Olhe que não, olhe que não
Puro masoquismo, ligo a tv antes das 13h e levo logo com o padre Borga a dizer "ainda bem que somos todos contra o aborto!". Fica a dúvida, estaria a referir-se aos funcionários da RTP? (E já agora, quanto é que o padre Borga r€c€b€ por promover os seus discos pimba e superstições diariamente na televisão pública?) Ou, será que o padre se referia a toda a gente envolvida na campanha, seja pelo Sim ou pelo Não?
É possível que fosse este o caso, tal a imagem de ultramoderação que o Sim se esforça por passar. Eu acho que estrategicamente é importante passar a imagem de que o Sim é o voto moderado, o voto do bom-senso, da responsabilidade. Mas muito cuidado com as cedências que se fazem ao Não. Pessoalmente não tenho qualquer objecção moral ou ética ao aborto voluntário no início da gravidez.
A única razão pela qual considero positiva a redução do número de abortos é por isso significar que menos mulheres são expostas aos riscos a ele subjacentes. Riscos esses que são a razão pela qual o aborto não deve ser usado ou promovido como método contraceptivo, mas antes como o "plano B", quando tudo o resto falha. Mas um plano B perfeitamente legítimo, tal como é perfeitamente legítimo que cientistas cultivem células humanas em caixas de petri ou clonem porcos com alguns genes humanos que possibilitem o desenvolvimento de órgãos aptos ao transplante para pessoas que deles necessitem. Conjuntos de células humanas vivas não são necessariamente seres humanos, é preciso bem mais que isso. Como bem escreve o Ricardo Alves, a vida não começa com a fecundação, transmite-se. E avaliar algo por aquilo que poderá vir a ser, em vez daquilo que é, não é mais que futurologia e crença. Sejamos racionais, sim?
É possível que fosse este o caso, tal a imagem de ultramoderação que o Sim se esforça por passar. Eu acho que estrategicamente é importante passar a imagem de que o Sim é o voto moderado, o voto do bom-senso, da responsabilidade. Mas muito cuidado com as cedências que se fazem ao Não. Pessoalmente não tenho qualquer objecção moral ou ética ao aborto voluntário no início da gravidez.
A única razão pela qual considero positiva a redução do número de abortos é por isso significar que menos mulheres são expostas aos riscos a ele subjacentes. Riscos esses que são a razão pela qual o aborto não deve ser usado ou promovido como método contraceptivo, mas antes como o "plano B", quando tudo o resto falha. Mas um plano B perfeitamente legítimo, tal como é perfeitamente legítimo que cientistas cultivem células humanas em caixas de petri ou clonem porcos com alguns genes humanos que possibilitem o desenvolvimento de órgãos aptos ao transplante para pessoas que deles necessitem. Conjuntos de células humanas vivas não são necessariamente seres humanos, é preciso bem mais que isso. Como bem escreve o Ricardo Alves, a vida não começa com a fecundação, transmite-se. E avaliar algo por aquilo que poderá vir a ser, em vez daquilo que é, não é mais que futurologia e crença. Sejamos racionais, sim?
3 comentários:
Ah! Tem havido por aí dias, nas discussões de caixa de comentários, em que me sinto um bocado sózinha a dizer que não acho o aborto por si uma coisa má....
é por essas e por outras que eu já quase desisti de abrir as caixas de comentários... ;)
se bem que ontem escrevi ao prof. Martelo no youtube, mas acho que ele não me respondeu...
Sei que já defendi por aí a moderação da discussão do Sim, mas falava em moderação no modo como se discute (evitar perder a paciência, evitar ser insultuoso, etc), não defendo que se pense de maneira diferente para passar melhor as ideias...
Espero que haja resposta do Prof. e que seja pública.
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