terça-feira, julho 31, 2007
sábado, julho 28, 2007
sexta-feira, julho 27, 2007
"Uma puta no trono"
Está a ser um Verão agitado para a realeza europeia, princesas que falam com anjos, príncipes que descobrem que o seu trabalho é foder, e agora uma prostituta subiu, literalmente, ao trono da Dinamarca em pelota e vem tudo no próximo número da Se og Hør [via], revista que escolheu o subtil título citado no deste post, para a curiosa foto-reportagem. Quem achava que a liberdade de expressão na Dinamarca só valia para insultar deuses estrangeiros, tem aqui uma boa oportunidade para avaliar a coisa. Aguardemos então novos desenvolvimentos, se os houver.Votações on-line
Veja-se esta (ilustrada acima) do Destak de ontem, genial, não? O pretexto foi um "estudo" que consistiu no abandono de 30 telemóveis em várias cidades do mundo e a contagem dos que foram devolvidos. É capaz de haver votações on-line com mais rigor e representatividade que isto. Mas seja como for, 15 telemóveis desaparecidos em Lisboa levam a uma votação sobre a honestidade do "povo português" e os internautas não hesitam, é raça desonesta. Por certo que os 26,28% que discordam mentiram na sua apreciação... Fujamos todos então.
Convém não esquecer que estamos no Verão
Patty Pravo - "La Bambola"
Nota: Veja este vídeo por sua conta e risco, é possível que ao fazê-lo esteja a infringir leis de copy right, o que poderá levar a polícia a trata-lo como um terrorista. Por via das dúvidas mais vale comprar o disco numa loja on-line americana, evitando assim despesas desnecessárias para a PJ, e lucros imerecidos para alguma organização de cantores da treta portugueses que vivem à custa de direitos de autores estrangeiros. Quem avisa, amigo é. Caso não esteja mesmo disposto a pagar para ouvir esta música deve consultar um advogado para saber se no seu caso estará sujeito a penas mais graves se fizer o download on-line ou furtar o disco numa loja. Em não se tendo cadastro, as penas tendem a ser mais leves para a segunda possibilidade.
A máfia do copyright volta à carga
A forma como tem sido noticiado o encerramento de três sites de partilha de ficheiros pela PJ/ASAE, mostra como a maioria dos jornalistas percebe tanto do assunto quanto a polícia/pau mandado da máfia do copyright. Encerrar esses sites porque eventualmente haja quem os use para trocar ficheiros cujos direitos de autor não lhes pertençam, faz tanto sentido quanto encerrar o Blogger porque há blogs que violam o segredo de justiça, ou fechar o Miau.pt porque há gente que lá vende telemóveis roubados. Se a prevenção do crime justifica o encerramento de sites que são meras ferramentas com infinitas possibilidades de uso, legais ou não, mais vale à PJ encerrar de vez a internet. A máfia do copyright certamente que aplaudiria de pé.
Entretanto pode ser lido aqui o comunicado de uma das vítimas deste caso de abuso policial e ataque à liberdade e privacidade on-line.
Entretanto pode ser lido aqui o comunicado de uma das vítimas deste caso de abuso policial e ataque à liberdade e privacidade on-line.
quarta-feira, julho 25, 2007
Salazarmania chega ao New York Times
Num emaranhado de clichés, como seria de esperar. Anseio pelo dia em que se possa ler uma reportagem sobre o país na imprensa estrangeira sem as palavras "fado", "saudade" e "católico". Quanto ao "furor" que meia dúzia de fascistas e umas boas dezenas de jornalistas semi-analfabetos criaram, nada a dizer. O tema esgotou-se há séculos. A mesquinhez humana não tem muito que analisar, merece apenas ser exposta para evitar que se repita.
Não seriam unicórnios?
«Norway's Princess Martha Louise says she has psychic powers and can teach people to communicate with angels. (...)
"It was while I was taking care of the horses that I got in contact with the angels," she says.
"I have lately understood the value of this important gift and I wish to share it with other people, maybe with you."
A three-year programme at her centre costs 24,000 Norwegian crowns ($4,150; 3,000 euros; £2,000) per year.»
Big Brothers não têm segredos um com o outro
«Os ministros de Relações Exteriores da União Européia aprovaram nesta segunda-feira um acordo que permite aos Estados Unidos ter acesso a uma série de informações pessoais de passageiros de vôos transatlânticos, incluindo orientação sexual, política e religiosa.»Esta notícia está gira, só não explica como é que os ministros sabem as tais orientações dos cidadãos europeus, onde é que isso está registado afinal?
terça-feira, julho 24, 2007
É fartar vilanagem
«Os 59 colégios privados da região Centro que têm contratos de associação firmados com o Estado receberam 85 milhões de euros (17 milhões de contos) de subsídios públicos, pelo seu desempenho em 2006. Baseando-se em dados publicados no Diário da República, o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) vem contestar aquele financiamento, em comunicado enviado anteontem à imprensa, e acusar os "patrões dos colégios" de serem "autênticas sanguessugas das receitas do Estado".»A notícia já tem uns dias, mas escândalo nem vê-lo. Parece então ser normal que num país onde se fecham dezenas de escolas primárias e se planeia fundir secundárias, também se tenham que pagar milhões ao ensino privado para receber alunos, que afinal tinham lugares de sobra no público. Tudo normal pois então.
sábado, julho 21, 2007
0 em 80
E finalmente deus desceu à terra, que é como quem diz, Pacheco Pereira, o "pai da blogosfera", entrou finalmente na discussão sobre sexo anal, tema central do debate blogosférico português neste Verão. Claro que o faz à Pacheco Pereira, entra não entrando, discutindo, mas sem se posicionar de forma clara no que toca ao sexo anal propriamente dito.
Nada a que já não nos tivesse habituado, sempre tão inconsequente quanto o seu eurocepticismo. O mais engraçado é que o texto que cita de forma elogiosa, também serve perfeitamente de resposta ao paternalismo tonto do dito elogio. JJP arrisca-se assim a substituir Mrs. Lança no papel de "avozinha da blogosfera" ainda antes dos 80.
Mas voltemos então à blogger octogenária que lançou o tema do sexo anal para a fogueira de posts. Bem sei que lá fora isto é o mais banal, octogenárias a discutirem sexo anal via post, mas cá, sempre atrasadinhos, até tivemos que importar uma de Inglaterra para finalmente chegar à questão. Mas o que não entendo é como se pode, por um lado, alegar nunca se ter praticado semelhante actividade e, por outro, usar uma suposta "vasta experiência de vida" como argumento de autoridade para avaliar os prós e os contras do prazer anal. Não sei, afinal ainda estou longe dos 80, sou, quanto muito, um tardo-adolescente, mas isto soa-me um bocado a escanção abstémio. Definitivamente não me convence.
Se a experiência de vida é um argumento mais nesta discussão, não faltam adolescentes, tardios e precoces, que podem dar sábias lições de vida a paizinhos e avozinhas bloggers, basta que estejam ainda dispostos a aprender e a questionar o que afinal têm como certo desde a sua própria adolescência.
Nada a que já não nos tivesse habituado, sempre tão inconsequente quanto o seu eurocepticismo. O mais engraçado é que o texto que cita de forma elogiosa, também serve perfeitamente de resposta ao paternalismo tonto do dito elogio. JJP arrisca-se assim a substituir Mrs. Lança no papel de "avozinha da blogosfera" ainda antes dos 80.
Mas voltemos então à blogger octogenária que lançou o tema do sexo anal para a fogueira de posts. Bem sei que lá fora isto é o mais banal, octogenárias a discutirem sexo anal via post, mas cá, sempre atrasadinhos, até tivemos que importar uma de Inglaterra para finalmente chegar à questão. Mas o que não entendo é como se pode, por um lado, alegar nunca se ter praticado semelhante actividade e, por outro, usar uma suposta "vasta experiência de vida" como argumento de autoridade para avaliar os prós e os contras do prazer anal. Não sei, afinal ainda estou longe dos 80, sou, quanto muito, um tardo-adolescente, mas isto soa-me um bocado a escanção abstémio. Definitivamente não me convence.
Se a experiência de vida é um argumento mais nesta discussão, não faltam adolescentes, tardios e precoces, que podem dar sábias lições de vida a paizinhos e avozinhas bloggers, basta que estejam ainda dispostos a aprender e a questionar o que afinal têm como certo desde a sua própria adolescência.
sexta-feira, julho 20, 2007
E Saramago, que diz?

«El juez de la Audiencia Nacional Juan del Olmo ha ordenado el secuestro del último número de la revista El Jueves por injurias al sucesor de la Corona, ya que en la portada de la publicación aparece una caricatura "denigrante" de los príncipes de Asturias manteniendo relaciones sexuales. (...) También se exige al director de la publicación que identifique a los autores de la caricatura. (...) La decisión de Del Olmo se basa en el artículo 490.3 del Código Penal que establece penas de seis meses a dos años de cárcel para aquel que calumnie o injurie al Rey "o a cualquiera de sus ascendientes o descendientes, a la Reina consorte o al consorte de la Reina, al Regente o a algún miembro de la Regencia, o al Príncipe heredero de la Corona, en el ejercicio de sus funciones o con motivo u ocasión de estas".»As comparações Portugal-Espanha costumam deixar sempre o primeiro cabisbaixo, é bom então pôr os olhos numa certa realidade espanhola que nos costuma passar ao lado. Não será por acaso que no ranking sobre liberdade de expressão dos Repórteres Sem Fronteiras, Portugal está no 10.º posto e Espanha no 41.º.
PS: O site da revista está em baixo, mas pode-se ver aqui uma galeria das melhores capas.
quinta-feira, julho 19, 2007
terça-feira, julho 17, 2007
O rugby como sempre o imaginaste
É desta forma que o Comité Régional du Tourisme Paris Ile-de-France promove a passagem por Paris do Campeonato Mundial de Rugby deste ano, onde pela primeira vez estará presente a selecção portuguesa. Como se já não bastassem os calendários da selecção francesa para nos atormentarem o sono...segunda-feira, julho 16, 2007
domingo, julho 15, 2007
Freguesia a freguesia
O facto mais notório da noite foi o profundo desinteresse dos lisboetas pela eleição na sua cidade. Mesmo assim a audiência televisiva do país por inteiro teve que gramar os resultados, freguesia a freguesia!
O desinteresse dos lisboetas é ainda mais impressionante se tivermos em conta a quantidade de gente que achava que o veredicto local devia ter leituras nacionais, nomeadamente de avaliação do governo que é (ou devia ser) de todos... Está visto, 1 voto em Lisboa vale por 100 em Carrazeda de Ansiães. O que é que tenho que fazer para votar aí em baixo? Avisem também o novo autarca, porque parece que vota em Sintra...
O desinteresse dos lisboetas é ainda mais impressionante se tivermos em conta a quantidade de gente que achava que o veredicto local devia ter leituras nacionais, nomeadamente de avaliação do governo que é (ou devia ser) de todos... Está visto, 1 voto em Lisboa vale por 100 em Carrazeda de Ansiães. O que é que tenho que fazer para votar aí em baixo? Avisem também o novo autarca, porque parece que vota em Sintra...
Maoístas e neo-nazis são os únicos que aumentam o número de votos
Contas feitas é assim. Dúvida: qual será a percentagem de votos do PCPT/MRPP que se deve ao facto deste surgir primeiro que a CDU no boletim de voto?
O azar de Carmona
O centralismo político-mediático foi o maior inimigo de Carmona nestas eleições. Ao contrário de Gondomar, Felgueiras e Oeiras, em Lisboa a cobertura mediática não se limitou a meia dúzia de reportagens sobre o "presidente agora candidato independente". Pior para Carmona, mesmo assim um fantástico resultado, a provar uma vez mais que os portugueses amam um escorraçado partidário envolvido em casos de corrupção.
sábado, julho 14, 2007
De volta ao anal
sexta-feira, julho 13, 2007
Renas arrastadas
Eh pá, isto já é demais. Ainda nem tinha agradecido devidamente o maravilhoso elogio, e o Daniel Oliveira lembra-se de escolher este curral para blog da semana. Assim já nem posso escrever o meu post "Se votasse em Lisboa, no próximo domingo votaria no Bloco", pois ia parecer troca de galhardetes... Sinto-me portanto sem palavras. Obrigado.
A homofobia é tão gay (3)
Bob Allen é um deputado republicano da Casa dos Representantes da Florida, EUA, e também o mandatário da candidatura presidencial de John McCain naquele estado. Ultra-conservador, sobretudo em "assuntos morais" (tentou endurecer as leis contra o sexo em público), recebe cerca de 92% do apoio financeiro para as suas campanhas da Coligação Cristã da Florida. Profundamente homofóbico (opôs-se a uma lei anti-bullying homofóbico e defende a proibição constitucional do casamento gay) já recebeu o "prémio" Wicked Witch, que a organização Rainbow Democratic Gay & Lesbian atribui ao "pior dos piores" em matéria de políticas LGBT. Foi detido na quarta-feira à porta de um WC público, depois de ter aliciado um polícia à paisana a deixa-lo praticar sexo oral por 20 dólares, o que é crime naquele estado [via]. Declara-se "inocente".Reportagens vídeo: durante o processo de detenção, aquando da libertação e declaração de inocência.
quinta-feira, julho 12, 2007
Miss Kitty censurada, Getafe resiste e Sócrates, que fará?
Bento 16 nunca pareceu tão disponível para amar, como Jesus mandava de resto. Chama-se "Miss Kitty" a obra que acabou por ser censurada em Milão, por pressões do Vaticano.Já o anúncio do Getafe C.F. continua a passar na TV, por muito que isso desagrade às sotainas locais.
Agora só não sabemos se Sócrates será mais uma Miss Kitty ou pelo contrário, não põe nada à frente dos interesses da República, como fazem os adeptos do Getafe com o seu clube.
Agora só não sabemos se Sócrates será mais uma Miss Kitty ou pelo contrário, não põe nada à frente dos interesses da República, como fazem os adeptos do Getafe com o seu clube.
Caça aos patos
Vídeo: anúncio espanhol inspirado no naufrágio dos patinhos.
quarta-feira, julho 11, 2007
Quem tem medo de referendar a Concordata?
Muita gente tem pedido com insistência um referendo sobre o novo tratado da UE. Eu não tenho muita vontade de dar para esse peditório, pelo simples facto de que me custa vislumbrar um novo tratado sequer, e se mesmo que nasça outros países se oferecem para chumba-lo em referendo, parece-me sensato pouparmos essa despesa. Mas já que, salvo erro, a lei foi alterada para permitir o referendo a tratados internacionais, porque não fazer um sobre a Concordata? Não será justo que o eleitorado português tenha algo a dizer sobre os acordos entre o seu (supostamente laico) Estado e micro-teocracias? Acordos que concedem todo o tipo de benesses a essas ditaduras estrangeiras, sem que se vejam mais-valias para o Estado? Quem não quer que o povo se pronuncie? Que a sociedade possa mostrar o real valor da ICAR?
REFERENDO À CONCORDATA JÁ!
REFERENDO À CONCORDATA JÁ!
O Estado cobra, a Igreja esbanja
«Ainda na área da educação, a CEP critica a redução dos apoios do Estado à Universidade Católica Portuguesa e os problemas no ensino da Educação Moral e Religiosa nas escolas públicas. "Não há liberdade de educação em Portugal", concluiu o religioso, recordando que todos os partidos prometem permitir a escolha livre das famílias entre escolas públicas e católicas mas nunca cumprem essas promessas depois de serem eleitos.»Esta é uma das passagens mais curiosas da notícia da Lusa, que merecia toda uma tese de análise, mas para já fico-me por um postito. "Não há liberdade de educação em Portugal", quem lê imagina alunos impedidos de escolherem estudar em escolas católicas. Será isso? O que entenderão por "escolha livre" os bispos de Portugal? Esperem, não me digam que querem que o estado pague as propinas altíssimas que vocês cobram aos vossos alunos, para que estes possam escolher entre escolas públicas e colégios católicos sem se preocuparem com a factura? É isso? Lata não falta aos bispos portugueses, trocam as palavras, os jornalistas noticiam como se com a troca algo fizesse ainda sentido, e siga o forrobodó. O que os bispos querem é que o estado esqueça não só que é laico, mas também que tem todo um sistema de ensino ao seu encargo, e passe a financiar "porque sim" o sistema de ensino concorrente da ICAR.
«"O peso da Igreja na sociedade portuguesa não é o Estado que o define", disse, acrescentando que estas questões serão objectos de análise na próxima Assembleia Plenária dos bispos portugueses que terá lugar em Novembro, a decorrer em Roma.»Pois não é o estado, não senhor. Mas porque raio havia de ser a igreja? Porque não deixa a igreja que seja a sociedade a definir a sua relevância? Porque é que em vez da igreja querer continuamente substituir o papel do estado em várias áreas (educação, saúde, etc) com o dinheiro do estado, não tenta a substituição com o seu próprio dinheiro? Porque não pode a ICAR, a exemplo de várias outras igrejas por esse mundo fora, cobrar "impostos" (quotas, dízimos, chamem o que quiserem) aos seus membros para assim poder manter os seus serviços alternativos? A sério, porquê?
Oh esperem, não me digam que têm medo? Que imaginam que a sociedade não quereria saber dos vossos fantásticos serviços para nada, que prefeririam os do Estado? Que acham que a fé da maioria dos fiéis não resistiria a uma só mensalidade? E que aqueles que estariam dispostos a paga-los ficariam mais curiosos sobre o modo como gerem os fundos, e iam querer dizer algo sobre isso? Que no final haveria cerca de 5% de portugueses católicos e ainda por cima vigilantes da gestão da ICAR? Infernal imagem não é? Mais vale de facto continuar a trocar as palavras todas, chamar "liberdade" ao dinheiro, e sacar o máximo possível do cofre que é de todos, católicos ou ateus.
terça-feira, julho 10, 2007
Governo polaco pode estar prestes a tombar
Mas enquanto as melhores perspectivas não se confirmam (e só no Outono tal poderá acontecer), não podemos baixar os braços perante o autêntico golpe aos direitos humanos na União Europeia que o actual regime polaco defende. É só copiar e mandar por mail, tudo explicadinho no Coroas de Pinho.
PS: Mais sinais de desmoronamento...
PPS: Afinal ainda não foi desta. Mas o desmoronamento prossegue...
Quem quer tramar a Anatomia de Grey?
Sim, sou fã. E apesar de a seguir na RTP, consegui até agora resistir à tentação de a sacar da net. Mas está difícil. A série passava ao domingo à tarde, hora variável, pelo que usava cassetes de 3 horas programadas para começarem a rolar uma hora antes da prevista. Mas depois vieram os domingos sem Grey porque algo superimportante sobrepunha-se, como reuniões de grávidas ou missinhas em Fátima. Às vezes, vindos não se sabe bem de onde, apareciam episódios em dose dupla, quiçá para compensar. E agora acabou-se de vez a Grey ao domingo, passou para as noites da semana. Segunda passaram dois, nos restantes dias planeiam passar só um, horas variáveis, mas na quinta não passa nenhum e na sexta dá-se a feliz ideia de a passarem à 1h entre dois filmes de terror. Suponho que para agradar aos fãs de terror que gostam de fazer um intervalo com novelas de hospitais.
Isto num canal privado é burrice e desrespeito pelo espectador, os accionistas que se queixem. Num canal público é tudo isso, mas também um esbanjar de dinheiros públicos. Séries como esta são caras, e exibidas assim, quando calha, não conseguem manter uma audiência fiel. É dinheiro público atirado ao lixo. E ninguém se responsabiliza.
Isto num canal privado é burrice e desrespeito pelo espectador, os accionistas que se queixem. Num canal público é tudo isso, mas também um esbanjar de dinheiros públicos. Séries como esta são caras, e exibidas assim, quando calha, não conseguem manter uma audiência fiel. É dinheiro público atirado ao lixo. E ninguém se responsabiliza.
segunda-feira, julho 09, 2007
Suécia deverá aprovar casamento homossexual religioso
É o parlamento sueco que tem discutido o assunto, e 6 dos 7 partidos com assento estão a favor. Até ao ano 2000 a Igreja da Suécia era a igreja do estado, desde aí que se deu a separação entre o estado e a igreja. Mas as leis do primeiro continuam a ser soberanas na segunda. Com a separação entre estado e igreja a adesão à mesma deixou de ser automática para os filhos de um membro, só com o baptismo se faz parte da igreja. Segundo o seu site oficial, 80% das suas despesas são pagas com o dinheiro das quotas dos seus membros. Desde Janeiro deste ano que celebra bênçãos religiosas para casais de pessoas do mesmo sexo.
Em 1995 o estado sueco criou parcerias civis para casais homossexuais, cujos direitos e deveres são em tudo semelhantes ao casamento heterossexual. Em 1995 a Igreja da Suécia era ainda a igreja do estado, e abrir o casamento a casais homossexuais teria implicações também nas cerimónias religiosas, situação que então gerava muitos atritos. Actualmente a gestão da Igreja (nomeações de bispos etc) já não está nas mãos do parlamento, mas de uma nova assembleia, Kyrkomötet, criada para o efeito, igualmente eleita, mas apenas com votos dos membros da Igreja. Esta assembleia ainda não tomou uma decisão oficial sobre a lei que está a ser debatida, mas já foi adiantando que gostaria que os padres pudessem escolher não oficializar esses casamentos.
Comparem a situação sueca com a portuguesa, supostamente um país laico há dezenas de anos.
Em Portugal a igreja com mais membros não tem sede no país, mas no Vaticano. A gestão da igreja é em grande medida decidida no estrangeiro, é o Vaticano que decide quem é o cardeal, só para dar um exemplo. A ICAR portuguesa não cobra uma quota aos seus membros (ao contrário da maioria das organizações, religiosas ou não), antes pede esmola, aos seus fiéis, e exigi-a ao estado, cujos cofres são de todos, católicos ou não. É muito difícil contabilizar o dinheiro que sai dos cofres do estado para os bolsos da igreja, desde dádivas indirectas como isenções de impostos até todo o tipo de subsídios atribuídos pelo governo, câmaras, juntas de freguesia e outras instituições do estado.
A ICAR não está obrigada a obedecer a muitas das regras que as outras organizações a actuar no país estão, a Concordata, acordo entre o estado português e o Vaticano, garante-lhe uma infinidade de privilégios e desobrigações para com o estado. O estado português não tem qualquer poder de decisão dentro da ICAR, e é obrigado a aceitar nomeações da ICAR na função pública (capelões do exército e hospitais são funcionários públicos escolhidos pela ICAR), ao passo que a ICAR rejeita a proibição de discriminação em função do género na hora de formar os seus padres. O estado não se mete na política da ICAR, mas a ICAR mete-se continuamente nas políticas do estado. Um bom exemplo disso é a questão do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, lei que em nada afecta a ICAR, mas sobre a qual já se pronunciou as mais variadas vezes. Os próprios fiéis pouco ou nada podem fazer para influenciarem a gestão e política da organização, competência exclusiva da sua hierarquia.
O leve adianto nos princípios constitucionais do estado português face ao sueco, reflecte afinal na prática um atraso de meio milénio face ao protestantismo escandinavo. Da fundação até hoje, ainda meros lacaios de Roma.
Em 1995 o estado sueco criou parcerias civis para casais homossexuais, cujos direitos e deveres são em tudo semelhantes ao casamento heterossexual. Em 1995 a Igreja da Suécia era ainda a igreja do estado, e abrir o casamento a casais homossexuais teria implicações também nas cerimónias religiosas, situação que então gerava muitos atritos. Actualmente a gestão da Igreja (nomeações de bispos etc) já não está nas mãos do parlamento, mas de uma nova assembleia, Kyrkomötet, criada para o efeito, igualmente eleita, mas apenas com votos dos membros da Igreja. Esta assembleia ainda não tomou uma decisão oficial sobre a lei que está a ser debatida, mas já foi adiantando que gostaria que os padres pudessem escolher não oficializar esses casamentos.
Comparem a situação sueca com a portuguesa, supostamente um país laico há dezenas de anos.
Em Portugal a igreja com mais membros não tem sede no país, mas no Vaticano. A gestão da igreja é em grande medida decidida no estrangeiro, é o Vaticano que decide quem é o cardeal, só para dar um exemplo. A ICAR portuguesa não cobra uma quota aos seus membros (ao contrário da maioria das organizações, religiosas ou não), antes pede esmola, aos seus fiéis, e exigi-a ao estado, cujos cofres são de todos, católicos ou não. É muito difícil contabilizar o dinheiro que sai dos cofres do estado para os bolsos da igreja, desde dádivas indirectas como isenções de impostos até todo o tipo de subsídios atribuídos pelo governo, câmaras, juntas de freguesia e outras instituições do estado.
A ICAR não está obrigada a obedecer a muitas das regras que as outras organizações a actuar no país estão, a Concordata, acordo entre o estado português e o Vaticano, garante-lhe uma infinidade de privilégios e desobrigações para com o estado. O estado português não tem qualquer poder de decisão dentro da ICAR, e é obrigado a aceitar nomeações da ICAR na função pública (capelões do exército e hospitais são funcionários públicos escolhidos pela ICAR), ao passo que a ICAR rejeita a proibição de discriminação em função do género na hora de formar os seus padres. O estado não se mete na política da ICAR, mas a ICAR mete-se continuamente nas políticas do estado. Um bom exemplo disso é a questão do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, lei que em nada afecta a ICAR, mas sobre a qual já se pronunciou as mais variadas vezes. Os próprios fiéis pouco ou nada podem fazer para influenciarem a gestão e política da organização, competência exclusiva da sua hierarquia.
O leve adianto nos princípios constitucionais do estado português face ao sueco, reflecte afinal na prática um atraso de meio milénio face ao protestantismo escandinavo. Da fundação até hoje, ainda meros lacaios de Roma.
Bispos ameaçam governo para conseguirem mais dinheiro
A informação do canal público de televisão decidiu abrir o seu Jornal da Tarde com a irritação dos bispos portugueses, que exigiam "maior diálogo com o governo". O porta-voz era nem mais nem menos que o inenarrável Lino Maia, o padre que tentou convencer-nos de que a culpada da tortura, abandono e assassinato da Gisberta era da própria, e os assassinos e torturadores, que estavam ao abrigo de uma instituição da igreja, eram afinal as verdadeiras vítimas.
As queixas da igreja, ditas em tom vago, resumem-se a um único ponto: querem mais massa. «Lino Maia diz que, em primeiro lugar, a divergência tem a ver com os ATL. "Corremos o risco de ter que encerrar." Esta consequência pode ter um custo social: 20 mil desempregados em 870 instituições, ligadas à Igreja e não só. Em causa está "o direito dos pais a escolher entre a resposta pública do prolongamento do horário escolar ou a resposta dos ATL".»
Ou por outras palavras. O autoproclamado maravilhoso serviço social da igreja é tão bom, tão bom, que não é capaz de sobreviver sem os subsídios do estado. O estado paga, a igreja gasta o dinheiro como bem entende e fica com a fama de prestar os serviços que o estado não oferece. Justo, não?
É por estas e por outras que a igreja continua a parecer ter um papel e uma importância na sociedade que definitivamente não tem. É o estado que sustenta essa importância, não é a sociedade, a quem a igreja é indiferente. Sustentação com subsídios e com o vergonhosamente anti-laico serviço público de televisão. Ser solidário com o dinheiro dos outros é fácil, ter canais de televisão também (já a TVI, privada, não durou muito enquanto TV católica). Chantagear o governo para que este se demita do seu papel social, contratando antes a igreja, também não tem sido difícil. Mas o que eu gostava mesmo de ver era um apoio e generosidades católicas geradas a partir de fundos católicos, e não estatais, e de preferência sem produzirem gangues assassinos. Pode ser, ou é mesmo impossível?
As queixas da igreja, ditas em tom vago, resumem-se a um único ponto: querem mais massa. «Lino Maia diz que, em primeiro lugar, a divergência tem a ver com os ATL. "Corremos o risco de ter que encerrar." Esta consequência pode ter um custo social: 20 mil desempregados em 870 instituições, ligadas à Igreja e não só. Em causa está "o direito dos pais a escolher entre a resposta pública do prolongamento do horário escolar ou a resposta dos ATL".»
Ou por outras palavras. O autoproclamado maravilhoso serviço social da igreja é tão bom, tão bom, que não é capaz de sobreviver sem os subsídios do estado. O estado paga, a igreja gasta o dinheiro como bem entende e fica com a fama de prestar os serviços que o estado não oferece. Justo, não?
É por estas e por outras que a igreja continua a parecer ter um papel e uma importância na sociedade que definitivamente não tem. É o estado que sustenta essa importância, não é a sociedade, a quem a igreja é indiferente. Sustentação com subsídios e com o vergonhosamente anti-laico serviço público de televisão. Ser solidário com o dinheiro dos outros é fácil, ter canais de televisão também (já a TVI, privada, não durou muito enquanto TV católica). Chantagear o governo para que este se demita do seu papel social, contratando antes a igreja, também não tem sido difícil. Mas o que eu gostava mesmo de ver era um apoio e generosidades católicas geradas a partir de fundos católicos, e não estatais, e de preferência sem produzirem gangues assassinos. Pode ser, ou é mesmo impossível?
A vaia ao poder
Não, não é nenhum George Clooney
Já eu sou 72% igual à Reese Witherspoon e 74% igual ao Joshua Jackson. Por isso quando acharem que se estão a cruzar na rua com a versão morena de um deles já sabem, afinal sou só eu ;)
domingo, julho 08, 2007
As biclas e as cidades
Boa reportagem que a SIC transmitiu há dias sobre o uso da bicicleta em Lisboa. Os candidatos à autarquia da capital parecem abertos ao assunto, mas falta saber se o espírito se mantêm depois das eleições. Entretanto Barcelona e Paris não têm mãos a medir com o sucesso dos seus programas de aluguer de bicicletas. Projectos semelhantes ao já velinho BUGA de Aveiro, elogiado recentemente no New York Times. Já no Porto a última vez que ouvi falar no assunto foi quando noticiaram as 98 bicicletas em processo de apodrecimento, esquecidas num armazém. Uma pena ainda faltar tanto para as eleições na invicta...2ª Marcha LGBT do Porto
Que pena este lóbi ter falhado as manifs
«Many jeered when the Statue of Liberty was announced as one of the candidates. Portugal was widely opposed to the U.S.-led invasion of Iraq.» [Muitos vaiaram quando a Estátua da Liberdade foi anunciada como candidata. Portugal estava ferozmente contra a invasão do Iraque liderada pelos EUA.]As coisas que se aprendem a ler o New York Times. De qualquer modo tenho pena que esta feroz oposição à guerra não se tenha visto mais cedo, por exemplo, antes da invasão avançar. E se aproveitem agora situações que não têm nada que ver para afinal ser-se apenas bronco e anti-americano porque sim (não vejo a ligação ao Iraque tão nítida quanto o NYT).
O Lóbi da Ota controlou "Maravilhas de Portugal"
Não há nada que um bom lóbi não explique: «Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa), Palácio da Pena (Sintra), Mosteiro da Batalha, Castelo de Óbidos, Torre de Belém (Lisboa) e Castelo de Guimarães foram os monumentos eleitos como as Sete Maravilhas de Portugal e esta noite anunciados numa cerimónia realizada no Estádio da Luz, em Lisboa.» Ou seja, tirando Guimarães (parecia mal excluir o berço) está ali tudo entre o Tejo e seja qual for a ribeira que banhe a Ota... a nova maravilha, que irá então sim destronar o castelo vimaranense.
sexta-feira, julho 06, 2007
O Lóbi de Extrema-Direita que controla a RTP
As eleições intercalares para a Câmara lisboeta são uma oportunidade única para a estação pública de televisão exercitar todo o seu olissipocentrismo. Reportagens, entrevistas, directos, enfim, ene recursos aplicados a cobrir um acto eleitoral cujos mandatos durarão apenas 2 anos e não interessam à maior parte do país. Uma das inovações apresentadas foi a entrevista a todos, rigorosamente todos, os candidatos. Nunca se viu antes, NUNCA. Nem em eleições nacionais. E ainda bem, porque se não não haveria tempo para mais nada, era uma seca. Cabe aos partidos conquistarem atenção mediática, nomeadamente conseguindo bons resultados eleitorais.
P. ex., a suposta "atenção mediática" que o Bloco recebeu aquando da sua formação só aconteceu porque houve uma união de partidos, cujos resultados somados não poderiam ser desprezados. Tratavam-se aliás de partidos históricos da democracia, que sofreram durante décadas um desprezo injustificado. O único partido que em Portugal recebe desde sempre mais atenção que a que os resultados justificariam é o CDS.
Mas eis que então a RTP decide abrir os cordões ao tempo de antena, e ofertar generosos minutos aos partidos mais obscuros da praça. Porque será que isso acontece precisamente quando a maioria dos micropartidos é de direita? Quando dois são até de extrema-direita? Será que os recentes escândalos sobre tráfico de drogas, armas e mulheres que se abateram sobre um desses partidos, legitima dar-lhe uma maior atenção mediática?
Hoje no Jornal da Tarde, apresentação da entrevista do líder do PNR: "responsabiliza a imigração pelo aumento da criminalidade e denuncia, há um lóbi gay que controla a CML", disse o pivot da RTP, com o ar mais sério do mundo. Roda a entrevista, difamação do costume, fim de entrevista e vira a página. Não há contraditório, não há direito de resposta para os alvos da difamação, NADA. Na RTP é assim, tão certo como haver missa aos domingos ou tourada patrocinada pela casa do pessoal. E se isto não é sinal de que a estação pública está nas mãos de um poderoso lóbi fascista, o que será?
P. ex., a suposta "atenção mediática" que o Bloco recebeu aquando da sua formação só aconteceu porque houve uma união de partidos, cujos resultados somados não poderiam ser desprezados. Tratavam-se aliás de partidos históricos da democracia, que sofreram durante décadas um desprezo injustificado. O único partido que em Portugal recebe desde sempre mais atenção que a que os resultados justificariam é o CDS.
Mas eis que então a RTP decide abrir os cordões ao tempo de antena, e ofertar generosos minutos aos partidos mais obscuros da praça. Porque será que isso acontece precisamente quando a maioria dos micropartidos é de direita? Quando dois são até de extrema-direita? Será que os recentes escândalos sobre tráfico de drogas, armas e mulheres que se abateram sobre um desses partidos, legitima dar-lhe uma maior atenção mediática?
Hoje no Jornal da Tarde, apresentação da entrevista do líder do PNR: "responsabiliza a imigração pelo aumento da criminalidade e denuncia, há um lóbi gay que controla a CML", disse o pivot da RTP, com o ar mais sério do mundo. Roda a entrevista, difamação do costume, fim de entrevista e vira a página. Não há contraditório, não há direito de resposta para os alvos da difamação, NADA. Na RTP é assim, tão certo como haver missa aos domingos ou tourada patrocinada pela casa do pessoal. E se isto não é sinal de que a estação pública está nas mãos de um poderoso lóbi fascista, o que será?
A via revolucionária para o sexo anal
"The Raspberry Reich", provavelmente o melhor filme-panfleto de sempre, capaz de agradar a qualquer pessoa com sentido de humor, mas também amantes de pornografia alternativa, boa música ou homofóbicos militantes, que encontrarão aqui combustível para todas as suas paranóias.
JOIN THE HOMOSEXUAL INTIFADA! HETEROSEXUALITY IS THE OPIATE OF THE MASSES! THE REVOLUTION IS MY BOYFRIEND!
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quinta-feira, julho 05, 2007
A via Thatcher para o sexo anal
Correu muito mal este meu post. A gnocca da Lady T., que tantou agradou a Berlusconi, pôs-me em rota de colisão com a Lady Fuckitall, erro que tenho ainda que remediar e que muito me magoa. Assim sendo deixemo-nos de gnoccas, que nunca foram a especialidade deste blog aliás, e voltemos ao sexo anal, que afinal é o que continua a dar pela blogosfera.Ora muito se fala de sexo anal, mas sempre muito numa base demasiado teórica, "olha que se fodes, morres" etc e tal. Passemos então a conselhos mais práticos, dirigidos a quem de facto deseja praticar sexo anal. Uma das maiores dificuldades em se ter sexo anal com um "alvo" específico reside por vezes na incerteza sobre a orientação sexual desse mesmo alvo. [Sim, aqui fala-se de engate gay. Quando já há uma relação sexual estabelecida (gay ou hetero) mas sem componente anal e se quer avançar para esse campo, não há nada que um bom anilingus não resolva, é simples.]
Ora quando não se está numa sauna gay ou nas casas de banho de uma estação de serviço durante a madrugada, perguntar directamente ao "alvo" sobre a sua disponibilidade para se relacionar analmente contigo pode acarretar vários problemas. Desde logo fora desses contextos a probabilidade do "alvo" não comungar da mesma orientação sexual que tu aumenta exponencialmente. E os heteros tendem a levar muito a mal qualquer dúvida sobre a sua orientação sexual. Recomenda-se portanto uma abordagem subtil, sobretudo quando o contexto é o local de trabalho ou grupos de amigos. É aqui que entra a Lady T.
Uma abordagem subtil, eficaz e segura, deve ser uma abordagem assexuada. Pois assim, em caso de nega, nunca o "alvo" percebeu sê-lo. Ora como se consegue isto? Questionários sobre cultura gay. "Ah e a Eurovisão, que tal te pareceu?" - se a resposta for, "desde Malmö 92 que não abanava tanto a anca", sorri, o sexo anal está próximo. Se a resposta for negativa não desistas logo, investe noutros temas, Brokeback Mountain, Madonna, etc. as bichas não precisam tirar curso para o ser, alguns sabem mais de umas coisas e outros de outras. E depois, claro, há os que se gabam de não saber, nem se interessarem por nada disso. Bicha fachisti, é o nome científico.
Esta bicha é homofóbica, detesta all things rainbow, e jamais se deixará apanhar nas malhas de uma conversa sobre lantejoulas e bordados. Qual é o interesse de uma pessoa assim? É simples, na cama o limite é a imaginação: algemas, vendas nos olhos, cera derretida, chicote, orgia, etc etc etc. Afinal há que descompensar por algum lado, pelo que as bichas fachas se tornam bichas loucas na hora do sexo. Como identificar alguém assim? É fácil, basta perguntar pela Lady T.!
Um admirador heterossexual da Lady T. nunca será muito expansivo, a sua admiração é muito mais pelas suas políticas do que pela política propriamente dita, afinal, "o lugar das mulheres é na cozinha", é perigoso elogiar demasiado estes exemplos. Já um fã gay da Lady T. fica de imediato com um brilho nos olhos ao ouvir o seu nome, se estiver de gravata imediata e automaticamente verifica se o nó está direito, como se na presença da sua diva estivesse. Depois discorre uma infindável lista de elogios que inevitavelmente terminará com um "do que Portugal precisava era de uma mulher assim". É aqui que não te restam dúvidas de teres luz verde para avançar. Um "pois é, pois é" é suficiente para garantir uma resposta positiva ao convite para sexo que lhe deverá seguir. Estas bichas tendem a ser especialmente fáceis, e falando na Lady T. desperta-se no "alvo" uma série de hormonas que tornam urgente o alívio sexual. Agora que conhecem o truque, divirtam-se! E não se esqueçam do preservativo.
Direito de Resposta
O Lóbi Gay ficou muito preocupado com algum conteúdo publicado recentemente neste blog (renas e veados 05-07-2007), e vem por este meio tentar desfazer graves equívocos que por ele possam ter sido causados. O Lóbi condena veementemente o recurso a uma série de estereótipos sem qualquer correspondência com a realidade, numa tentativa vã de fazer humor. O Lóbi rejeita, uma vez mais, a ideia de que Margaret Thatcher possa ser considerada um ícone gay, dadas as suas políticas profundamente homofóbicas e a sua notória falta de glamour. O Lóbi condena ainda a divulgação pública de estratégias secretas pertencentes ao nosso PDM (Plano de Dominação do Mundo). De qualquer modo, face ao mal já feito, o Lóbi urge os seus membros a que ao menos, sempre que forem bem sucedidos na VTSA (via Thatcher para o sexo anal), tratem de filmar, para "memória futura", qualquer interacção anal ou de outra natureza sexual com os membros desertores do Lóbi.
Que o arco-íris esteja convosco e a Dorothy vos acompanhe,
RP do CC do LG
Cinema europeu, para lá dos orgasmos
Uma campanha simples, bonita, barata e com um sucesso que ninguém terá adivinhado. Estes são os restantes vídeos. Uma nota, para lá dos 5 grandes países (França, Itália, Espanha, Alemanha e Reino Unido) só identifico um filme dinamarquês (rodado em inglês), alguém vê mais?
"Una bella gnocca"
Lady Thatcher é una bella gnocca, quem o garante é Berlusconi, citado pelo Independent. Ora "gnocca" é calão italiano para vulva, algures entre "senaita" e "cona" em português de Portugal. Como Berlusconi chegou a esse veredicto não sabemos, mas para quem já está farto da discussão sobre sexo anal que decorre pela blogosfera, eis uma boa alternativa, a genitália da Dama de Ferro. Será mesmo bella ou antes uma de alto risco? A familiaridade com que Berlusconi se lhe refere indicia o pior...
quarta-feira, julho 04, 2007
E os blogs liberais não se insurgem?
Estranho o silêncio luso-liberal (aka católico-nacionalista) sobre esta cena do vídeo da UE. Até parece que não se passaram os últimos dias a discutir sexo anal. À primeira ilustração calam-se todos horrorizados? Frouxos...Actualização das estatísticas do vídeo: já ultrapassou o milhão de visualizações, mas estranhamente a sua (não) posição nos tops do YouTube não bate certo com estes números. Já lidera destacado o top da Technorati. E já está disseminado por vários outros portais de vídeo. Os liberais até podiam fazer piadinhas sobre os riscos do sexo anal e o êxito desta campanha viral, mas pronto, não aguentaram o poder das imagens...
Actualização da discussão sobre sexo anal: agora a sério, no Womenage a Trois.
terça-feira, julho 03, 2007
Eurotubes
Duvido que alguém tivesse previsto o sucesso do vídeo do momento, mesmo tendo em conta o optimismo do título: "Film lovers will love this!". O vídeo, que até já estava no YouTube desde 15 de Junho (e provavelmente antes num qualquer site institucional), só viu a luz do sucesso com o lançamento oficial do canal da EU, no passado dia 29. Neste momento já passou o 1/4 de milhão de visualizações, já está em segundo no top da Technorati e tudo indica que estes números são para multiplicar nos próximos dias. Uma aposta em cheio, portanto.
Mas as irritações também continuam a alastrar, depois dos eurocépticos britânicos e dos homofóbicos polacos, até o The Lede (blog do New York Times) se sentiu incomodado com um comentário do porta-voz da Comissão, Martin Selmayr, que disse que a Europa não era uma "Bible Belt", nome dado à cintura de estados sulistas mais religiosos e conservadores nos EUA.
Seguindo ainda a onda de interesse pelos assuntos europeus que este vídeo criou, é boa altura para lembrar que o EuroNews também já tem um canal no YouTube, com a vantagem de ter uma versão em português.
Ainda sobre a UE há vários vídeos da SIC disponíveis no Sapo, embora não arrumadinhos num canal. Mas o mais interessante é mesmo este, onde se vê o ministro da agricultura a sugerir aos pescadores de Matosinhos que reivindiquem a saída de Portugal da UE. Parece-me que a ideia dos pescadores era antes que os políticos portugueses fossem capazes de defender melhor os interesses portugueses em Bruxelas, coisa que nunca aconteceu no sector das pescas. Mas era interessante se alguns pescadores seguissem de facto o conselho do ministro. O euroentusiasmo português só será saudável e verdadeiro quando existir um eurocepticismo sério e com algum peso no país. A Europa não deve ser uma fatalidade, mas uma escolha consciente.
Mas as irritações também continuam a alastrar, depois dos eurocépticos britânicos e dos homofóbicos polacos, até o The Lede (blog do New York Times) se sentiu incomodado com um comentário do porta-voz da Comissão, Martin Selmayr, que disse que a Europa não era uma "Bible Belt", nome dado à cintura de estados sulistas mais religiosos e conservadores nos EUA.
Seguindo ainda a onda de interesse pelos assuntos europeus que este vídeo criou, é boa altura para lembrar que o EuroNews também já tem um canal no YouTube, com a vantagem de ter uma versão em português.
Ainda sobre a UE há vários vídeos da SIC disponíveis no Sapo, embora não arrumadinhos num canal. Mas o mais interessante é mesmo este, onde se vê o ministro da agricultura a sugerir aos pescadores de Matosinhos que reivindiquem a saída de Portugal da UE. Parece-me que a ideia dos pescadores era antes que os políticos portugueses fossem capazes de defender melhor os interesses portugueses em Bruxelas, coisa que nunca aconteceu no sector das pescas. Mas era interessante se alguns pescadores seguissem de facto o conselho do ministro. O euroentusiasmo português só será saudável e verdadeiro quando existir um eurocepticismo sério e com algum peso no país. A Europa não deve ser uma fatalidade, mas uma escolha consciente.
Polónia: a solução é emigrar
Vale a pena ler este artigo do Guardian sobre a emigração em massa dos homossexuais polacos para o Reino Unido e Irlanda. Um excerto:
«It is not just the police who are openly homophobic. Lech Wojtewski, 23, from Warsaw, said his doctor had referred him to a vet when he went to for a check-up. 'He told me there was a specialist for people like me and gave me an address. When I got there it was a vet.'I called him and he said, "What did you expect? You are an animal".'»
O nome que precisam mesmo mudar é este: Kaczynski
«O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco estendeu o nome oficial do campo de Auschwitz-Birkenau para chamá-lo de "campo de concentração e de extermínio nazista alemão de Auschwitz-Birkenau (1940-1945)", anunciou nesta quarta-feira o ministro polonês da Cultura, Kazimierz Ujazdowski. (...)
Esta mudança de nome permitirá, segundo Varsóvia, que se evite que vários formadores de opinião falem de "campos poloneses" ao se referirem a Auschwitz-Birkenau e a outros campos de concentração ou de extermínio instalados pelos nazistas alemães na Polônia ocupada (1939-1945). "A decisão da Unesco é uma vitória da verdade histórica sobre a mentira", declarou o ministro polonês da Cultura e do Patrimônio, citado pela agência PAP.»É vergonhoso que a Unesco se preste a este tipo de simplificações históricas, motivados apenas pela crescente vaga xenófoba anti-alemã que graça actualmente na Polónia. Toda a gente sabe onde surgiu o nazismo, este novo nome nada acrescenta. A simplificação apenas subtrai. Não é demais repetir: nem todos os alemães eram nazis, e nem todos os nazis eram alemães. E só uma memória completa e honesta do que aconteceu poderá evitar que se repita, onde quer que seja.
A excepção moral polaca
«El conservador Gobierno polaco, comandado por los gemelos Lech y Jaroslaw Kaczynski (presidente y primer ministro, respectivamente), pretende que sus 38 millones de ciudadanos no tengan los mismos derechos que el resto de los europeos. Varsovia ha incluido en el borrador del futuro tratado de la UE una cláusula de moralidad que, en la práctica, impedirá a los polacos protestar ante el Tribunal europeo de Luxemburgo cuando se les acuse en Polonia de violar la moral pública y la integridad física y familiar. (...) La inclusión de esta cláusula de moralidad no es definitiva y aún existe la posibilidad de que se elimine del texto durante la presidencia portuguesa de la UE.» [via]Ou sai a excepção, ou sai a Polónia ou não sai mesmo novo tratado. A bem da sanidade mental do continente.
segunda-feira, julho 02, 2007
Let's come together
A Comissão Europeia decidiu estrear-se em grande no YouTube. Este é um dos filmes no recém-criado canal (também com uma versão em alemão). Segundo comentários de quem gere o dito canal, depois de recebidas críticas pela escolha de um site americano, há interesse em abrir novos canais de vídeo on-line não apenas noutros idiomas, mas também noutros sites similares (como o DailyMotion, que é europeu).
Seja como for o que tem dado que falar é mesmo este vídeo, que mostra o apoio da Comissão ao cinema europeu. Os tablóides ingleses já estão todos excitados, o conservador e anti-europeísta Times cita um deputado britânico que diz: «Suponho que o filme é apropriado. A UE anda a foder a Grã-Bretanha há 30 anos.» Eu acho que é mais o contrário, mas giro é constatar que o hard-core deixou de ser linguagem exclusiva dos eurocépticos. Let's come together, shall we?
Actualização: chovem queixas da Polónia, segundo a BBC, por causa da cena entre dois homens. Por "cena entre dois homens" entenda-se o segundinho que só com muita atenção (e interesse pela temática) se consegue vislumbrar no video (aos 15 segundos, não sei de qual filme). Já a cena lésbica, do "8 femmes", distingue-se melhor.
Seja como for o que tem dado que falar é mesmo este vídeo, que mostra o apoio da Comissão ao cinema europeu. Os tablóides ingleses já estão todos excitados, o conservador e anti-europeísta Times cita um deputado britânico que diz: «Suponho que o filme é apropriado. A UE anda a foder a Grã-Bretanha há 30 anos.» Eu acho que é mais o contrário, mas giro é constatar que o hard-core deixou de ser linguagem exclusiva dos eurocépticos. Let's come together, shall we?
Actualização: chovem queixas da Polónia, segundo a BBC, por causa da cena entre dois homens. Por "cena entre dois homens" entenda-se o segundinho que só com muita atenção (e interesse pela temática) se consegue vislumbrar no video (aos 15 segundos, não sei de qual filme). Já a cena lésbica, do "8 femmes", distingue-se melhor.
Zapping dominical
Na RTP1 o domingo passado foi dedicado à princesa Diana. Concertos, entrevistas, documentários-tablóide. Fiquei na dúvida do porquê, solidariedade monárquica? Colonialismo britânico? Seja como for mais uma vez se viu que na RTP abunda a parolice mais medonha e o contínuo desrespeito dos valores da nossa República. Abjecto.
Na TVI apanho a meio uma reportagem sobre casais de lésbicas portuguesas que se vêem obrigadas a recorrer a esquemas para contornar a lei parafascista sobre procriação medicamente assistida que vigora no país. Não vi o suficiente para avaliar a qualidade do trabalho jornalístico, mas do que vi gostei, se alguém youtubasse a coisa era óptimo (o site da TVI diz que o vídeo estará disponível em breve). Uma nota negativa, comum a mil e uma outras reportagens, as pessoas que foram entrevistadas de forma anónima não viram o seu anonimato devidamente protegido, eu fui capaz de reconhecer pelo menos uma pessoa, que nem sequer conheço pessoalmente, o que me parece bastante grave.
Na SIC vejo finalmente um daqueles depoimentos de que já aqui falamos, neste caso um brasileiro homossexual e o seu filho adoptado, muito bonito (vou ver se acho no youtube).
PS: Acho que o vídeo da TVI já está on-line, mas é só para gente com ligação IOL. Googlem-no por favor.
Na TVI apanho a meio uma reportagem sobre casais de lésbicas portuguesas que se vêem obrigadas a recorrer a esquemas para contornar a lei parafascista sobre procriação medicamente assistida que vigora no país. Não vi o suficiente para avaliar a qualidade do trabalho jornalístico, mas do que vi gostei, se alguém youtubasse a coisa era óptimo (o site da TVI diz que o vídeo estará disponível em breve). Uma nota negativa, comum a mil e uma outras reportagens, as pessoas que foram entrevistadas de forma anónima não viram o seu anonimato devidamente protegido, eu fui capaz de reconhecer pelo menos uma pessoa, que nem sequer conheço pessoalmente, o que me parece bastante grave.
Na SIC vejo finalmente um daqueles depoimentos de que já aqui falamos, neste caso um brasileiro homossexual e o seu filho adoptado, muito bonito (vou ver se acho no youtube).
PS: Acho que o vídeo da TVI já está on-line, mas é só para gente com ligação IOL. Googlem-no por favor.



