Açores desassoreados
Um dos estereótipos açorianos é o da forte religiosidade, ou seja, de uma fé católica muito mais fervorosa do que no continente. No continente já se sabe, com alguma variação Norte-Sul, o que é certo é que a maioria da suposta hegemonia católica nacional só se lembra que o é quando nasce, casa ou morre. Foi assim com alguma surpresa que descobri que nos Açores nem quando se casa se é católico.
«Desde logo a comparação nacional: em 2004, no país, 57,13% de todos os casamentos foram católicos, mas nos Açores esse valor baixa para os 23,69% - ou seja, apenas cerca de 1 em cada 4 casamentos é realizado na Igreja. Mais grave ainda é que a situação piora quando se compara com o ano de 1999, ou seja, 5 anos antes: nesse ano, 28,21% de todos os casamentos foram realizados na Igreja, o que representa um abaixamento de quase 5 pontos percentuais.»Repararam no alarmismo beato do artigo? É que se o povo já se livrou da fé, as elites e imprensa, insulares ou continentais, tresandam a catolicismo barato. E o escriba deste artigo é um já velho conhecido, Manuel Moniz, responsável pela famosa manchete «Homossexuais aterrorizados» no mesmo Diário dos Açores, aqui há um par de anos... A sociedade progride, mas os pasquins serão sempre pasquins.
2 comentários:
Agora venham os dados da Madeira, que eu estou curioso...
Acho que na Madeira não há escolha, o casamento católico é obrigatório e pronto. É um Jardim aquela ilha...
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