quinta-feira, novembro 22, 2007

Uma campanha alegre

Acho que era dos poucos bloggers tugas que ainda não tinha usado o título do Eça, ei-lo, e a propósito, ainda, da campanha da Tagus - nome que, pelo menos entre os activistas gays, de sofá ou não, já ganhou enorme notoriedade nos últimos dias.
"Queremos colocar a marca no radar do consumidor". Com estas palavras, Sérgio Henrique Santos, director de planeamento estratégico da Lowe, justifica o título do manifesto «Assuma a sua heterosexualidade sem vergonha», criado pela agência para a Tagus.

A campanha contará, numa primeira fase, com mupis de divulgação e propõe criar a "primeira comunidade virtual portuguesa para todos homens e mulheres". De acordo com Sérgio Santos, o "Orgulho Hetero", nome desta acção, vem "criar um território de verdades, com uma mensagem mais irreverente", diz, Mesmo assim, descarta totalmente a possibilidade de gerar-se polémica, até porque, como sublinha, "só queremos criar buzz". E explica: "A barreira de qualquer marca é a indiferença e, como estamos a falar de uma que tem um budget baixo em relação a outras marcas de cerveja, temos de criar notoriedade em torno dela". Além de que, prossegue, trata-se tão só de "uma brincadeira, pois não estamos a formular qualquer juízo de valor".

A partir do site, que estará online esta sexta-feira, os internautas terão a oportunidade de fazer amizades, ao mesmo tempo que entram em contacto com a Tagus. A ideia é que a "marca fale com as pessoas e não para as pessoas", pois, "com uma campanha moderna e clean", queremos provar que existem mais do que duas marcas cervejas em Portugal", conclui.

Esta notícia diz tudo, ou quase. Baixo orçamento, mercado dominado pelas super-poderosas Sagres e Super Bock, procure-se então um pouco de "buzz", mas nada de polémicas, que isso é coisa mais pesada, pode correr pior. Ora nada melhor que uma indirecta à gayzada para gerar o tal buzz. E o "buzz" já ferve pela internet. A Tagus agradece.

Qual é o problema? À partida nada de grave, é só um buzz, passa depressa, como o vento. Mas o movimento gay perde assim uma fantástica oportunidade para estar magnanimamente calado, colhendo os frutos mais tarde. Eu explico, e na verdade é tudo muito simples. Aliás, é tudo muitíssimo complicado, mas na era dos buzz e dos soundbites, é forçosamente simplificado.

Sim, quem já trabalhou e participou no Orgulho Gay e nas suas reivindicações tem motivos para se sentir ofendido com esta campanha. Todo o trabalho, suor, privações e provações para o construir são subitamente caricaturados para vender cerveja. Quem perdeu já horas de vida a explicar que o Orgulho Gay não é o "Orgulho em se ser gay", mas o orgulho em ser capaz de dar cara, de vencer os obstáculos, de lutar contra a homofobia, que o Orgulho Gay pode ser o orgulho de qualquer hetero que se junte à luta, fica necessariamente furibundo ao ver surgir uma "causa hetero" promovida pela cerveja, que se resume a um site de engates hetero, igual a milhões de outros sites, embora este claramente mais sujeito a ser dominado por rapazes virgens.

É claro que gritar "sou hetero" numa sociedade onde a heterossexualidade é a hegemonia, é chover no molhado. É que "somos todos hetero" até prova em contrário. A Sagres e a Super Bock nunca usaram a palavra "hetero" na sua publicidade porque não precisaram, porque está lá, sem ser preciso estar. Tal como os reality shows de engate, cenas de um casamento, etc, nunca a usaram. Toda a gente pressupõem que seja para heteros, sendo que muita dessa gente desconhece ainda a palavra.

O "hetero" só passa a fazer sentido a partir do momento em que o "gay" começa a fazer-se notar. Nesse sentido este "Orgulho Hetero" é até um sinal positivo, mostra que há uma brecha na hegemonia. Que o gay já se faz notar ao ponto de haver marcas de cerveja que acham que pôr um bando de rapazes a mandar piropos à empregada do bar já não chega para marcarem a sua heterossexualidade.

É tudo tremendamente vazio de conteúdo, e nada explicitamente homofóbico. Exacto, esta campanha não é explicitamente homofóbica. É sobretudo tonta, e claro, só possível num contexto de muita homofobia ainda enraizada, mas não vincula as mensagens que aqui se quer crer que passam. É por isso que me oponho frontalmente contra essa simplificação e presunção. Porque dessa simplificação facilmente nasce outra, "se o orgulho hetero é homofóbico, então o orgulho gay é heterofóbico". E a maioria das pessoas nunca gastará mais segundos de reflexão sobre o tema que isto.

É óbvio que não existe uma simetria entre uma coisa e outra, entre ser gay e hetero, entre ser discriminado por se ser gay e uma hipotética discriminação por se ser hetero. É por isso que faz sentido um Orgulho Gay e não um Orgulho Hetero. Mas é, ou não, essa simetria o nosso objectivo final? A plena igualdade, o dia em que o Orgulho Gay seja tão desnecessário e tonto quanto este? Ora se esse é o objectivo, não vale a pena criar guerras com uma campanha assente numa falsa simetria, mas falsa apenas porque ainda não real, embora há muito sonhada.

Aquilo que o movimento gay pode e deve exigir à Tagus, é que esta mostre que o seu Orgulho Hetero é tão aberto e inclusivo quanto o nosso Orgulho Gay. Ou seja, a Tagus devia ser convidada a patrocinar e a comparecer nas próximas marchas do Orgulho LGBTA (A de aliados) com o seu carro do Orgulho Hetero. Só depois de recebida a resposta a esse convite, se poderiam tirar, ou não, outras conclusões. Até lá, é tudo na base da precipitação, i.e., do precipício.

Nunca nos esqueçamos. Só as vítimas não gostam de estar no seu papel, mas nunca foi preciso ser vítima para alguém se sentir vitimizado. O Pacheco Pereira chora-se pela "tentativa de silenciamento do seu blog" e chorará sempre, por mais vezes que seja linkado e citado nos jornais. Não ofereçamos à Tagus numa bandeja de prata o papel de "vítima da heterofobia", please. Há coisas tão mais importantes com que nos ocuparmos. Façamos o humor e não a guerra. É uma campanha para heteros, não é? Pois que sejam os heteros a preocupar-se com ela... e a aguentarem goela abaixo o inenarrável sabor de uma Tagus.

PS: Já a Super Bock e a Sagres supostamente são para todos mas só mostram "gajas boas" nas suas publicidades, isso sim é invisibilidade e indiferença.

53 comentários:

/me disse...

Concordo contigo. Mas não deixo de estar extremamente irritado. Eu também não vejo, nem vi, homofobia nesta campanha. Vejo vale tudo, vejo falta de sensibilidade, vejo o desvalorizar de uma causa de uma minoria e o consequente desrespeito dessa minoria.

Acho que chega para ficar irritado.

E também compreendo que estrategicamente seria melhor fazer como dizes.

Mas continuo a achar que falar em orgulho hetero hoje é quase equivalente em falar em orgulho branco há alguns anos atrás. Acredito que seja apenas inconsciência. Mas é menos grave por isso?

Héliocoptero disse...

Que mais há a acrescentar a esta entrada à excepção de um aplauso?

Siona disse...

A campanha, se calhar, foi mesmo feita por pessoas inteligentes, que previram a reacção de suporte que iria (vai) surgir em resposta à contra-campanha, em 'backlash', e todo o ruído 'publicitador' feito à volta disto.

A Tagus já ganhou o dia, independentemente de outras considerações...

/me disse...

Por acaso, não me incomoda que a Tagus ganhe o dia. Não me parece que seja boa política não reagir.

Siona disse...

A mim incomoda (o que não é dizer que não se deva reagir, ou que se deva, é só dizer que não gosto que a indústria cervejeira faça dinheiro à custa disto).
Sou uma orgulhosa não-bebedora de cerveja :) (que é um orgulho bem menos tonto que o da campanha)

bossito disse...

Para que fique claro como a água, eu também não defendo uma não reacção, e naturalmente eu já dei os meus grãozinhos de esforço para que a Tagus ganhasse o dia (4 posts para ser mais exacto).

O que defendo é alguma ponderação antes de reagir, as reacções a quente raramente são as melhores... sobretudo por parte de instituições é de se esperar maior cuidado. Há que parar, ver o efeito, analisar, e então sim reagir de forma mais eficaz e sem nos tornarmos no idiota útil da coisa.

A campanha não é um ataque directo. Logo o melhor é usar de diplomacia e bom humor, como proponho no post, convida-los para participarem e patrocinarem as marchas LGBT parece-me um óptimo ponto ;)

bossito disse...

Até porque ao contrário de 90% das empresas nacionais, esta já não pode dizer "não acreditamos em orgulho por uma orientação sexual" bla bla bla...

Anónimo disse...

Seja como for, a reclamação no Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade não é nada de mais.

Basta visitar o site do ICAP (http://www.icap.pt/site/reclamacao_email.php)

Anónimo disse...

Concordo com o que o autor do post diz. Vi ontem um anúncio no YouTube da Levi's para o público gay, achei piada, arrojado e "politicamente incorrecto". Mas corajoso que não ofende as escolhas e orientações sexuais das outras pessoas. Esta campanha da Tagus para Portugal parece-me uma óptima oportunidade para todos, pois pode abrir novas oportunidades para outras marcas começarem a vender abertamente e sem tabus para outras minorias (destesto esta palavra). A reacção de algumas pessoas só contribui para o clima de medo e de intolerância. É um nós vs eles que nunca deveria existir. Boa Tagus, espero que a seguir a ti venha alguma marca falar só para nós sem medos de censura.

sérgio vitorino disse...

Boss, nunca pensei ver-te aderir ao argumento de que mostrar o que é o orgulho extremo hetero no seu extremo - como faz a campanha das panteras - é transmissor de uma ideia de heterofobia. Estou-me marimbando para a Tagus. A Tagus é um pretexto como qualquer outro para continuarmos a falar de homofobia e a denunciá-la, e ao heterossexismo reinante.
Naturalmente, acho que as Panteras Rosa responderam à letra, e com humor, e naturalmente, tu e eu não estamos de acordo quanto a isto.

Anónimo disse...

Este post é um disparate.

"Aquilo que o movimento gay pode e deve exigir à Tagus, é que esta mostre que o seu Orgulho Hetero é tão aberto e inclusivo quanto o nosso Orgulho Gay. Ou seja, a Tagus devia ser convidada a patrocinar e a comparecer nas próximas marchas do Orgulho LGBTA (A de aliados) com o seu carro do Orgulho Hetero." --- Não percebes que não é disto que se trata?!

Esta campanha vive da discriminação - e a homofobia é a forma escolhida por ser ainda considerada socialmente consensual, ao contrário do racismo, por exemplo. E é precisamente isto que deve ser combatido nesta campanha. Se a camapanha tivesse por mote o 'Orgulho Branco', mais ondas haveria, com certeza.

FuckItAll disse...

Caro Boss, venho só, mais uma vez, tirar chapéu perante ti. Isto deixa dito tudo o que há para dizer (pra mim, of course). Bem-hajas.

Nan disse...

Ainda não li os comentários, só o post. Mas corri logo para aqui para te dizer que és o maior e que continuas a ser um dos meus heróis. Pronto, está dito! :-)

FuckItAll disse...

só mais um detalhe: o texto do maradona, d'A Causa Foi Modificada, que a Shyznogud cita no post abaixo, é uma boa explicação de algo que dizes: que esta campanha contém, só por si e independentemente das intenções, já um reconhecimento da visibilidade gay.

http://womenageatrois.blogspot.com/2007/11/gua-cevada-e-lpulo.html

Anónimo disse...

Se acho que a campanha das Panteras Rosa poderá ser excessiva, não posso concordar com o "não falar" desta campanha, até porque olhando para as reacções o buzz tem sido negativo e buzzes negativos não geram vendas.

Nem posso concordar que a campanha não tenha nada de mal. Tem sim, porque há um contexto social e a abordagem demonstra falta de ética, o que não é o mesmo que dizer que a Tagus quer explicitamente promover a homofobia, mas quer queira ou não, fá-lo e deviam saber isso. Brincam com algo que não é para brincar. O sentido de humor para isto talvez daqui a 100 anos quando termos como "orgulho gay" sejam uma coisa distante e desnecessária.

O argumento do não me atinge é mais dos gays de armário (que se intitulam de moderados, claro), do que aqueles que dando o devido valor que esta campanha merece (que é q.b.), a utilizam para denunciar o que está mal nela. Quem cala consente, quem cala perde uma boa oportunidade de usar pedagogica e positivamente uma iniciativa de mau gosto, insensível e irresponsável socialmente.

Portanto o herói do boss não é herói nenhum. Aproxima-se mais daqueles que radicalmente, até, já vi criticar de forma exagerada: o gay com falta de capacidade de desconstrução de situações incorrectas por razões de homofobia ou, pelo menos, promotoras dela e com falta de auto-estima enquanto gay.

Anónimo disse...

eheheh em Portugal só há lugar para um tipo de orgulho!! é o orgulho gay e mai nenhum!!! que ousadia se mencionar noutro orgulho sexual ...

em espanha o famoso orgulho gay até criou um tribunal para punir todos que se manifestem contra o seu famoso orgulho!!

e mais ainda, o governo da catalunha até ja faz parte do famoso orgulho!! eheh orgulho Hetero, que blasfémia!!

http://www.elperiodico.com/default.asp?idpublicacio_PK=46&idioma=CAS&idtipusrecurs_PK=7&idnoticia_PK=457908

bossito disse...

Como me parece que algumas pessoas comentaram sem se darem ao trabalho de ler o post, e já agora os anteriores, fica aqui um breve resumo:

1) nunca elogiei esta campanha, acho-a tonta e de mau gosto.

2) mas é só uma campanha de uma cerveja, não é um movimento político e não tem intenções políticas claras - embora só seja possível num determinado contexto político, o nosso, homofóbico q.b. mas com crescente e recente visibilidade gay.

3) da tontice e mau gosto da campanha proponho que não se responda na mesma moeda, mas de forma mais sóbria e inteligente, e sem servirmos de carvão para a mesma.

4) e acho que a campanha, sendo tonta e de mau gosto, revela sinais positivos e oferece novas oportunidades. E sim, ainda bem que o "Orgulho Hetero" veio de uma cerveja e não de uma igreja ou partido.

5) alguns cartazes das Panteras Rosa, são, na minha humilde opinião, grosseiros e roçam o difamatório. Em vez de responderem de um nível superior, baixam a fasquia. E geram um "gays versus heteros" deprimente.

Se não estava claro no post, espero que tenha ficado agora.

bossito disse...

Exacto FuckItAll, e além disso, como dizia no post anterior, na sua tontice populariza e aligeira os termos "orgulho" e "hetero". O que é algo positivo, e interessa ao orgulho e visibilidade gay. Diria até que o Orgulho Gay sai relegitimado depois disto - e é por aí que se deve responder.

O Maradona vai de encontro à minha previsão do outro post: «A minha dúvida está mesmo em relação à atitude do "cidadão heterossexual comum". Desconfio que uma cervejita alternativa que se promove com "orgulhos heteros" lhes soe tremendamente gay.» ;)

eduardo b. disse...

Para efeitos de contabilidade, estou com o Boss.

Unknown disse...

Em relação às palavras do representante da Tagus, relembraram-me estranhamente a desculpa do bando de energúmenos que responderam em tribunal pela morte da Transexual Gisberta, que não passou também de uma brincadeira. Mas este tipo de brincadeira custa vidas. Vidas humanas. E, embora como disse o Boss, não se veja nada de "explicitamente homofóbico", o problema é que implicitamente a homofobia está lá. Não sei se alguém notou a semelhança entre esta campanha e as do Goebbels. Esta campanha é muito subliminar, promovendo precisamente o mesmo tipo de orgulho em se ser hetero como o orgulho de ser branco,como o orgulho em se pertencer ao partido Nazi. Não se pode observar apenas a superfície...

Oppenheimer disse...

Boss

parabéns por um post soberbo. Quero que saiba que há muitos LGBTAs (aliados) por aí. Somos cada vez mais. Já agora, num exercício de marketing sem vergonha, deixo-lhe um link para o nosso blog.

http://boinafrigia.blogspot.com/2007/11/buzz.html

Unknown disse...

Ainda não vi a campanha (sem ser na net), e o tal site do orgulho hetero não abre. Não é a primeira, nem certamente a última, tentativa de promover o reconhecimento de uma marca pela polémica. O primeiro objectivo já foi atingido, e a prova disso é o debate que se criou à volta do anúncio. Por outro lado, a criação de uma rede social é certamente ambiciosa, principalmente tendo em conta os ganhos associados com esse tipo de sites (mantidos por anúncios).

Claro que agora a Tagus tem um novo objectivo, remediar os estragos dos criativos que idealizaram a campanha, pois presumo que não queiram ser rotulados de homofóbicos, ou outro nome feio que invoque descriminação.

Marlene disse...

:)
A festa que vai por aqui...esta marca está a conseguir exactamente aquilo que pretendia...todos falam nela...:)

Acho que, apesar de todo o mau gosto da campanha se está a dar demasiada importância a algo que foi um "brilhante" truque de marketing...Ah, será que é preciso deixar explicito que não apoio a campanha para que não me "batam" por aqui? Calma minha gente,ai os cabelos brancos...

Anónimo disse...

Tu és hetero? Então não és (muito) bem-vindo a pernoitar neste hotel do Bairro Alto: www.anjoazul.com

É que pela ordem de argumentação de algumas pessoas, eu diria então que um hotel explicitamente orientado e publicitado para a comunidade gay, parece-me bastante descriminador e simbolo de exclusão.

Anónimo disse...

Oi. Pode ser que esteja fazendo uma grande confusão, mas mesmo assim...:
Sou hetero. Tenho imensos amigos homo, de ambos os sexos. Talvez por isso tenha me feito um pouco de confusão ver uma marca de cerveja (ou de outra treta qualquer) marcar presença com um orgulho de qualquer coisa. Sinceramente, quando ouvi falar de tal, só me lembrei de uma palavra: preconceito. E não me vejo a pedir uma tagus. Não antes, e agora ainda menos. Portanto, suponho que o tiro tenha saído pela culatra...

Anónimo disse...

É só bicheza, este blogue! Suas doidas!

André disse...

http://www.meiosepublicidade.pt/2007/11/26/tagus-suspende-orgulho-hetero/

Anónimo disse...

não sei se nos 27 comentários anteriores alguém já disse o que eu vou dizer (perdoem, mas não tenho tempo para ler tudo).
Ajudando à ideia do boss, para quê esperar pelas marchas? Façamos já uma festa, a festa do orgulho gay (não exclusivo) e a Tagus que patrocine. Mas que permita a venda de outras bebidas alcoólicas, tá?

Anónimo disse...

Acho que muita gente não entendeu que existem conceitos da expressão "orgulho hetero". Esse tem sido o erro das Panteras Rosa.

Tal como o orgulho de ser português não significa o orgulho colonialista e invasor, o orgulho hetero não significa o orgulho heterossexista. Aliás, tal como o orgulho em ser português pode ser afirmar-se sem deixar de coexistir com outras nacionalidades e não sentir a necessidade de aumentar este rectângulo mais as ilhas adjacentes, o orgulho hetero pode significar continuar a ser hetero e conviver harmoniosamente com outras orientações sexuais.

Está-se claramente a confundir orgulho hetero que é saudável com orgulho heterossexista. Esta última é que não passa de uma opção fascista de eliminição de outras orientações.

Quanto ao fazer humor com a causa gay. Eu acho que não existe nada acima do humor inclusivé Deus nosso senhor, Jesus Cristo, Maomé e Dalai Lama.

Amigos lisboetas, continuem a fazer humor sobre a cidade do Porto e os portuenses, porque eu tenho sentido de humor e não gosto que os problemas regionais resultantes do centralismo nos tornem cinzentos, sisudos e obtusos. Eu luto há anos pelo desenvolvimento da minha cidade e região, enfrentei o desemprego e a migração mas no entanto nunca deixei de ter um carinho especial pelo Zé Estebes.

sérgio vitorino disse...

tenho de tirar o chapéu ao comentário de nominal, pelas palavras certas e capacidade de análise.
Quanto ao orgulho de ser português, não é senão nacionalismo. Uma coisa é o respeito e a identificação com um povo e uma cultura. Agora, orgulho de ser português, é tão tolo como o de ser gay ou o de ser hetero. Tenho mais orgulho num amigo belga generoso e humano que num português racista, como tenho mais orgulho no trabalho de activistas portugueses que lutam contra a discriminação do que num espanhol que bate na mulher - as suas origens nacionais não são critério nestes meus orgulhos. Não confundam não-vergonha com orgulho. Term orgulho naquilo que não se escolheu é um absurdo.
Nada está, de facto, acima do humor, nem uma campanha de uma cerveja que se põe a jeito para podermos voltasr a intervir sobre homofobia, um pretexto como qualquer outro.

sérgio vitorino disse...

tenho de tirar o chapéu ao comentário de nominal, pelas palavras certas e capacidade de análise.
Quanto ao orgulho de ser português, não é senão nacionalismo. Uma coisa é o respeito e a identificação com um povo e uma cultura. Agora, orgulho de ser português, é tão tolo como o de ser gay ou o de ser hetero. Tenho mais orgulho num amigo belga generoso e humano que num português racista, como tenho mais orgulho no trabalho de activistas portugueses que lutam contra a discriminação do que num espanhol que bate na mulher - as suas origens nacionais não são critério nestes meus orgulhos. Não confundam não-vergonha com orgulho. Term orgulho naquilo que não se escolheu é um absurdo.
Nada está, de facto, acima do humor, nem uma campanha de uma cerveja que se põe a jeito para podermos voltasr a intervir sobre homofobia, um pretexto como qualquer outro.

bossito disse...

Mas porquê Sérgio? Alguém te concedeu o poder de determinar o significado profundo de cada orgulho? Porque é que o orgulho português não pode ser o que disse o Vítor? És tu quem decide?

Eu acho curiosa a satisfação que algumas pessoas tem revelado com o silenciamento da Tagus. Que outra coisa se extrairá daí se não a imagem de patrulhamento censório que já tem o movimento LGBT? O que é que se construiu com isso? Nada, rigorosamente nada.

É esse activismo de reacção, de mera reacção, à espreita da "oportunidade", e que surge para calar, apontar o dedo... que me parece profundamente anti-liberal (no bom sentido do termo), e me faz sentircada vez menos próximo do movimento. Eu preferia um movimento mais construtivo, que acrescentasse, não subtraísse, que apontasse soluções, em vez de ficar à espera dos problemas.. enfim, mas não é essa a onda. É por isso que estou fora, e sem espaço para entrar.

sérgio vitorino disse...

lol, boss, o direito que me assiste é apenas o de ter opinião sobre as coisas, orgulhos incluídos, e é o mesmo que te assiste a ti e ao vítor. O movimento que desejas é o mesmo que eu desejo, acredito profundamente nisto, mas sei que ele não existirá enquanto não existir uma capacidade real de comunicação e de mobilização de um número razoável de lgbt's, e não apenas da trintena que hoje faz o movimento associativo. As centenas de pessoas que debateram este assunto, discutiu connosco (só no nosso blog e mail, mais de 120 pessoas - e a maioria entendeu o problema que estávamos a colocar -, entre elas muitas malta lgbt de nova geração, mas não só, faz-me pensar que este é o caminho, porque sei que isto é pré-condição para outros passos. Tem em atenção também o seguinte: as panteras não são a ILGA, não são uma associação, não são uma organização, não têm objectivo de apoio social e muito menos objectivo institucional. São aquilo que dizem ser: um grupo de combate e provocação de reflexão sobre as discriminações, em particular estas. O que estamos a fazer não é mais do que acordar malta LGBT para a realidade da discriminação - porque muita gente, mesmo sofrendo-a a nega -, e trazer à luz a homofobia expressa nos comentários homofóbicos e de defesa de um orgulho hetero que nós e tu recebemos igualmente. Não somos nós, boss, que colocamos heteros contra homo - essa é já a realidade que temos. Nós só a espicaçamos, porque não se pode combater nem fazer pedagogia contra aquilo que não se vê e só se exprime em surdina. Sempre foi assim, sempre será.
De resto, sobre orgulhos nacionais, percebo-os na Palestina, no País Basco, na Galiza e noutras nações sem direito a estado... não as os entendo noutros contextos. Na altura do euro 2004 apeteceu-me fugir. Estou no meu direito, é a opinião pessoal de um sérgio que nasceu em Portugal mas que podia ter nascido na conchichina, e que portanto não faz disso um motivo de orgulho, mas apenas uma base cultural com que parte para o resto do mundo.

sérgio vitorino disse...

lol, boss, o direito que me assiste é apenas o de ter opinião sobre as coisas, orgulhos incluídos, e é o mesmo que te assiste a ti e ao vítor. O movimento que desejas é o mesmo que eu desejo, acredito profundamente nisto, mas sei que ele não existirá enquanto não existir uma capacidade real de comunicação e de mobilização de um número razoável de lgbt's, e não apenas da trintena que hoje faz o movimento associativo. As centenas de pessoas que debateram este assunto, discutiu connosco (só no nosso blog e mail, mais de 120 pessoas - e a maioria entendeu o problema que estávamos a colocar -, entre elas muitas malta lgbt de nova geração, mas não só, faz-me pensar que este é o caminho, porque sei que isto é pré-condição para outros passos. Tem em atenção também o seguinte: as panteras não são a ILGA, não são uma associação, não são uma organização, não têm objectivo de apoio social e muito menos objectivo institucional. São aquilo que dizem ser: um grupo de combate e provocação de reflexão sobre as discriminações, em particular estas. O que estamos a fazer não é mais do que acordar malta LGBT para a realidade da discriminação - porque muita gente, mesmo sofrendo-a a nega -, e trazer à luz a homofobia expressa nos comentários homofóbicos e de defesa de um orgulho hetero que nós e tu recebemos igualmente. Não somos nós, boss, que colocamos heteros contra homo - essa é já a realidade que temos. Nós só a espicaçamos, porque não se pode combater nem fazer pedagogia contra aquilo que não se vê e só se exprime em surdina. Sempre foi assim, sempre será.
De resto, sobre orgulhos nacionais, percebo-os na Palestina, no País Basco, na Galiza e noutras nações sem direito a estado... não as os entendo noutros contextos. Na altura do euro 2004 apeteceu-me fugir. Estou no meu direito, é a opinião pessoal de um sérgio que nasceu em Portugal mas que podia ter nascido na conchichina, e que portanto não faz disso um motivo de orgulho, mas apenas uma base cultural com que parte para o resto do mundo.

bossito disse...

Consegues sempre a proeza de, mesmo tendo muitos objectivos comuns aos meus, fazer-me discordar de quase cada linha que escreves LOL

Mas resumindo, discordo sobretudo desta: «Não somos nós, boss, que colocamos heteros contra homo - essa é já a realidade que temos. Nós só a espicaçamos, porque não se pode combater nem fazer pedagogia contra aquilo que não se vê e só se exprime em surdina.» E é aliás precisamente por essa discordância que considero a vossa contra-campanha muitíssimo mais nociva do que a da Tagus, que aliás tinha tudo para dar indirectamente bons resultados.

Mas agora não tenho muito tempo para aprofundar a minha posição, prometo sobre tudo isto um post para breve. Mas insisto, associar gratuitamente heterossexualidade a homofobia é um caminho errado, desonesto e muito perigoso.

sérgio vitorino disse...

Concordo apenas parcialmente, porque tu me atribuis uma confusão que eu não faço em nenhum momento, entre heterossexualidade e cultura hetero. Uma é uma orientação sexual legítima, e a outra um sistema de opressão de lgbt's e das mulheres, que deve ser provocado e desmontado para podermos todos reinventar isto da sexualidade e abalar os fundamentos do patriarcado.
Essa provocação é o perigo que assumimos, e para mim é melhor do que estar calado e deixar passar as coisas em branco.
Em perigo constante já vivem muitos homossexuais deste país, nós não acicatamos o ódio - ele já lá está, boss. Tudo o que fazemos é para educar contra ele.
Achas que algum dos comentários heteroafirmativos ou mesmo homofóbicos que ambos recebemos se deve a um preconceito que nasceu agora na cabeça das pessoas graças à campanha das panteras? lol Se tivessemos tanta capacidade e impacto, já a tínhamos utilizado no sentido oposto, promise.
Olha, nunca tinha explicado a tanta gente hetero e com tanto sucesso esta coisa da necessidade de visibilização lgbt - que aqui o movimento assumiu fazer com o dúbio e difícil de explicar "orgulho gay" - e de porque não se trata do orgulho numa orientação sexual.
Respeitando a tua posição, acho que o que propunhas era que prescindíssemos do esforço de fazê-lo.
Anyway, é sempre um prazer debater contigo, espero que seja mútuo :)

Má ideia! disse...

bitaite: heterossexualidade Não é igual a homofobia. certo. tal como heterosexualidade não é igual a machismo. Chamou-me a atenção um post de Siona em que reza: "A sexualidade estereotipada, um aspecto sempre menos feliz, sobretudo porque a diversidade de orientações, e maneiras de os viver, é até maior entre a população Trans do que a Cissexual". Falo nos sapatos da BI, que encontra nos homens heterosexuais uma sexo/socialidade estereotipada, e nos homens bi algo diferente, e nos homens gay tantas vezes um objecto de desejo "se-não-fosse"

Má ideia! disse...

Na sexo/socialidade hetero, coisa estranha e indefinida, encontro frequentemente o machismo (comportamento patriarcal de ambas as partes) como única forma de reconhecimento, ou como um grande medo de agir diferente. E agora? que fobia é esta? Estamos longe de discutir anuncios. Por mim é esforço de visibilidade, contra o papa e os filmes de domingo á tarde. Mas sem rancor!

Anónimo disse...

Há 2 anos o Gay Parade de S.Paulo lançou uma campanha nas ruas para divulgação do evento. Sabem o que eles fizeram?? Colocaram sabonetes espalhados pela calçada com um papelinho. Quem quissesse ler a mensagem no papelinho teria que literalmente se dobrar para o fazer. Estão a ver a diferença? No Brasil a comunidade Gay usa a ironia e brinca com os estereótipos para normalizar a sua "diferença" e dar-se a conhecer num tom de humor e boa onda. Em Portugal, talvez por uma questão cultural e não só, acentuam-se os tabus.

Má ideia! disse...

a sério? tabú é aquilo em que NINGUÉM pode tocar (porque mexe com investimentos libidinais, repressão duh, basilares para a manutenção de certa cultura).
Pfiuu, darrlings, critique-se, contracritique-se a acção,expluda-se em argumentos de porque é q não vale a pena meter-se em alhadas com a publicidade, cinema, negócios ( a cultura é o 2º negócio da europa) mas a maioria dos argumentos andam no "mais valia estar quieto", num ASSIM não brinco, como se fossemos todos marqueteiros de guerrilha ad-hoc, fartos de suar para a causa. É muito mais real ficar no blog a mandar vir com os sapatos do papa? (e isto não é hate mail)

Má ideia! disse...

estes verificadores de letras parecem mata-dislexicos

bossito disse...

Sérgio, por certo que ninguém se tornou homofóbico por causa da vossa campanha, nunca sequer sugeri isso. O que a vossa campanha fez foi corresponder aos estereótipos negativos em relação ao movimento gay, o tal "patrulhamento censório" que logo referiram nos jornais.. Falas em humor, mas eu não vi nenhum humor na contra-campanha, só agressividade gratuita.

Sim gratuita, porque se este recuo da Tagus mostra alguma coisa, é que nunca houve má-fé por parte da campanha. A razão pela qual discordo da comparação entre "orgulho branco" e "orgulho hetero" é que o primeiro tem um historial de violência, de grupos que o usam como nome, etc etc, que lhe dão um peso que claramente o "orgulho hetero" não tem. Porque estas expressões vão ganhando o peso e o sentido que o desenrolar dos acontecimentos lhe dá. E eu preferia que fosse uma cerveja a apropriar-se do Orgulho Hetero do que um partido ou religião...

Da mesma forma que tu explicas o sentido e contexto histórico-social de Orgulho Gay, podia a Tagus explicar o seu de Orgulho Hetero - expressão nunca usada em Portugal, e sem nenhum uso relevante no resto do mundo. Ou seja, uma expressão ainda em busca de significado. Foram vocês Panteras que se precipitaram a dar-lhe um significado que não era o tencionado pela Tagus.

Da mesma forma como muitos cronistas adoram distorcer o sentido que nós damos ao Orgulho Gay...

Um movimento demasiado fechado e preso a reacções automatizadas, quase dogmáticas... é com essa sensação que eu fico, e creio não ser o único. O movimento é pequeno? Pois não duvido. E precisamente por isso é fácil a acção de uns passar por ser a acção de todos. Mesmo que esteja longe de corresponder à tal massa alheada do movimento, mas que é também parece ser demasiado alheia ao dito cujo.

sérgio vitorino disse...

boss, não temas, a acção das panteras não passa por ser de todo o movimento. Já temos tempo e diversidade suficiente para que mesmo de fora se vá percebendo que também aqui há diferentes sensibilidades. Ou deveremos a partir de agora moderar e limitar todas as nossas intervenções - ou mesmo deixarmos de pronunciar-nos enquanto colectivos, porque há o risco permanente de sermos entendidos como o todo do movimento? A campanha pelo casamento civil, por exemplo, com que pessoalmente não me identifico, deveria então estar caladita, por não ser este um anseio de todo o movimento? Há aliás um artigo de opinião no jornal de negócios desta semana que diz que esta contra-campanha foi feita por uma minoria gay radical - só se engana no gay, porque de facto as panteras são lgbt, queer e hetero, a julgar pelo panterame que se define como sendo alguma coisa na sua sexualidade.
Estás no teu direito de interpretar a boa ou má fé da Tagus, eu não ambiciono ter dons para tanto. O que vejo é uma campanha publicitária a brincar com coisas demasiado sérias, porque demasiado vivas e opressoras de muit@s, e a única intencionalidade que me parece evidente é a do lucro para a marca anunciada. Que a Tagus tenha alterado a sua campanha não me diz nada sobre a boa fé de ninguém, diz-me apenas que lhes demos uma coça valente e merecida.
O "orgulho hetero" não é, ao contrário do que dizes, um conceito em busca de conteúdo. Desde logo, porque tem sido usado pelo PNR - ah pois, a tagus não chegou primeiro! - e depois, sobretudo, porque é um sentimento real e existente. Combater a homofobia não é apenas lutar por uma igualdade formal. Por mais que doa aos discursos moderados, é sobretudo combater o privilégio e a hegemonia das representações hetero em benefício de representações diversas, reconhecedoras da diversidade humana. Isto implica necessariamente a recusa de orgulho em qualquer orientação sexual e em quem o promova, mesmo que sob a forma "leve" de uma campanha publicitária. Pelo menos, é nisto que acredito.
Por outro lado, o responder ou não à campanha da Tagus foi uma decisão ponderada nas Panteras, e mesmo entre nós houve várias posições expressas. De automática, embora rápida, a nossa reacção não teve nada. Quanto a dogmática... creio que só pode ser dogmático quem não está aberto às várias posições e possibilidades, e a discutir sob todos os pontos de vista. Honestamente não creio ser o caso das Panteras, vejo neste colectivo hoje em dia alguma da massa crítica mais promissora para o movimento, e uma capacidade de abraçar novas questões e pontos de vista que tenho observado em poucos colectivos do que quer que sejam... Sei que não és o único a pensar assim. Resta-nos o consolo de sabermos que claramente também não fomos os únicos a pensar assado.

Siona disse...

"Já temos tempo e diversidade suficiente para que mesmo de fora se vá percebendo que também aqui há diferentes sensibilidades."

Not really...

bossito disse...

Sérgio,

«O que vejo é uma campanha publicitária a brincar com coisas demasiado sérias, porque demasiado vivas e opressoras de muit@s, e a única intencionalidade que me parece evidente é a do lucro para a marca anunciada.»

Se isto não é dogmatismo é o quê? Nada é demasiado sério para brincar com, o que varia é a graça das piadas. E não "orgulho hetero" não é um conceito desenvolvido, reconhecido e histórico como é o "orgulho branco", pode perfeitamente ser "preenchido" com uma mensagem tolerante - até o movimento LGBT podia tomar a iniciativa, apropriando-se antes que outros o fizessem..

O truque é sempre não cair no óbvio, no previsível. Escrevi isso mesmo antes mesmo da vossa contra-campanha surgir.

E concordo totalmente com a Siona, não há nem diversidade nem dimensão suficiente para se perceberem as diferentes associações e movimentos como distintos uns dos outros. Isto pode ser difícil de ver para quem vive embrenhado no movimento, mas basta afastarmo-nos um pouco, falar com os tais "cidadãos LGBT comuns" para perceber isso mesmo.

bossito disse...

E falando no sagrado do "Gay Pride", aposto que serás o primeiro em Portugal a aderir à Gay Shame, vale a aposta? ;)

sérgio vitorino disse...

boss, insisto, o termo orgulho hetero era o das tshirts do PNR na manif anti-gay do ano passado. Também no Brasil está a decorrer uma campanha fundamentalista regiliosa com o mesmo slogan.
Sobre a diversidade do movimento, vocês até podem ter razão, mas fazer o quê? Devemos calar-nos porque há sempre risco de a parte passar pelo todo? Auto-censuramos o movimento e as posições públicas de cada associação? Qual é a solução (razoável)?

Sobre o Gay Shame, acertaste bem. Sempre fui crítico do termo orgulho, e se gosto especialmente do 28 de Junho em Barcelona é porque lá o movimento nunca abandonou a fórmula "Dia da libertação lgbt" para abraçar o dúbio pride. O Gay Shame, esse, já o postei no blog das panteras, e aproveitei para os convidar para a rede internacional queer que estamos a contribuir para montar.

Anónimo disse...

Sérgio, podemos perguntar quem organiza o mercantilizado Porto Pride?...

sérgio vitorino disse...

Eu, não sou. :)

Anónimo disse...

Mas não tens nenhuma ideia de quem possa ser?...

Anónimo disse...

"... Porque dessa simplificação facilmente nasce outra, "se o orgulho hetero é homofóbico, então o orgulho gay é heterofóbico"..."
Depois de todos estes comentários ainda tens dúvidas?
Claro que são.
Conhecem a Liberdade de expressão ou isso só se aplica para fazer figuras tristes (é aminha opinião que não quero impor a ninguem)nas paradas?
Estão a fazer exactamente o mesmo que acusam os outros de fazerem. Com uma desvantagem, é que são muito poucos, apesar de igualmente intolerantes.
Não escrevo mais porque vou beber uma Tagus (ainda que reconheça que o sabor não é lá grande coisa)

sérgio vitorino disse...

http://dn.sapo.pt/2007/12/04/opiniao/cerveja_tagus_bebida_e_para_machos.html

Anónimo disse...

Sérgio, mas não tens mesmo ideia de quem o organiza? Nós gostávamos de saber...