"Referendo ao aborto"
Abortar, sim ou não? É uma pergunta que compete responder à mulher que se encontra numa situação em que abortar é uma das hipóteses. Isso é, foi e será assim, independentemente do resultado do referendo, porque independentemente do resultado do referendo, o aborto continuará a ser uma realidade, e logo uma hipótese.
A pergunta do referendo é outra, se concordamos, ou não, com a despenalização do aborto até às 10 semanas realizado em estabelecimento autorizado. Simplicíssimo, mas eu explico, se achamos que a actual pena de prisão até 3 anos prevista na lei não tem razão de ser para os casos de aborto em estabelecimentos de saúde devidamente equipados e legalizados. Sim ou não?
Mas ainda antes de Marcelo, já a RTP tentava baralhar as coisas. Convencer-nos que o que se referenda é a primeira pergunta, e não a segunda. Já o escrevi n vezes, lamento estar a repetir-me, mas a RTP repete-se continuamente. "Referendo ao aborto", "sim ou não ao aborto", "movimentos contra o aborto", ainda hoje ouvi no Telejornal. O que não se ouve é "referendo à despenalização da interrupção voluntária da gravidez", que poderia ser encurtado para "referendo à despenalização do aborto", mas nunca "referendo ao aborto". Disse, insisto, repito, não é jornalismo, não é sério, não é honesto e é pago com os nossos impostos.
Já escreveste ao provedor? Se adiares para depois de dia 11, poderá ser demasiado tarde.
A pergunta do referendo é outra, se concordamos, ou não, com a despenalização do aborto até às 10 semanas realizado em estabelecimento autorizado. Simplicíssimo, mas eu explico, se achamos que a actual pena de prisão até 3 anos prevista na lei não tem razão de ser para os casos de aborto em estabelecimentos de saúde devidamente equipados e legalizados. Sim ou não?
Mas ainda antes de Marcelo, já a RTP tentava baralhar as coisas. Convencer-nos que o que se referenda é a primeira pergunta, e não a segunda. Já o escrevi n vezes, lamento estar a repetir-me, mas a RTP repete-se continuamente. "Referendo ao aborto", "sim ou não ao aborto", "movimentos contra o aborto", ainda hoje ouvi no Telejornal. O que não se ouve é "referendo à despenalização da interrupção voluntária da gravidez", que poderia ser encurtado para "referendo à despenalização do aborto", mas nunca "referendo ao aborto". Disse, insisto, repito, não é jornalismo, não é sério, não é honesto e é pago com os nossos impostos.
Já escreveste ao provedor? Se adiares para depois de dia 11, poderá ser demasiado tarde.
2 comentários:
sim..mas o que ta em causa é a proposta de lei do PS que fala claramente em Liberalização
pq é que os movimentos pelo sim nao falam disto?
Basear o sentido de voto em meros jogos semânticos é tão pobre que me escuso a comentar.
E não, o que está em causa não é a lei do PS, o que se referenda é um princípio, cabe depois ao parlamento legislar consoante o princípio aprovado pelos eleitores. Mas qualquer legislação que o parlamento aprove agora poderá ser alterada mais tarde noutra legislatura, desde que não mexendo no princípio aprovado por referendo. Isso só poderia acontecer com novo referendo.
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