quarta-feira, janeiro 31, 2007

Marques Mendes mentiu, porque é que a RTP não o mostrou?

Não sei como foi nos outros canais, mas na RTP a crítica de Louçã a Marques Mendes, por este criticar a pergunta que aprovou no parlamento, foi seguida pela negação mentirosa de Marques Mendes, e assim terminou a informação. Ora a RTP tem as imagens que mostram Marques Mendes a dizer aquilo que negou hoje, porque não as mostrou? Porque se limita a deixar no ar a (fraca) palavra de alguém, quando tem as imagens que acabariam com qualquer dúvida? As imagens, dos ataques à pergunta e da negação disso mesmo, podem ser vistas aqui.

PS: Valha a TVI:

No segredo do confessionário

Em Itália um jornalista confessou-se a diversos padres por todo o país, fingindo ser um arquitecto casado com um amante homossexual ou um médico que praticou eutanásia, entre outras personagens. As respostas e conselhos dos sacerdotes são do mais variado possível, ora recomendando a continuação discreta de casos homossexuais, ora sexo sem preservativo mesmo sabendo estar infectado pelo HIV. Não há por aí nenhum jornalista disposto a trabalho idêntico pelas paróquias portuguesas?

PS: A previsível reacção do Vaticano.

Tem a palavra Alexandra Teté


Para não dizerem que não damos nenhum tempo de antena ao Não, ei-lo (também no Sapo),e creio que nem vale a pena comentar, constatemos apenas.

O programa "Sociedade Civil" passa diariamente na RTP2, e esta semana é inteiramente dedicado ao referendo, podem vê-lo na íntegra no Centro Multimédia da RTP. Neste aqui videocitado também esteve presente o Miguel Vale de Almeida, absolutamente brilhante, as usual, parabéns! Vale mesmo a pena ver o programa por inteiro.

Se às 10 semanas pós-fecundação já é uma criancinha...

Aos 5 anos já tem mais do que a idade suficiente para ler e difundir pornografia de terror, como é óbvio. E já vão com sorte por (desta vez) não terem imagens de canibalismo...

terça-feira, janeiro 30, 2007

Tem a palavra José Sócrates


(Sapo/YouTube)

13 mulheres não valem nada, e o aborto nunca existiu

É a única conclusão possível depois de visto o novo outdoor da "Plataforma Não Obrigada". E isto, mesmo já dando de barato que um embrião, sem sistema nervoso, pode ser comparado a uma pessoa... *10, 9, 8, 7.... inspirar*

O argumento natalista

Propaganda natalista nazi (esq.) e estalinista (dir.).

"Vai-se legalizar o aborto quando a taxa de natalidade é tão baixa?". É um falso argumento a vários níveis. Desde logo é altamente discutível se a baixa taxa de natalidade é um problema. Mas é sobretudo falso porque se sabe que a criminalização ou não do aborto em nada influencia a taxa de natalidade. Mas nem é isso o que mais choca, o que choca, ou devia chocar, é a facilidade com que alguns vêem as mulheres como meras parideiras ao serviço da pátria. Choca-me que este argumento usado por Hitler e Estaline, precisamente para criminalizarem o aborto, continue ainda hoje, como se nada fosse, como se nada tivesse acontecido, a ser usado com a descontracção e dramatismo fingido com que se canta um fado.

Grandes Fraudes Portuguesas

Orgulho no Sim

Depois do Prós & Contras é só isto que me ocorre. Que orgulho tenho em estar ao lado daquelas pessoas quando no próximo dia 11 escrever o X no Sim. Vital Moreira absolutamente impecável, absolutamente na mouche, calmo, sereno, honesto, claro e esclarecedor. Brilhante, absolutamente brilhante. Idem para a dra. Maria José Alves. Clap, clap, clap! Mais, nunca pensei um dia escrever isto, mas força, força companheiro Vasco Rato! "Se não é por opção da mulher, é por opção de quem?" é uma das frases da noite, e claro, ficou sem resposta por parte dos Nãos. Vénias ainda a Catarina Furtado e a Lídia Jorge, vilmente atacadas pelas patrulheiras do Não, a segunda em directo no programa. Estou a esquecer nomes, mas lindos todos, claros, serenos, calmos, positivos. Babei de orgulho.

Eu que hesito sempre entre ver ou não ver estas coisas, não vá o coração não aguentar (que isto de já ter mais de 10 semanas é lixado para os corações), dei por mim a serenar e a apreciar o quão belo pode ser simplesmente falar verdade, encarar a realidade, ser honesto e corajoso. Clap, clap, clap! Parabéns a todas e a todos os que se bateram pelo Sim, foi lindo!

segunda-feira, janeiro 29, 2007

SócratesTube

Depois de Cavaco na Índia e Marcelo em Marte, é-nos (cidadãos internautas) agora dado a ver Sócrates na China. E no Sapo, como sugeri ao presidente, embora sem sucesso.

"Referendo ao aborto"

Abortar, sim ou não? É uma pergunta que compete responder à mulher que se encontra numa situação em que abortar é uma das hipóteses. Isso é, foi e será assim, independentemente do resultado do referendo, porque independentemente do resultado do referendo, o aborto continuará a ser uma realidade, e logo uma hipótese.

A pergunta do referendo é outra, se concordamos, ou não, com a despenalização do aborto até às 10 semanas realizado em estabelecimento autorizado. Simplicíssimo, mas eu explico, se achamos que a actual pena de prisão até 3 anos prevista na lei não tem razão de ser para os casos de aborto em estabelecimentos de saúde devidamente equipados e legalizados. Sim ou não?

Mas ainda antes de Marcelo, já a RTP tentava baralhar as coisas. Convencer-nos que o que se referenda é a primeira pergunta, e não a segunda. Já o escrevi n vezes, lamento estar a repetir-me, mas a RTP repete-se continuamente. "Referendo ao aborto", "sim ou não ao aborto", "movimentos contra o aborto", ainda hoje ouvi no Telejornal. O que não se ouve é "referendo à despenalização da interrupção voluntária da gravidez", que poderia ser encurtado para "referendo à despenalização do aborto", mas nunca "referendo ao aborto". Disse, insisto, repito, não é jornalismo, não é sério, não é honesto e é pago com os nossos impostos.

Já escreveste ao provedor? Se adiares para depois de dia 11, poderá ser demasiado tarde.

Vídeos do prof. Marcelo resumidos e explicados


Para quem não tem pachorra para ver os originais, aqui fica o resumo. Também no YouTube.

Visionamento a acompanhar com a leitura deste artigo do Rui Tavares, na mouche como de costume.

sábado, janeiro 27, 2007

O Não e a extrema-direita

Já se sabia que a extrema-direita estava pelo Não no referendo antes mesmo da campanha começar. Basta lembrar que Hitler criminalizava o aborto quando praticado por mulheres arianas, cuja função era parir mais filhos para a pátria. Até aqui nada de novo, nenhum motivo para notícia sequer, a melhor forma de se lidar com isto, já se sabe, é com um cordon sanitaire. Ao Não democrático competia apenas não se deixar confundir com o Não nazi.

Problemas da periferia e imaturidade democrática, o Não do Establishment (CDS, ala direita do PSD e legião de Maria do PS) prefere a extrema-direita a um partido democrático e com assento parlamentar como o Bloco de Esquerda. Desde que este partido denunciou as ligações do "Blogue do Não" ao blog "Pela Vida", o BE está sob ataque cerrado pelas hostes do Não, que o acusam, claro, de "extremismo", mas pouco se esforçam para mostrar as diferenças face à extrema-direita. E não são apenas links que os ligam, até debates conjuntos já tiveram. E mesmo com alguma boa vontade, a verdade é que não se vislumbram diferenças entre os argumentos de uns e outros. A mistura do Não com a extrema-direita não foi criada pelo Bloco, esteve sempre lá, e só não vê quem não quer.

Afinal havia outra

Fartinho que estava das manipulações grosseiras da RTP, decidi dar uma oportunidade ao noticiário da SIC. Ingenuidade minha de novo, da tv é de se esperar sempre o pior. E assim foi, antes de uma peça sobre acções de campanha de rua por Lisboa de ambas as facções anunciou-se com grande alarido, o âncora claro, que a do Não se viu a braços com grave incidente. Afinal o grande incidente mais não era que um transeunte a rejeitar a hipocrisia subjacente ao voto Não e a lembrar que na restante Europa, à qual queremos pertencer, a coisa há muito foi resolvida. A isto ia uma individua do Não dizendo que não era nada assim, que a Europa anda arrependidíssima de já não penalizar as mulheres e querem todos voltar para trás. Claro que não deu um único exemplo, e só a Polónia serviria para tal, mas não é exactamente como a Polónia que queremos ser, ou é? E dica grátis para a sujeita, se também pensou Nicarágua esqueça, é noutro continente... Mas bom, nada disto se soube pela SIC, que tal como a RTP, defende a teoria de que o jornalismo isento é o jornalismo acéfalo, incapaz de denunciar a mais flagrante mentira ou contradição. E por outro lado, capaz de transformar uma breve discussão num "incidente". Que diria a SIC do fulano que chamou "abortadeira de m****" à L.?

Avançando na peça viu-se depois Paula Teixeira da Cruz em campanha pelo Sim, mas quem não soubesse que se tratava de uma deputada do PSD, ficou sem o saber vendo a SIC... Finda a reportagem anunciam uma outra sobre filmes intrauterinos de carícias entre gémeos, assim um cúmulo de pornografia embriófila e incestuosa que me escusei a ver.

Se o Sim ganhar no próximo dia 11 haverá mais um motivo para considerar que a democracia portuguesa amadureceu, pois nesse dia se concluirá que as tvs já não decidem eleições.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Mudando de assunto, ou talvez não...


"Éramos pocos" é uma das duas curtas espanholas nomeadas ao Oscar, e está integralmente disponível no YouTube. Deliciosamente ácida.

RTP pelo Não (actualização)

Ingenuidade minha. Decidi assistir ao Jornal da Tarde de hoje a ver se corrigiam a mentira grosseira que passaram ontem. Claro que não, até porque só houve uma notícia sobre o referendo durante todo o noticiário: excertos da entrevista ao sr. Policarpo, chefe da filial portuguesa da ICAR, dada ontem em horário nobre pela televisão pública. E se ontem ao ver a entrevista completa Policarpo parecia um defensor do Não pouco convicto, quase hesitante, hoje, com os momentos bem seleccionados, não deixou qualquer dúvida. E tu, já escreveste ao provedor?

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Portugal é o 3º melhor do mundo, que a Nicarágua já está no céu!

Ainda no Jornal da Tarde de hoje, e imediatamente a seguir às notícias sobre o aborto (não fossem os espectadores perder a associação "aborto/baixa natalidade" por causa de alguma notícia de bola), a RTP divulgou um "estudo" da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas a alarmar para esse assunto, o da baixa natalidade. Estudos destes são a dar com um pau (dos sérios aos a brincar como este), estão longe de ser novidade, e se queremos taxas de natalidade altas como em França e na Dinamarca não é criminalizando o aborto que o conseguimos. Mas a ideia de noticiar o dito "estudo" era outra, ou não estivéssemos na RTP, e daqui até ao referendo ainda veremos várias notícias "inocentes" plantadas imediatamente a seguir às do aborto, como aliás já vimos esta semana, ora ginástica para grávidas em Vila Real, ora uma associação pelo parto natural... Estou até capaz de imaginar a próxima!
«Com uma eventual vitória do "sim" no referendo do dia 11 de Fevereiro, Portugal desceria do terceiro para o décimo lugar no ranking mundial de "países amigos da vida". Esta foi a principal conclusão do estudo do docente da Universidade do Minho e mandatário do movimento cívico Minho pela Vida, Luís Botelho Ribeiro, apresentado ontem à tarde, em Lisboa.

De acordo com o docente, Portugal "é o terceiro melhor país do mundo para nascer, logo atrás da Irlanda e da Suíça", que ocupam respectivamente o primeiro e segundo lugares. Mas o trabalho avança que caso o aborto seja despenalizado Portugal desceria para o décimo lugar.
»
(fonte: Plataforma Não Obrigada)
É isso mesmo, Portugal é o terceiro melhor país do mundo para nascer! *pausa para risos e lágrimas* Adiante, este nome, Luís Botelho Ribeiro, lembrou-me algo, e depois de se me fazer luz (pois é, perigosos abortistas como eu também tem essa capacidade de ocasionalmente fazerem luz sobre determinados assuntos), percebi melhor as razões de Portugal estar em 3º no tal estudo. É que Luís Botelho Ribeiro foi um dos candidatos a candidatos das últimas eleições presidenciais. Queixando-se da falta de atenção da televisão pública iniciou uma greve de fome que terminou 3 dias depois, não que a atenção da RTP tivesse chegado, apenas a fome que apertou e foi mais forte que a palavra dada. Suspeito portanto que o 3º lugar de Portugal no estudo mundial, se devem ao facto do sr. Ribeiro ter começado pela Irlanda, saltado para a Suíça, indo a Portugal, e tendo desistido de ir mais longe ao verificar a vastidão do globo terrestre.

À procura da confirmação dessa minha suspeita fui procurar o site do Minho pela Vida, não achei. Mas achei um Minho com Vida, que até é capaz de ser o que a Plataforma Não Obrigada refere, já percebemos há muito que esta gente com nomenclatura e língua portuguesa não vai longe... Lá chegado, estudo não encontrado, mas encontrei uma apetitosa notícia, apetitosa por ser tão esclarecedora do que move esta gente, a criminalização total do aborto, ora atentem:
«(...) agora arremete contra a lei que eliminou o falacioso aborto terapêutico na Nicarágua. (...) Entretanto, esta semana reapareceu nos meios exigindo na Nicarágua que se restitua o aborto terapêutico, a pesar que peritos médicos em todo mundo reconhecem que com os avanços científicos atuais *o aborto nunca é necessário para salvar a vida de uma mulher doente*.»
Bastante mais claros que Marcelos ou bispos viseenses, não? Querem-nos como a Nicarágua. O que é que se responde a isto?


Não é jornalismo, é a manipulação grosseira da RTP

Depois de ter promovido o vídeo do sr. Marcelo na terça-feira, o Jornal da Tarde voltou a youtubar hoje. Mas fê-lo com o rigor a que já nos habituou, ou seja, nenhum. Foi dito que Francisco Louçã respondeu a Marcelo, e que Marcelo logo lhe deu troco, e foi nesta sequência que foram apresentados excertos dos dois vídeos, terminando com a lapidar frase Marcelina que tanto sentido faz aos iliteratos do país, "não é a despenalização, é a liberalização", não sem antes a jornalista ditar, "despenalização ou liberalização, assim se dividem os movimentos em campanha" (!?!?!?).

Ora acontece que a resposta de Marcelo era a declarações de Louçã fora do YouTube, sendo a resposta de Louçã no YouTube o vídeo mais recente desta discussão, e não o contrário como foi noticiado na RTP. RTP que concluiu a peça nestes termos, "mas enquanto a resposta de Louçã só conta com 900 visitas, a mais recente de Marcelo já vai nas 8000". Repito, e basta ver no YouTube, o vídeo de Marcelo respondendo a Louçã foi adicionado dia 22, altura em que toda a comunicação promovia o seu vídeo de estreia, a resposta de Louçã foi colocada dia 24. Tudo isto é básico, e distorcer algo tão facilmente verificável já não sei se é manipulação ou simplesmente o cúmulo da irresponsabilidade, negligência e burrice.

PS: A peça da RTP está disponível no seu site, começa ao minuto 21. Era bom que alguém a youtubasse para a posteridade, infelizmente não faço ideia de como se fará tal coisa.

PPS: Entretanto foi lançado o 3º vídeo de Marcelo, que agora diz que vota Não porque não acredita que o Sim vá ser aplicado... confusos? É esse o objectivo.

PPPS: Voilá, e no Sapo que é mais rápido (tanto nos uploads, como nos downloads):



PPPPS: E agora também no YouTube.

Acho nojento fazerem-se orgias em frente a uma maternidade

Mapa da "caminhada pela vida", a caminhar vivamente em breve por Lisboa.

Ou será que vão tirar o exclusivo à Nª Sª e às dragonas indonésias também a fazendo de forma imaculada?

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Project Gutenberg em Português

O Projecto Gutenberg é a mais antiga biblioteca virtual (e gratuita) do mundo, e agora está disponível em português. Construída por voluntários de todo o mundo procura agora aumentar a sua colecção neste idioma. Há várias formas de ajudar, descobre aqui como o fazer.

Então a violência doméstica deixou de ser crime público?

O que a Igreja realmente pensa sobre o aborto

Depois de um dia de aparente benevolência e boa vontade da ICAR, que por marcelina inspiração se diz "a favor da despenalização, mas contra a liberalização do aborto", convém recordar o que diz a mesma ICAR quando não se está em período de campanha. Bastante mais claros não são? Afinal tem o dever de participar na campanha, afinal são pela penalização e não concebem que os católicos não o sejam, e a educação sexual é em casa, não na escola. Mas em tempo de campanha suaviza-se o discurso, inventam-se jogos de palavras e confia-se na iliteracia dos jornalistas que logo acorrem histéricos...

À atenção dos Sim's que acham que a vitória está garantida

A leitura deste post sobre as sondagens de 98. O PS que continue de braços cruzados, a RTP que continue a esbanjar recursos públicos para propagandear o Não, e depois...

E continua a campanha da RTP pelo Não

Não é só o padre Borga a colorir negativamente a hora de almoço da televisão pública. Ainda numa de masoquista decido ver o Jornal da Tarde da RTP. Chega a hora de falar no referendo e lá vem novo bispo, todos os dias há um novo, e hoje foi a vez do de Viseu. Novidade, as sacristias deste país já estão ligadas à internet! Então não é que o senhor bispo repetiu palavra por palavra o discurso troca-tintas do sr. Marcelo Rebelo de Sousa, aka "O Professor". Que a igreja afinal até é pela despenalização das mulheres, mas que não quer a legalização do dito cujo. Resumindo, cadeia não, clandestinidade sempre! Uma pena que esta gente só se lembre disto quando se discute a legalização, quase 10 anos sem ouvir uma palavra a favor da despenalização, e de repente parece que todos sempre lutamos por isso...

Bom, acaba a recitação das youtubadas do professor Marcelo pelo senhor bispo e começa uma reportagem sobre diabetes. Ah? Então e o Sim? Onde está? Nem para passar o Ricardo Araújo Pereira (Gato Fedorento) que trabalha na estação? Não, ficamos como na segunda-feira passada, no Jornal da Tarde só há espaço para o Não.

PS: E ainda alguém desse clube novo do "Não no referendo, mas Sim à despenalização" me há-de explicar que legitimidade política haveria para despenalizar (que é aquilo que o referendo pergunta) em caso de vitória vinculativa do Não...

Olhe que não, olhe que não

Puro masoquismo, ligo a tv antes das 13h e levo logo com o padre Borga a dizer "ainda bem que somos todos contra o aborto!". Fica a dúvida, estaria a referir-se aos funcionários da RTP? (E já agora, quanto é que o padre Borga r€c€b€ por promover os seus discos pimba e superstições diariamente na televisão pública?) Ou, será que o padre se referia a toda a gente envolvida na campanha, seja pelo Sim ou pelo Não?

É possível que fosse este o caso, tal a imagem de ultramoderação que o Sim se esforça por passar. Eu acho que estrategicamente é importante passar a imagem de que o Sim é o voto moderado, o voto do bom-senso, da responsabilidade. Mas muito cuidado com as cedências que se fazem ao Não. Pessoalmente não tenho qualquer objecção moral ou ética ao aborto voluntário no início da gravidez.

A única razão pela qual considero positiva a redução do número de abortos é por isso significar que menos mulheres são expostas aos riscos a ele subjacentes. Riscos esses que são a razão pela qual o aborto não deve ser usado ou promovido como método contraceptivo, mas antes como o "plano B", quando tudo o resto falha. Mas um plano B perfeitamente legítimo, tal como é perfeitamente legítimo que cientistas cultivem células humanas em caixas de petri ou clonem porcos com alguns genes humanos que possibilitem o desenvolvimento de órgãos aptos ao transplante para pessoas que deles necessitem. Conjuntos de células humanas vivas não são necessariamente seres humanos, é preciso bem mais que isso. Como bem escreve o Ricardo Alves, a vida não começa com a fecundação, transmite-se. E avaliar algo por aquilo que poderá vir a ser, em vez daquilo que é, não é mais que futurologia e crença. Sejamos racionais, sim?

terça-feira, janeiro 23, 2007

Minhot@s, isto também é convosco:

Basta!

A televisão pública, paga com os nossos impostos, promove uma "oportuna" (leia-se conveniente) entrevista ao sr. Policarpo com esta pergunta e resposta: "Será o ABORTO comparável ao TERRORISMO? O Papa Bento XVI diz que SIM.". De uma vez por todas basta! Basta de campanha pelo Não paga com os nossos impostos! Basta de "jornalistinhas" videntes armados em pastorinhos new age! Basta de sermos insultados e difamados pela televisão que pagamos do nosso bolso! Basta de propaganda no lugar da informação! BASTA! Foram ultrapassados todos os limites da decência democrática. Foram esquecidos todos os princípios do jornalismo. É o grau zero do que era suposto ser serviço público.

Marcelo Rebelo de Sousa, o abortista radical que gosta de mentiras

muito boa gente comentou o vídeo e site do comentarista pago com os seus impostos. Mas os ditos são tão, como dizer, inacreditáveis que não resisto a comentar. Marcelo defende a despenalização até às 18 semanas e por isso vota não. Marcelo é a pessoa mais feliz com o referendo, mas acha a pergunta mentirosa. Depois navega-se pelo site e descobrem-se coisas espantosas, como "Em 2005 houve 73 casos, e não milhares, de mulheres atendidas na sequência de aborto clandestinos." Porquê? Porque sim, porque Marcelo diz que sim e é quanto basta, não é preciso indicar fontes, nada, atira-se um número ao ar, contradizem-se os estudos elaborados, et voilá. Citações completamente descontextualizadas (sem sequer a indicação de onde e quando foram proferidas) também abundam. Só faltam mesmo a seriedade e a honestidade, mas não é isso que interessa, o que interessa é garantir a vitória do obscurantismo a qualquer preço, orgulhosamente sós na Europa - a cauda será sempre nossa!

PS: Que querida a RTP, no Jornal da Tarde de hoje até ensinou os espectadores a procurarem os vídeos do Marcelinho no YouTube. Digo vídeos porque há um novo onde Marcelo esclarece melhor a posição, é contra a penalização mas é a favor da clandestinidade. Abortai à vontade, mas longe da minha vista, mesmo que isso implique um prejuízo da vossa saúde... a minha vistinha é que não pode ser afectada.

E a Europa civilizada mira-nos com pena e convida-nos a juntarmo-nos ao grupo

«A eurodeputada socialista Edite Estrela divulgou ontem à noite, durante um debate realizado em Castelo Branco, que o Parlamento dinamarquês apelou ao "sim" no referendo sobre o aborto em Portugal. O documento, enviado à presidente da delegação portuguesa do grupo socialista no Parlamento Europeu "por uma colega dinamarquesa", foi definido como "um apelo subscrito por todos os partidos com assento no Parlamento dinamarquês".»

Na Dinamarca o aborto a pedido é permitido até às 12 semanas da gravidez. O país que em Portugal tem muitos fãs de direita pelo seu modelo de "flexisegurança" (mais pelo "flexi" do que pela "segurança"), tem uma das taxas de desemprego mais baixas do continente, uma das taxas de natalidade mais altas e é o país no mundo onde mais pessoas se declaram felizes. Escusado será dizer que Portugal é o mais infeliz da Europa Ocidental.

Amanhã

domingo, janeiro 21, 2007

RTP Não Não Não

Começa a ser escandalosa a cobertura da RTP à campanha para o referendo. Não tenho ligado muito às outras TVs, mas constatar que os meus impostos servem para financiar a propaganda do Não é de dar a volta ao estômago. É certo que já tiraram a imagem do recém-nascido do grafismo optando por um boletim de voto (até parece que lêem o renas), mas a expressão "referendo ao aborto" continua em alta, e as peças sobre o Não são sempre pelo menos o dobro (em número e tempo) que as do Sim. E além destas, como aponta o Miguel, seguem-se reportagens "inocentes" sobre partos em casa ou raparigas adolescentes que decidiram levar avante gravidezes não planeadas - good for them, sem ironia, só me pergunto, mas que raio tem isso a ver com o artigo que se referenda? Para os que não se lembram reza assim: «A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos.» Quem quer ter filhos pode continuar a tê-los e como bem entender, só não se quer obrigar ninguém a tê-los não os querendo, ok?

Mas não é só a RTP em alegre campanha pelo Não, o que me parece constituir uma grande diferença face a 98, altura em que a comunicação social esteve bem mais isenta. Nos tempos que correm qualquer indignação do CDS vale uma notícia, ora não sei quem que mandou uns mails, ora uma juíza que ousa ter opinião. Que se lixe a parte de haver na televisão pública um espaço diário da responsabilidade da ICAR em propaganda pelo Não desde que se começou a falar em referendo! E o sorriso enternecido de Judite Sousa ao apresentar uma peça sobre os betinhos beatos do "Diz que Não", a dizerem que iam ajudar as criancinhas, também é pago com os teus impostos! (By the way, alguém devia avisar essa miudagem que o RAP do Gato Fedorento vota Sim, pelo que convinha mudarem de nome). Mas deixemo-nos estar, cruzemos os braços como em 98... embalemo-nos no bonito discurso do "não partidarizem a campanha", que é o que mais se ouve nos últimos tempos, e vão ver a festa do CDS no dia 11 de Fevereiro.

PS: Incrível, não há mesmo pingo de vergonha. Hoje [22.01.2007] no Jornal da Tarde da RTP passaram duas peças sobre o referendo, a primeira sobre as declarações do bispo da Guarda (que o de Beja não interessava mostrar), que defende a pena capital para quem aborta, e depois um anúncio da caminhada pelo Não que vai haver em Lisboa. Reportagens sobre o Sim, zero! Não há mesmo vergonha! Já escreveste ao provedor?

O Não recomenda a Volkswagen

Dos Estados Unidos ao Brasil a Volkswagen esforça-se por transmitir uma imagem que faça esquecer as suas tenebrosas origens. Curiosamente em Portugal não há essa preocupação. Num anúncio a um seu modelo recente publicado em várias revistas lê-se: "Recomendado pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas". Associação esta com posições bem extremadas à direita e profundamente ligada ao movimento do Não - basta entrar no site, que por pudor não linko, para se constatar isso mesmo. Ou seja, o Não recomenda a Volkswagen, devemos então concluir que a Volkswagen recomenda o Não? Mais um palpite para a explicação do oceano de dinheiro onde navegam os movimentos pró-prisão.

Relaxe, mesmo que o Sim ganhe o país continuará na cauda da Europa

Acho piada quando ouço alguém, e já lhes perdi a conta, dizer que não é a favor da penalização, mas é contra a "liberalização total" (sic) e que por isso vota Não. Basta ver esta infografia das diferentes legislações europeias para se perceber que Portugal continuará a ter, mesmo com a vitória do Sim, das leis mais restritivas, já que o mais comum na Europa é o aborto a pedido até às 12 semanas. Na Suécia é até às 18, ficaremos então como a Eslovénia, o que não é mau, porque, e por falar em contas, na economia a Eslovénia já nos passou a perna há muito...

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Homophobia's Anatomy


Acabei de ler que a série transmitida pela RTP "Grey's Anatomy" tem sensivelmente o dobro da audiência do "House M.D.", transmitida pela TVI. Claro que o horário de exibição não é alheio ao facto. É é precisamente em torno da "Anatomia de Grey" a mais recente polémica estelar americana, com o actor Patrick Dempsey à porrada com Isaiah Washington, por este último ter chamado "faggot" (paneleiro) a T.R. Knight, George O'Malley na série. Washington negou o insulto durante os Globos de Ouro, o que mereceu duras críticas de Katherine Heigl. Em cima, a versão de T.R. Knight no programa da Ellen DeGeneres.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Leituras obrigatórias

5 anos do julgamento da Maia, ver as reportagens do Público reproduzidas no blog do Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim.

Os juízos dos juízes no Glória Fácil. Pergunta à f., mas há juízes não-escanzelados e não-franzinos? Ainda não conheci nenhum desses, mas juízes cujo maior problema existencial é o acne já tenho conhecido alguns, o que por si só é capaz de explicar muita coisa...

No Diário Ateísta óptimas postas sobre novas ficções, depois da "guerra ao natal" do Público, "o amuo de Ratzinger por causa de Sócrates" no Semanário. Especial atenção aos gráficos que mostram que a sociedade portuguesa está mais secularizada que a espanhola.

Digassim, o Prozac português

Fartinho que estou de ouvir o discurso do Portugal em depressão, dos portugueses tristes e das portuguesas desanimadas, fui procurar o remédio. Prozac, Fluoxetina, é o antidepressivo mais popular no mundo. Mas quase tombei quando descobri que um dos genéricos deste medicamento à venda em Portugal se chama, nem mais, DIGASSIM, e como se não bastasse, é produzido pelos Laboratórios Vitória! É que é isso mesmo, anime-se, DIGASSIM, VOTESSIM, e vai ver que o país arrebita! Alegria minha gente, SIM simplesmente!

Infelizmente o voto é secreto

«O cónego de Castelo de Vide, Portalegre, citou hoje o Código Canónico para afirmar que os cristãos que votem "sim" no referendo de 11 de Fevereiro serão alvo de "excomunhão automática".»
Uma vez mais pura hipocrisia. É óbvio que de acordo com o Código Canónico era isso que devia acontecer aos católicos que votem Sim. Lamentavelmente o voto é secreto. Sosseguem no entanto os católicos em campanha pública pelo Sim, mantereis o título ainda assim, por mais que grite o cónego de Castelo de Vide. À ICAR interessa que a ameaça paire sobre os devotos eleitores, a ver se alguns se assustam, mas nunca a executaria.

É a contagem muito por cima do número efectivo de católicos no país que lhe garante, à ICAR, todas as mordomias, privilégios, isenções fiscais e atenções mediáticas de que goza diariamente. Se de repente políticos, jornalistas e população em geral acordassem para a realidade de apenas pouco mais de 10% da população ter práticas religiosas católicas regularmente, tudo isso seria posto em causa. O país não mais seria classificado de "católico", a Concordata seria rasgada e a Laicidade do estado cumprida.

Paire a ameaça, mantenham-se as morais que nenhum católico cumpre ou segue, mas não se desconte nunca nenhuma alminha, por mais perdida, das contas dos súbditos de Nª Sª a ICAR toda poderosa. Basta olhar para Espanha, onde a apostasia se tem popularizado, i.e. o pedido voluntário de excomunhão, a tal ponto que a ICAR agora a recusa. Mesmo não querendo, católicos sereis até morrer.

Mas claro que podem sempre tentar escrever ao bispo a anunciar o positivo sentido de voto, pedindo para que este haja em conformidade. 'bora?

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Medievo Timorense

SimTube

Há uns tempos queixei-me da falta de vídeos pelo Sim disponíveis na net, entretanto encontrei alguns, aqui fica a lista provisória:

1) «Declaração de Aveiro - Movimentos Pelo Sim - 14 Janeiro 2007» (também no Sapo)

2) «Jovens pelo Sim - Aveiro - 14 Janeiro 2007» (também no Sapo)

3) «Movimento Jovens pelo Sim»

4) «Ser Moderno É Que É!»

5) «Cartaz da JS em Fafe»

6) «Cartazes Pró Escolha» (também no YouTube)

7) «Entrega de assinaturas do Movimento Jovens pelo Sim»

8) «Inauguração da Sede Jovens Pelo Sim - Reportagem RTP»

9) «Caminhada pelo Sim - Reportagem RTP»

10) «Entrevista com Maria José Magalhães sobre a Marcha Sim (Matosinhos/Porto)» (também no YouTube)

11) «Entrevista com Teixeira Lopes sobre a Marcha Sim (Matosinhos/Porto)» (também no YouTube)

O 1 e 2 achei-os no Não Mesmo. O 3 e 4 achei no YouTube mesmo, mas aparentemente pertencem ao Esquerda.net, sinceramente o 4 não me convence nada... Mas quando a oferta escasseia não podemos ser muito exigentes, daí o 5, o único que se encontra no Sapo Vídeos - seria bom que os autores também apostassem nessa plataforma para uma divulgação mais abrangente. Se souberem de mais por favor avisem, a lista irá sendo actualizada sempre que for caso disso.

E não é que os abortistas gays têm natalidades mais altas?

Era bom que a comunicação social desse mais destaque a esta notícia, e confrontasse as pessoas do Não com estes números sempre que vêm com o discurso da natalidade como pseudo-argumento contra a despenalização do aborto ou, já agora, o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Vejam como estão as Dinamarcas, Holandas e as Franças, e como estão as Polónias, Portugais ou as Grécias, e tirem algumas conclusões...

terça-feira, janeiro 16, 2007

Dreamgirls


Este foi um dos vencedores dos Golden Globes, atribuídos ontem, sucedendo assim ao "Walk the line". Aqui entre nós, com a lucidez dada por um ano de distância, esse foi de longe o meu filme favorito dos vários que andaram nessas corridas de Oscars e Globos em 2006, e o único que revi entretanto. Espero portanto que o "Dreamgirls" seja o "Walk the line" deste ano, e a avaliar pelo trailer, tem tudo para o ser. Estreia dia 1 de Março.

A malta toda arreliada e afinal aquilo foi só como um abortito

Falo, é claro, da execução de Saddam. Mas já sabem como é esta cena dos abortos, só porque um faz, logo outros querem fazer igual. Caprichos!

Não têm onde viver, mas terão onde rezar, que é o que interessa

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Tom of Finland fotografado

Óptima descoberta via Salsa e Pimenta.

À atenção de Eduardo Pitta

Essa estória está longe de ser inédita. Mas mesmo se fosse, porque raio não poderiam dela saber os "partidos e associações de defesa dos homossexuais"? E é preciso "partir muita pedra" às ocultas dos "partidos e associações"? Não era mais fácil partirem pedras juntos em vez de atirarem pedras uns aos outros? Ah, e no Reino Unido os homossexuais não podem casar, é uma união civil, e nem vale a pena casar no Canadá e tentar reconhecimento no UK, que também não é dado.

A moral dessa estória, e de várias semelhantes anteriores é simples, enquanto o casamento entre pessoas do mesmo sexo não estiver legalizado em Portugal, este mesmo país não facilitará as burocracias necessárias para que cidadãos portugueses casem ou "quase-casem" (como no caso britânico) com pessoas do mesmo sexo no estrangeiro, até porque isso poderia ser usado para mais tarde exigir um reconhecimento português do casamento em causa. A pedra a partir é bastante clara, legalize-se o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal o quanto antes.

sábado, janeiro 13, 2007

RTP: Jornalismo abortado

Não, não vou repetir as minhas queixas pela campanha diária pelo Não do Padre Borga nas manhãs da RTP1 ou da campanha igualmente diária da ICAR nas tardes da RTP2. É mesmo do Jornal da Tarde que vos falo.

Na 5ª feira houve apenas espaço para o Não, uma conferência de uma qualquer sotaina em campanha por Vale de Cambra valeu uma notícia, no Sim nada lhes importou. Na 6ª feira as coisas foram mais equitativas no tempo, ou talvez não. Depois de uma entrevista a uma jovem que já abortou em condições de clandestinidade seguiu-se a de uma mão adolescente a quem "nunca passou pela cabeça abortar". Ora se nunca lhe passou pela cabeça abortar que raio de interesse poderá ter a sua estória em relação ao que se discute agora? Afinal nada de diferente se teria passado em relação ao seu caso particular, fosse legal ou ilegal abortar. Finalmente hoje, mais uma homilia de Fátima, entrevistas de rua aos crentes, e pelo Sim? Apenas o anúncio que Jorge Coelho ia lançar a campanha do PS.

Mas fosse só este claro favorecimento de tempo de antena ao Não. O favorecimento ao Não na RTP é a todos os níveis, e começa logo na apresentação do tema: "referendo ao aborto". Mas referendo ao aborto de quem? Da ética jornalista no serviço público? Parece-me abortada há muito. Aborto da RTP? Aborte-se então. Como já escrevi aqui, "referendo ao aborto" não pode ser tolerado como um resumo de "referendo à despenalização da IVG". Não é a mesma coisa. Dizer "referendo ao aborto" é entrar na lógica do Não. Não é jornalismo, é distorção e manipulação. Tal como falar em "movimentos contra e a favor do aborto", já perdi a conta às vezes que ouvi isto na RTP! E como se não bastasse usam um feto de não sei quantos meses como grafismo para o tema, ao invés de um isentíssimo boletim de voto ou martelo da justiça, ou seja, aquilo que afinal se discute. Televisão pública assim mais vale abortar de vez. É isso mesmo que vou dizer ao Provedor.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Justiça sanguinária

«Pai biológico reclama filha mais 60 mil euros dos pais adoptivos». Que raio de justiça é esta que esbanja recursos à procura de pais biológicos que não querem ser encontrados, depois da mãe entregar de livre vontade a criança a um casal adoptivo? Que raio de justiça é esta onde um "laço de sangue" justifica a destruição de uma família a sério, desejada, planeada e construída? A sério que não percebo nada disto. Ainda menos ao saber que as tais investigações que são sempre iniciadas quando a mãe não sabe ou recusa dizer o nome do pai são arquivadas automaticamente se se descobre que se tratou de uma relação incestuosa - quão púdicos estamos se os laços de sangue são múltiplos!

Por certo que a imagem do pai adoptivo na cadeia vai ser um excelente exemplo e incentivo para quem estivesse a pensar adoptar... Que tristeza de país.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

O renas errou

Ou precipitou-se, que a senhora nunca tinha sido muito clara. Mas foi-o agora. Ségolène Royal faz assim jus à alcunha de "La Zapatera", atribuída pela direita, e afasta-se do "Sarkolène" que lhe atira alguma esquerda. Fosse eu francês e podia já contar com o meu voto. E se bem conheço a política portuguesa, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em França terá muito maior impacto em Portugal e na sua classe política, do que teve a espanhola. Que aconteça o quanto antes pois então. Dakar-Champs-Élysées é o caminho!

É dar uso ao Gmail

O Gmail já é mais procurado que o sexo pelos internautas portugueses. Óptima notícia, é que o sexo na net é uma seca comparado com o real, e já o Gmail é o melhor serviço de e-mail que se pode encontrar, há que elevar os padrõezinhos pois então. Já aqui falei algumas vezes de estratégias para o activismo online anti-prisão. Destas parece-me que o marketing viral será a que tem mais potencial. Os blogs, por muito a sério que sejam levados pelos seus autores, são lidos por uma minoria de pessoas, têm menos leitores que os jornais da paróquia. Já o e-mail passa de mão em mão sem parar, isto se obedecer a algumas regras simples: nada de textos muito longos e convém que o conteúdo tenha algum sentido de humor.

Posto isto recomendo o seguinte, vão à parte dos contactos do vosso Gmail e criem um grupo com os e-mails das pessoas que considerem mais receptivas a este tipo de mensagem e capazes de as fazerem encaminhar para mais pessoas. É facílimo criar o grupo, e uma vez criado basta escrever o nome do grupo no campo do endereço para ser enviado para todos. Enviem sempre o vosso e-mail no modo "Bcc" ou "Cco" se tiverem o e-mail a funcionar em português, as pessoas que recebem o vosso e-mail colectivo não precisam de saber o e-mail das outras a quem enviaste, até porque é assim que depois os spammers acabam por ter acesso ao teu e-mail. Se reencaminhas um e-mail já recebido apaga o remetente antes de enviares, só interessa o conteúdo, quanto mais limpo melhor. Ah, e o "Fw:" no assunto também fica muito mal, embora possa funcionar como incentivo a reencaminhar depois, vá lá, um aceita-se, mais que um Fw é puro lixo, apaga. Agora se quiseres lançar mãos à obra tens já aqui um excelente material de reencaminhamento: www.nao-mesmo.org. É exactamente este tipo de resposta que circula bem nas malhas dos e-mails. É espalhar pois então, que ao Sim não há banco que financie a campanha...

Cartazes do PS já estão na rua

Finalmente! Eu gosto bastante, acho que estão eficazes e dirigidos a quem interessa. Claro que a extrema-direita já veio falar em fraude. Nada que surpreenda vindo de quem vem, a imbecilidade desta gente vai ao ponto de ainda não ter percebido que o que se referenda é precisamente a retirada da pena de prisão da lei ou não. Fraudulentos são os cartazes que falam em financiamentos e impostos, que não estão a ser referendados. Mas pronto, extrema-direita é extrema-direita, ninguém espera honestidade ou inteligência dessa malta.

Guerra à laicidade

1) Contribuir com os meus impostos para o salário milionário de um director cuja estratégia para uma melhor cobrança fiscal passa por rezar missinhas? Contribuir com os meus impostos para o pagamento das ditas missinhas? O que virá a seguir, o ministro da agricultura a fazer a dança da chuva da próxima vez que houver seca?

2) «Um grupo de socialistas católicos vai afixar em todo o país cerca de três mil cartazes com o lema «Ser de esquerda é ser pela vida», disse hoje à agência Lusa o dirigente do PS/Barreiro Cláudio Anaia.» Quando a minha maior esperança em relação a este referendo estava no facto de só a extrema-direita partidária fazer campanha pelo Não (CDS e PNR), vem mais um beato do PS apunhalar o partido a que diz pertencer. É CLARO QUE SER DE ESQUERDA É SER PELA VIDA, pela vida digna, pela vida com liberdade, pela vida que respeita a mulher como um ser humano capaz de decidir o seu próprio futuro! O que não é certamente de esquerda é defender leis de criminalização e perseguição às mulheres que não se reduzem ao papel de "parideiras da nação", e justificar isso com argumentos religiosos! Não era o PS laico?

terça-feira, janeiro 09, 2007

Ó Cavaco olha o Sapo

Le président está de malas aviadas para a Índia, com uma comitiva empresarial que espera fazer negociatas várias. Mas o que me impressionou foi o primor da página feita de propósito para a ocasião. Até tem um link para "podcasts & vídeos", o quão high tech estamos nós! Mas o único vídeo disponibilizado até ao momento demora horrores a descarregar. Dica para o mr. president, já que foi publicitar software nacional junto do rei de Espanha, pode fazer o mesmo com os seus fiéis videonautas lusos que não querem perder pitada dos seus passeios de elefante branco, e alojar o vídeo no Sapo, ia ver que o descarregávamos melhor, salvo seja.

Por falar nisso, aproveito para actualizar este meu post, já se podem usar tags com 3 letras, já há tops dos mais vistos para o dia, semana e desde sempre (e o anúncio da ILGA está nos ditos), e também já se sabe quantos votos tem cada vídeo. Só ainda não se encontra o vídeo da Cicarelli... e da Elsa Raposo, só um beijinho à Sofia Aparício.

Morrissey na Eurovisão?


Façamos figas. United Kingdom, twelve points. Le Royaume-Uni, douze points.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Resolução de Ano Novo

Ler menos blogs, dormir mais.

Pior que muito mau

A eleição do Pior Português de Sempre promete ser ainda pior que a dos Grandes Portugueses. Neste momento quem lidera a votação da "personalidade que mais contribuiu para a ruína do país" é Mário Soares, que com 30% dos votos fica à frente de Salazar, que tem 25%. Na votação sobre quem "melhor encarna as piores qualidades do povo português" é Fátima Felgueiras quem lidera.

O primeiro resultado é tão abjecto que me escuso a comentar. Mas o segundo é revelador da misoginia que ainda graça no país. Fátima Felgueiras só atingiu a fama que tem por ser mulher, ene autarcas por aí envolvidos em esquemas de corrupção semelhantes, e os únicos que lhe passam a perna no escândalo são aqueles envolvidos em esquemas de muito maior dimensão. A fuga para o Brasil foi só a cereja do bolo que é ver uma mulher a pecar onde só aos homens se deixa.

Telemoralidades

Na SIC um anúncio de uma telenovela brasileira fala em "coragem" e "alegria" de uma personagem grávida de gémeos. Ao que apurei a dita personagem é abandonada pelo namorado, assim que sabe da gravidez, e apesar de todos os problemas, financeiros e familiares, decide levar a gravidez avante, a notícia de que afinal são gémeos deixa-a, como naturalmente ficaria qualquer rapariga na sua situação, eufórica. O embrião, afinal dois, é sempre referido como "essa criança".

Em conversa com experts soube que na TVI passa uma novela portuguesa com trama semelhante, uma rapariga é drogada e violada, engravida e rejeita abortar, o conselho da irmã, que é a vilã da trama. Anos mais tarde volta a encontrar o violador e "parece" que se vai apaixonar por ele e no fim acabarão todos juntos, violador, violada e filho, felizes para sempre.

Sempre pensei que o objectivo das telenovelas era fazer as pessoas esquecerem dos seus problemas, relaxarem em frente à TV depois de um dia de trabalho. Por isso mesmo não entendo a abundância de personagens violadas ou grávidas abandonadas pelos parceiros. E não, ficarem satisfeitíssimas com o seu destino não me parece que corrija o problema.

PS: E hoje [9-1-2007] na RTP, para se fazer o pleno, numa novela luso-brasileira: "padre eu estou grávida e ele quer matar meu filho". O padre, Virgílio Castelo, não deixou.

sábado, janeiro 06, 2007

Déjà vu

A avacalhação da campanha já começou, e daqui até 11 de Fevereiro o mais provável é que a coisa vá agravando. Como bem disse Ana Sá Lopes, avacalhar é abrir alas para o Não. E isto por uma razão simples, os moderados do Sim prezam imenso a sua moderação e muito pouco o seu Sim. Avacalhando a campanha eles já não se metem, ou melhor, metem-se para atacar os "radicais do Sim", acrescentando sempre que tem muito respeito pelo Não, salvaguardando assim a sua imensa moderação, que é o que importa.

Já o Não não tem destes problemas, o que importa é facturar votos, dê por onde der, para que não se ponha em causa do seu poder, a sua influência. Mentem, distorcem, fazem falsas promessas (educação sexual, não aplicação da lei que defendem, etc), e tudo vai bem, ninguém ataca ninguém, é só palmadinhas nas costas. Os menos moderados (no Não não há radicais) lá se vão entretendo com panfletos de recém-nascidos mortos e agendamentos de comícios pelo Não no domingo do referendo. E assim vai o país, e não é a primeira vez. Para já a única diferença que noto em relação a 98 é que as sondagens não dão uma margem tão grande ao Sim...

PS: E na RTP continuam a falar em "referendo ao aborto", "movimentos contra o aborto", "movimentos a favor". Contribuir com os meus impostos para o jornalismo rasca? Assim é.

Vaticano sai do armário?

Ou é apenas mais uma tentativa de (hetero)branqueamento do passado? [via]

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Feliz Epifania

Sejam rainhas por uma noite, mas não abusem do bolo-rei.

Países errados seu dona Nogueira Pinto

Hoje pude apreciar na RTP várias declarações de militantes da "Plataforma não obrigada" (por falar nisso, o renas é o segundo resultado na busca no Google pela dita cuja plataforma, not bad!), e já deu para perceber que o prato forte vai ser a desonestidade financeira, mesmo que não seja de finanças nem de financiamentos o que trata o referendo. Aliás, supondo uma vitória vinculativa do Sim, a forma da aplicação da despenalização poderá ser sempre alterada no futuro sem novo referendo, desde que não seja modificado o princípio da não criminalização até às 10 semanas, que é do que se fala, não é demais repeti-lo. Mas resultado, valores inflacionados e despesas esquecidas, vai ser esse o prato forte.

Mais divertido foi ouvir, porque certamente que era gozo (nem Nogueira Pinto do alto do seu narizinho empinado poderá crer verdadeiramente que o eleitorado seja assim tão imbecil que engula estas cantilenas), a dizer algo como "em França este ano vai ser dedicado ao combate ao Alzheimer, na Alemanha a não-sei-quê, e Portugal dedica-o ao aborto?". Wrong countries lady Nog. Esses já tiveram os seus "anos do aborto", há décadas atrás, tantas quantas as que medem o nosso atraso face a eles. A sua comparação, para fazer um mínimo de sentido, teria que ser do tipo, "A Polónia vai dedicar este ano à coroação de Jesus, a Nicarágua vai dedica-lo à conversão dos ex-vermelhos ao catolicismo fundamentalista, e Portugal quer dedica-lo à emancipação feminina?".

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Menos sorrisos nas fotos dos diários

Este título é de uma notícia do JN de hoje. Mas eu acrescentaria que também há menos sorrisos na cara dos leitores dos diários, e isto porque os diários amam as más notícias. No mesmo jornal é noticiado hoje o mais recente ataque ao casamento entre pessoas do mesmo sexo no Massachusetts, que poderá levar a um referendo sobre a matéria, sem contudo haver qualquer referência às várias sondagens que revelam que a maioria dos eleitores daquele estado americano está contra esse reverso.

Esta foi, salvo erro, a primeira notícia do JN sobre direitos LGBT em 2007. Podiam ter noticiado os números das uniões civis checas revelados no dia 2, a primeira união civil gay na Suíça ou, melhor ainda, este importante passo para a oficialização e normalização da adopção de crianças por casais de gays e lésbicas no Brasil (recordo que já houve alguns casos de adopção, mas por decisão de juízes, sem que tal esteja explicitamente previsto na lei e mecanismos processuais). Mas não, a má notícia voa, a boa tem que se procurar.

Aumente o seu vocabulário


Quem disse que não se aprende nada a ler jornais desportivos? "Sporno" it is, by Mark Simpson.

PS: Acho que vou já registar a expressão "pornógrafos da paz" para designar os bombeiros que se despem para angariarem apoios no combate aos fogos. Infelizmente é modalidade não muito praticada em Portugal, mas na Galiza é um furor, do Ferrol a Vigo, passando pela Corunha, claro está.

Em Valência o baptismo é maldição para a vida toda

Inacreditável. Ou melhor, quase inacreditável, que vindo de quem vem...

PS: Também em Madrid.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

E o debate público? E as prioridades?

E todas aquelas coisas que se dizem quando alguém ousa falar em, por exemplo, legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo? Para a bichice inconsequente e irrelevante estão sempre eles prontos:

Contribuir com os meus impostos para a campanha do Não?

Sai-se da A3 e a primeira coisa que se vê e lê é um outdoor da Câmara Municipal da Trofa, com um "avozinho" abraçado a um "netinho" e os dizeres: «Trofa, um município pró-família» (desde já eternamente grato a quem me consiga uma foto do dito outdoor). Eu acho que não tenho que explicar porque é que um cartaz assim, posto em vésperas de referendo, é campanha pelo Não. É óbvio que votar Não não é um gesto pró-família, ou sequer pró-vida, é apenas pró-prisão, que é isso que se referenda. Mas a manipulação e distorção dos significados das palavras e expressões sempre foi especialidade da direita, que de outro modo se chamaria "torta".

Posto isto, lá fui ao site da autarquia criada por capricho dos deputados do PSD (quando o país deveria estar era a discutir fusões de concelhos), em busca de uma foto do cartaz (sem sucesso) e de alguma explicação para o mesmo. Achei esta última, em Outubro a Trofa foi distinguida pela Confederação Nacional de Associações de Famílias como "Município Pró-Família". Distinção em Outubro, cartaz pago com dinheiros públicos e com a cara de sua excelência o autarca-mor trofense (sim, é ele o avozinho do outdoor) em Janeiro. Não, não há vergonha.

Ordem e Progresso

Afinal havia outra Teté. Grande notícia logo a abrir o ano.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Comentário alongado ao Sapo Vídeos

O Sapo é o maior portal português e, segundo fontes anfíbias, o único portal europeu capaz de fazer frente ao domínio do Google dentro dos domínios do seu país. Eu confesso que o Sapo me andava a passar ao lado há bastante tempo, em parte devido a ressentimentos por chatices com o serviço ADSL (mas que se atenuaram por se repetirem com outros operadores), mas também porque nestas coisas das internets gosto sempre de experimentar o brand new, e esse costuma ser americano. Pelo que sou um fã do Google há muito tempo.

Mas isso não implica que partilhe das críticas negativas que já li sobre o Sapo Vídeos, dizendo que é "mera cópia do YouTube". Era óptimo aliás que se tornasse tão bom quanto o YouTube (no look geral e cores já ganhou até), o site americano é popular e vale biliões precisamente por ser excelente a vários níveis. Mas uma versão portuguesa do dito nunca seria "mera cópia", porque o YouTube não fala português, aliás, nem reconhece a língua portuguesa. Pelo que os vídeos Made in Portugal andam para lá perdidos, qual gota no oceano, mascarados de "english" ou "spanish" no registo. O Sapo Vídeos abre desde logo as portas aos internautas portugueses que não falem inglês, e sobretudo possibilita a criação de um "palco" privilegiado para a divulgação com sucesso da nova linguagem da web, o vídeo, na nossa língua. Ou melhor dizendo, variante linguística, que no Brasil já há dois sites similares, o VídeoPop e o videolog. Mas em suma, para os videonautas portugueses terem "peso" precisam de ferramentas próprias, daí ser essencial um serviço como o do Sapo. (Claro que se o YouTube se traduzisse e permitisse a busca e tops por país de origem dos vídeos, essa necessidade não seria tão premente.)

Feitos os elogios à iniciativa anfíbia passemos à crítica construtiva, de quem não percebe nada de construção de sites, mas sabe usa-los e aprecia a facilidade de uso.


1) A barra de comandos dos vídeos. Demasiado grossa e pior, quando reduzimos o tamanho do vídeo a grossura mantém-se como se viu neste exemplo. Isto praticamente impossibilita colocar os vídeos nas barras de links como muitos bloggers gostam de fazer. O curioso é que no próprio Sapo se vê constantemente publicidade em vídeo com uma barrita muito mais elegante, e que se esconde quando não é usada (ver imagem acima). Uma barra assim seria até uma vantagem face ao YouTube.

2) Os comandos. Faltam dois que o YouTube tem e eu gosto, a possibilidade de reduzir o tamanho do vídeo (aumentando a nitidez), com os do YouTube isto só é possível quando se visiona o vídeo no portal, se o Sapo incluísse esta função mesmo quando os vídeos estão embebidos nos blogs tanto melhor. E um link para a página do vídeo no Sapo, essencial.

3) Busca e tags. Pelo que percebi a busca no site só tem em conta as tags, não inclui sequer o título atribuído aos vídeos, o que dificulta imenso encontrar as várias notícias da SIC já alojadas, e que só contam com a tag "jornal_da_noite". Além disso as tags têm que ter no mínino 4 letras, o que se impossibilita tags tão úteis como SIC, TVI, RTP, gay ou mar.

4) Outros. Não se vê o número de votos de cada vídeo, e era importante. Espero que há medida que o site se popularize também se diversifiquem os tops, "mais vistos hoje", "este mês", etc. Mostrar os links que cada vídeo tem também era útil, como acontece no YouTube, apesar de lá não funcionar muito bem esta função. Arranjar um modo de "esconder" os vídeos repetidos também era útil, é um bocado irritante haver resultados iguais nas buscas. Tal como é um bocado irritante a exclusividade anfíbia dos canais SIC, e o único efeito é terem menos espectadores néticos, ninguém vai trocar de servidor só por isso, creio.

Pronto, estas são as minhas principais sugestões, em resposta a um comentário da Jonas. Finalmente, o Sapo Vídeos tem um blog e já lançou um tentador concurso de vídeos de fim-de-ano. Boa sorte!

PS: Crítica aos utilizadores anfíbios, parem de trazer coisas sem interesse nenhum do YouTube, já toda a gente viu. Podem fazer coisas sem interesse nenhum mas que sejam ao menos novas e em português, para japoneses a cantar em playback ou americanos aos tombos temos o YouTube. Obrigado.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Papa começa o ano a insultar as vítimas de terrorismo comparando-as a embriões

É o que diz a imprensa portuguesa. Curioso é notar no Google News como divergem os títulos dos sites portugueses dos brasileiros, sendo que estes últimos não têm nenhuma referência ao aborto. A igreja não precisa de se esforçar muito para que a comunicação social portuguesa lhe estenda a passadeira vermelha. Basta que transformem as suas missinhas sagradas de dias santos em comícios políticos da mais barata demagogia. Muda-se o ano, mas o fedor que chega de Roma continua o mesmo. Volta Nero, estás perdoado.

PS: Eu sei que isto ainda agora começou, mas mais uma razão para não haver dúvidas, até ao momento o post do ano é este.