no entretanto os dispendiosos leitores de chips já estão por aí instalados, alguns bolsos mais cheios e as contas do estado em nada beneficiadas. Isto cheira que tresanda. Ora tendo as SCUTs sido criadas como autoestradas gratuitas, com demasiado saídas para se poderem portajar à moda antiga, parece-me que a solução ideal seriam as vignettes, tanto usadas na Europa Central. Saíriam mais baratas aos utilizadores frequentes, sendo por isso muito menos contestadas, seriam facilmente entendidas e usadas pelos condutores estrangeiros, e nem sequer é líquido que o estado encaixaria menos dinheiro, é que um sistema destes já estaria facilmente em funcionamento e dispensava caros leitores de chips. Mas para quê simplificar se se pode criar toda uma nova novela?