quarta-feira, fevereiro 27, 2008

O Dia Europeu contra a pena de morte é só a 10 de Outubro

No resto do ano manda a hipocrisia burocrática:
«Seyed Medhi Kazemi, um estudante homossexual iraniano de 19 anos que pediu sem êxito asilo político ao Reino Unido, esperava ontem em Roterdão ser devolvido a Londres depois de ter tentado obter, também em vão, asilo na Holanda. O jovem, cujo o pedido de asilo foi rejeitado por Londres, que pretende deporta-lo para o Irão, teme pela sua vida se regressar ao seu país. O seu namorado desde os 15 anos, com o nome de Parham, foi ali executado em Abril de 2006, acusado de sodomia, e a polícia iraniana tem uma órdem de prisão em seu nome para o levar a julgamento. O problema é que Medhi requereu asilo pelo mesmo motivo a dois países da UE, o que não é permitido pela Convenção de Dublin.»
Nota, o rapaz da foto não é Seyed Medhi Kazemi, mas um dos dois adolescentes enforcados no Irão em 2005, cuja execução ficou conhecida por excepcionalmente ter sido fotografada. No final da notícia linkada é dito que activistas italianos contactaram a UE e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (se bem se lembram o comissário é António Guterres), coisa que qualquer um de nós pode fazer a título individual, é só clicar nos links.

Peditório: um jactinho novo pro sô presidente


[http://videos.sapo.pt/T831REia0zMd5t7bmLDC]

Ui ui, coitadinho do sô presidente e dos sôs ministros.. jactinhos novos urgem, ou talvez não:
«Precisamos, diz-nos o Presidente da República, de trocar de jactos porque aviões executivos "assim" como aqueles que temos já não há "nem na Europa nem em África". Cavaco Silva percebe, e obviamente gosta, de aviões executivos. Foi ele, quando chefiava o seu segundo governo, quem comprou com fundos comunitários a actual frota de Falcon em que os nossos governantes se deslocam. (...)

Nesta fase metade dos rendimentos dos portugueses está a ser retida por impostos. Encerram-se maternidades, escolas e serviços de urgência. O Presidente da República inaugura unidades de saúde privadas de luxo e aproveita para reiterar um insuspeitado direito de todos os portugueses a um sistema público de saúde. Numa altura destas, comprar jactos executivos é tão obsceno como o foi nos dias de Samora Machel. Este irrealismo brutalizado com que os nossos governantes eleitos afrontam a carência em que vivemos ultraja quem no seu quotidiano comuta num transporte público apinhado, pela Segunda Circular ou Camarate, para lhe ver passar por cima um jacto executivo com governantes cujo dia a dia decorre a quilómetros das suas dificuldades, entre tapas de caviar e rolinhos de salmão. Claro que há alternativas que vão desde fretar aviões das companhias nacionais até, pura e simplesmente, cingirem-se aos voos regulares. Há governantes de países em muito melhores condições que o fazem por uma questão de pudor que a classe que dirige Portugal parece não ter.

Vi o majestático François Miterrand ir sempre a Washington na Air France. Não é uma questão de soberania ter o melhor jacto executivo do Mundo. É só falta de bom senso. E não venham com a história que é mesquinhez falar disto. É de um pato-bravismo intolerável exigir ao país mais sacrifícios para que os nossos governantes andem de jacto executivo. Nós granjearíamos muito mais respeito internacional chegando a cimeiras em voos de carreira do que a bordo de um qualquer prodígio tecnológico caríssimo para o qual todo o Mundo sabe que não temos dinheiro.»
E não é só Miterrand. Ainda recentemente também Gordon Brown, PM do UK, apanhou um susto não num jactinho, mas num avião da British Airways quando um outro da mesma companhia teve uma aterragem atribulada mesmo ao lado, e nem por isso deixou de voar nessa companhia ou exigiu aviões novinhos em folha. Já antes ficou também conhecido o atraso de um outro voo da BA, usado por Brown para assinar o Tratado de Lisboa.

Que o nosso presidente e governantes viajassem por norma na TAP era apenas do mais elementar bom senso, e uma forma de prestigiar uma empresa, ainda, pública e a flag carrier nacional. Isto era o mínimo, absolutamente elementar. Mas se queriam dar um exemplo ao país de esforço e contenção de custos tinham mais era que viajar o menos possível e sempre através de low-costs. Agora jactinhos luxuosos, façam-me o favor de ter um bocadinho de vergonha na cara, ok?

PS: Mas num ponto sou obrigado a dar a razão a Cavaco, os ditadores africanos voam sempre em jactinhos de fazer inveja...

Fiquem lá com o Montenegro para compensar

A SIC obriga-me a voltar à carga, qualquer dia crio uma rubrica cá no renas dedicada à geografia imaginativa dos órgãos de comunicação social. Não é picuinhice minha, isto é um bocadinho básico. Uma das regiões europeias mais "mediaticamente mapeadas" e nem assim actualizam a coisa? O Montenegro (Sudoeste da zona branca) é independente desde 2006, e não era parte da Sérvia, mas sim parte da federação da Sérvia e Montenegro. Mais, num mapa focado no Kosovo é estranho indicarem onde fica a Eslovénia e a Roménia, mas não a Albânia ou a Ex-República Jugoslava da Macedónia... acho que não estou a pedir nada demais.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Homoparentalidade no P2

Ilustração da reportagem: confirma-se, desde o "Brokeback Mountain" que os caubóis são uma cena gay.

A ler aqui. Parece-me bem equilibrada. Mostra os obsctáculos legais com que os casais de gays e lésbicas com filhos lidam. E a enorme ignorância e preconceito que ainda grassa* entre os psis nacionais, por um lado é tudo muito novo e desconhecido (décadas de estudos publicados no estrangeiro, mas nenhum tempo para os ler), mas por outro logo expeditos a indicar problemas, como o fantasma da exclusão na escola, com que nenhum casal entrevistado teve que lidar. Finalmente uma tal Lobo Xavier, que se acha no direito de decidir que tipo de casais presta ou não para se candidatar à adopção. Homofóbicos podem (os tais que depois vão maltratar os filhos dos homos na escola), homossexuais não, é a lógica da batata, além da mais vulgar e ordinarota lógica da porca e do parafuso, também usada por Xavier, claro.

* "Grassa" sem qualquer graça, claro. Obrigado pela correcção.

Manuela Bacelar no Sexta à Noite


Para apresentar "O Livro do Pedro". Vídeo também no Sapo.

Adenda: Entrevista ao DN feita por Fernanda Câncio. E blog oficial do livro.

Raios, a Irlanda vai ganhar outra vez, a 8.ª!

A Europa tira, a Europa dá. O presente irlandês para o EuroFest deste ano em Belgrado é o Dustin the turkey. E os sérvios nunca mais vão pensar no Kosovo...


(Só na SIC para a Sky News ter prestígio...) Feitas as apresentações, a versão integral:


Os turcos que se preparem para uma noite de trocadilhos previsíveis, e a RTÉ para pagar mais uma conta festivaleira em 2009. A não ser que a RTP se supere e mande uma versão em inglês do "Rap dos Matarruanos".

Fucking Ben Affleck


O felizardo é Jimmy Kimmel. Para quem ainda não viu, isto é uma resposta ao "Fucking Matt Damon", por sua vez consequência disto.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Campanha eleitoral espanhola em cartoon

A campanha eleitoral para as legislativas em Espanha já começou e uma das formas mais divertidas de a acompanhar é através dos cartoons da imprensa espanhola. Este aqui em cima do Forges foi publicado no El País, mas os meus favoritos são os do Manel Fontdevila no Público (também recomendados pelo Ricardo Alves). E o melhor é que os podemos acompanhar comodamente através do Google Reader, já que os jornais não só disponibilizam um feed para os cartoons, como permitem a visualização dos mesmos directamente no reader (vários jornais americanos disponibilizam apenas o título). Enfim, um exemplo para a imprensa portuguesa, que se os coloca on-line, como faz o DN com os do Bandeira, já é uma sorte, que fará feeds, RSSs, e essas cenas...

PS: Por falar em eleições espanholas, vejam quem voltou à capa da Zero.

PPS: E por falar em cartoons e Google Reader, quem nos segue por essa via certamente ainda não viu que as renitas voltaram ao topo deste blog ;)

Enquanto Berlusconi não regressa contentemo-nos com Sarkozy


domingo, fevereiro 24, 2008

Um co...co...co...errr...munista!?!?

O fascismo italiano ainda encarcera algumas vítimas

Papa Pio 11 e Mussolini durante a assinatura do Tratado de Latrão.
«Um tribunal italiano condenou quinta-feira um juiz a um ano de prisão e outro de suspensão de carreira por este suspender três audiências devido à existência de um crucifixo na sala.

Os factos remontam ao ano de 2006, quando, no decorrer de uma audiência, o juiz Luigi Tosti denunciou um conflito de atribuições entre poderes do Estado.

O magistrado suspendeu o processo para pedir ao Ministério que se restaurasse o carácter laico do Estado sendo isso feito através da retirada de um crucifixo existente na sala, razão pela qual se recusou por três vezes a celebrar uma audiência.

O advogado do juiz anunciou que irá apelar da decisão, uma vez que o processo acabou por ser celebrado e que o seu cliente apenas pediu que fosse retirada a cruz de forma a restabelecer o cariz laico do Estado.

"Não se pretende ofender os cristãos. Retirar o crucifixo significa eliminar um privilégio que permita que as salas dos tribunais se convertam em verdadeiros locais laicos e neutros", explicou o advogado.

A decisão de existirem crucifixos em locais públicos, como salas de tribunal e escolas, foi regulamentada em Itália em 1924 e 1928 durante o regime fascista de Benito Mussolini e confirmada em 2006.»
[via]
Que diz a malta do politicamente incorrecto? E a igreja, que agora anda sempre a queixar-se de ser perseguida? Deixem-me advinhar, caladinhos como ratazanas fascistas de barriga cheia, advinhei? Trágico é o papa negar-se ir a uma universidade para não ter que ouvir uns assobios, isso sim é um atentado à liberdade...

Entretanto a lei da rolha da ICAR continua a dar frutos

«Um sacerdote francês de 57 anos admitiu ter abusado sexualmente de 50 menores dos 4 aos 15 anos entre 1985 e 2000, noticiou segunda-feira o jornal Le Parisien.

Pierre-Etienne A. confessou as agressões aos investigadores que o interrogaram desde a sua detenção, a 4 de Fevereiro, apesar de vários testemunhos recolhidos pelo diário indicarem que a comunidade das Beatitudes, à qual pertencia, estava ao corrente dos abusos desde 1998 mas que optou por não o denunciar à Justiça

[...] Na entrevista ao Le Parisien, Pierre-Etienne A. assume os seus actos e pede perdão às crianças e jovens que afirma ter abusado em distintas sedes da comunidade em França
Não foi opção da comunidade, já aqui falámos nisto várias vezes (os jornais portugueses é que não), existem normas estabelecidas pelo Vaticano desde 1962, e reforçadas por uma carta de Ratzinger (agora papa) em 2001, que determinam o secretismo/ocultação com que o abuso de crianças por parte de membros do clero deve ser lidado. Quem quebrar o segredo corre risco de excomunhão - note-se, excomunhão de quem denuncia, não do abusador, a esse o castigo é a transferência de local. Mais pormenores no The Guardian.

A Gisberta foi assassinada há 2 anos

«Entretanto, Lino Maia, no topo da hierarquia das Oficinas, provou-nos que é um cidadão tão notável que até ganha prémios, como este [Prémio Rádio Clube/jornal Metro]: é o "Cidadão Anónimo" das "Personalidades que marcaram 2007". Descobriu-se que os jovens ao encargo da instituição eram mantidos em condições de higiene execráveis - lençóis sujos de urina ficavam no lugar dias e dias - os monitores roubavam os presentes que os familiares traziam às horas de visita, e as agressões - de funcionários a jovens, e dos jovens a outros jovens - eram o prato do dia num restaurante com ementas previsíveis, fiscalizado e aprovado não pela ASAE, mas pelos próprios cozinheiros. E Maia a isto negou, ou desvalorizou. Os pratos ou só pontualmente sabiam mal, e até eram globalmente bons, tendo em conta os "utentes" que deles usufruiam. E, para ele, funcionário da Igreja Católica, assim que a história atingiu as páginas dos jornais, o homicídio foi culpa de um "pedófilo" que andava a assediar os seus meninos, e cuja "existência" nunca foi mencionada pelas "vítimas".»
Isto e muito mais no FishSpeakers.

Pela obrigatoriedade de um dístico da ABZHP

«António Fonseca, presidente da Associação de Bares e Discotecas da Zona Histórica do Porto (ABZHP), afirmou, em conferência de imprensa, que existem "brechas na lei" que permitem aos fumadores matar o vício em locais onde à partida seria impossível fumar, como bares e discotecas. Para isso, disse, "os empresários podem constituir uma associação sem fins lucrativos", uma espécie de clube.»
E 4 dias depois insistem que a sua ideia é perfeitamente legítima e legal. A sério, coloquem dísticos bem visíveis à porta dos bares sócios (é que o conceito "zona histórica" é meio vago), para que pessoas como eu não corram nunca o risco de entrarem em semelhantes espaços. Seja lá onde for, a zona histórica do Porto não é uma zona séria...

PS: Já que a ASAE se demitiu da função de defesa da saúde pública, que trate ao menos da parte da "segurança económica", é que vergonha, definitivamente, não há.

Braga-Porto em 35 minutos

Isto é ainda melhor que o pedido (e arrasa a alternativa carro/A3), espero que se cumpra, mas que tal não implique o fim da Comissão de Passageiros.

sábado, fevereiro 23, 2008

Pior do que o avião que se recusou a cair

Só mesmo o destaque dado ontem ao "relatório SEDES". Dei-lhe uma vista de olhos e que diz lá que não digam umas 20 colunas de opinião todos os dias na imprensa? E...? E isso acrescenta exactamente o quê? A CGTP que abra os olhos, a cena agora não é com greves gerais que se consegue, é com banalíssimos relatórios alarmistas/populistas qb.

Já era tempo de acabar o discurso da crise e da tanga e da palermice. Sobretudo porque o discurso vem continuamente de quem não tem qualquer motivo para queixumes... é sobretudo isso que irrita. Apesar das televisões terem vindo a ampliar exponencialmente o tempo de antena para as "notícias de bairro", e quase não passam disso, a verdade é que cada vez menos a opinião publicada é representativa da opinião pública. Só nos jornais se lêem coisas sobre a "crise do regime", só lá se vêem choradinhos pelo regicídio ou um "Viva o Rei!" no abjecto cabeçalho do abjecto Público, o pasquim-mor da imprensa alienada que temos.

Mas então lá vem a SEDES, com o seu "relatório-bomba" e bovinamente corre tudo atrás. Os mesmos que não se dão nunca ao trabalho de investigarem o que é a tal crise de que tanto se fala, onde está, porquê, como e quando. Sobretudo ONDE! É que o "onde" é uma das chaves desta crise. E os dados estão aí para o jornalista que os quiser apanhar. Vejam onde está o desemprego, onde estão os baixos salários, de onde sai a emigração, onde estão os baixos impostos e onde está o investimento público. Dica, experimentem por exemplo reduzir o país à Lusitânia, excluindo portanto o Norte, e vejam se a crise é assim tão má. Mas não se fiquem pelas NUTS II, vejam também as III e os concelhos. Enfim, façam as contas, encontrem os contrastes e mostrem dados a sério, factos, números, e não meras vacuidades sequiosas e sentimentos "difusos". Desde já obrigadinho.

"Para a comunicação social há sempre a iminência de uma tragédia"


Para além da tragédia consumada do abutrismo jornalístico. Uma pena o avião não ter colaborado com a comunicação social, e tão bonito que é morrer em directo...

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Kosovo e os amigos de Olivença

Não é que o assunto me preocupe, até porque Olivença fica horrível no mapa, de um ponto de vista puramente estético... um ponto a não menosprezar nunca. Mas se Portugal for mesmo avante com o reconhecimento da independência do Kosovo, toda e qualquer legitimidade e/ou sentido de oportunidade que possam ainda haver nas reivindicações territorialistas sobre Olivença se esfumam no ar. E sobretudo torna-se ridículo o não reconhecimento oficial da soberania espanhola. No fundo Olivença é um Kosovo mais pequeno, mas com um processo de kosovisazão muito mais antigo e solidificado. Fica então o lembrete para os amiguinhos de Olivença, é dizer-lhe adeus de vez.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Engenhoca estelar

Nunca resisto a experimentar uma engenhoca-blog, geralmente cansam depressa (como aquelas janelinhas que mostram uma miniatura do site linkado - odeio-as de morte), mas só experimentando para cansar. Esta das estrelinhas ao fundo dos posts copiei-a do De Rerum Natura. Eu curto classificar os vídeos que vejo no YouTube ou no Sapo, mas não sei bem se neste caso, afinal isto já nem é um blog colectivo (se estiver a mentir posta qualquer coisa veado_), servirá para algo mais do que afagar ou castigar o ego do blogger... Bom pelo menos simplifica os comentários do tipo, "este post está uma bosta" ou "boa, subscrevo", nem vale a pena escrever, basta usar as estrelinhas. Deixo então a decisão aos leitores, neste caso não votem no post mas no sistema estelar, 1 estrelinha se querem que desapareça, ou 5 para permanecer, a média ditará o seu futuro.

PS: Peço desculpa a quem votou nas primeiras estrelinhas amarelas, mas entretanto descobri uma outra engenhoca estelar esteticamente mais elegante, estrelas mais pequeninas e verdes como é uso neste blog, e que fornece uma tabela (ali ao lado) com os posts mais populares. Assim já parece mais útil a coisa. Fica então uma semana a título experimental.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Mais desorientados que a Agência Lusa


Nota: E não foi só a Lusa, do Sol ao Expresso, todos os sites noticiosos reproduziram a notícia sem a corrigirem, a correcção veio no dia seguinte para alguns casos.

Técnicas de jor-qq-coisa-ismo menos éticas


Isto já é caso velho, mas não há tempo para tudo e agora que estou numa de defender governos, cá vai... Dizer que um político "admite utilizar a tensão e a dramatização como armas políticas" é um pouco como dizer que um padeiro admite usar farinha no fabrico do pão. Pois, e isso acrescenta exactamente o quê à sabedoria geral? Provavelmente haverá quem ache isto um caso de "puro jornalismo", mas eu acho que quando uma conversa privada chega inadvertidamente às mãos de um jornalista (por erro o som foi enviado pelo canal de televisão aos outros meios, salvo erro o El Mundo foi o primeiro a divulgar - e não um sem rosto "YouTube" como diz a SIC) haverá que pesar bem o interesse da mesma, e neste caso o mesmo era nulo. A não ser para os que pretendiam criar uma polémica estéril.

Que os meios de comunicação conservadores de Espanha o façam, não surpreende. Que os meios de comunicação tuga, que pouca ou nenhum importância têm dado à campanha eleitoral do estado vizinho, o façam também já é mais revelador. Até porque cá supostamente não há meios conservadores, é tudo isentíssimo e imparcialíssimo, claro. E sem cenas menos éticas... de tal forma que nem passaram a declaração do jornalista envolvido, esse zero-ético, é o que é. Como cá não temos esses pruridos, até aceitamos encomendas pósticas, aqui fica:

Ah bom, se o Público o diz...

«Qual é o balanço que José Sócrates faz dos seus três anos de Governo, que se cumprem amanhã? Positivo, muito positivo. Que imagem tem o primeiro-ministro da sua acção e das suas políticas? Reformistas. Alguma coisa correu mal? Não, tudo correu lindamente. Este é o resumo da entrevista que José Sócrates deu hoje à noite na SIC.»
Diz que é uma espécie de jornalismo. O sr. Pacheco tinha um nome para isto... qual era, "puro jornalismo"? Ah não, já sei, "jornalismo de causas".

PS: Bem sei que isto de fazer 2 posts quase seguidos em defesa indirecta do governo comporta os seus riscos, qualquer dia passo por socrático. E como blogger já era, em menos de um ai passo de desempregado a assessor do governo. Era bom era. Anyway, e porque nunca se sabe, aqui fica o mail pra qualquer contratação: renaseveados[at]gmail.com Aqui aceitam-se encomendas pósticas, é na boínha...

Enriquece a tua biblioteca

Não sei se vocês têm ido às bibliotecas públicas ultimamente, mas algo de estranho se passa, sobretudo nessas bibliotecas de última geração que têm pipocado pelo país nos últimos anos. No meu tempo de teenager as bibliotecas eram lugares lúgubres e frios, onde só alunos muito totós e dedicados punham os pés, além dos velhotes que ocupavam, e ainda ocupam, a secção dos jornais. Eu sei, porque eu também era desses totós. Agora guess what?, é cool ir a biblioteca. As bibliotecas mais recentes são as novas traseiras dos ginásios escolares, o lugar onde estar, ver e ser visto, e claro, pelo meio ainda se lê alguma coisa e cultiva-se a cachola. O marmelanço é entre as estantes de história e filosofia, e fumar, at last, já não é cool. Claro que os computadores, leitores de DVD e CD ajudam ao sucesso, mas é realmente possível encontrar fileiras de canalhada nos seus 12/18 com um livro aberto à frente do nariz. E não só. "Horas do conto" pra putos de 6 anos e até eventos para bebés gatinhantes completam o ramalhete que faz algumas bibliotecas parecerem shoppings em saldos.

Por tudo isto é coolíssima a ideia da ILGA do patrocínio de bibliotecas. Quem patrocina és tu e a ILGA faz o serviço; a quem não o quiser fazer directamente, claro está. A oferta às bibliotecas é então a colecção editada pela ILGA em colaboração com a Fundação Triângulo Extremadura. Para que pequenos e graúdos possam então ter acesso na sua biblioteca a livros que reflictam a realidade em toda a sua diversidade. Serviço público pois então.

domingo, fevereiro 17, 2008

A propósito da Grande Albánia/Cosovo/Coze-Ovo/Bordúria

Só para lembrar a imprensa tuga da recente "suspensão" (ilegalização por 3 anos) de mais dois partidos independentistas bascos. Também convém recordar que Madrid não deixa que se faça um referendo à independência do país. Mas, por outro lado, não reclama que o País Basco seja o "berço da nação" espanhola; embora reclame que esta última seja a mais antiga da Europa. Enfim, tudo coisas que me parecem vir a propósito, não sei bem porquê. Coze-Ovo com a devida vénia ao Esquerda Republicana e Bordúria aos Tempos que Correm.

PS: Depois alguém que avise a ETA de que não é pela violência que lá chegam, que isto é a excepção que confirma a regra e tal.

PPS: Parece que o Cavaco anda preocupado com as possíveis consequências da independência, tem bom remédio sr. presidente ou é mesmo Bruxelas (i.e. Berlim) a decidir se Portugal reconhece o alargamento da Albânia e ponto final? Precisaremos já de um UÇK-PT?

PPPS: Da Madeira dizem-nos que a cena deles é outra, o importante é que a mama se mantenha, e enquanto assim for não se importam de trautear o hino de vez em quando. Dormirei mais descansado, o hino cantado em madeirense embala-me como nada mais o consegue, vale bem um IVA rebaixado, um investimento público per capita várias vezes superior ao do resto do estado e até as quotas especiais de acesso ao ensino superior, aquelas que permitem que cidadãos madeirenses entrem nas universidades portuguesas com notas 2, 3 ou mesmo 4 valores abaixo das exigidas aos cidadãos portugueses. É que é mesmo bonito o hino em madeirense, só ouvindo mesmo, não dá para descrever.

PPPPS: O caso basco é especialmente elucidativo da hipocrisia europeia, mas está longe de ser o caso com mais semelhanças ao do Kosovo. Vale a pena ler as entradas da Wikipedia anglófona para casos mais semelhantes, como o da Abecásia, Ossétia do Sul, Transnístria, Nagorno-Karabakh e, claro, a República do Norte do Chipre; todas elas independentes de facto, mas sem quem as reconheça... até agora pelo menos, algumas poderão ter mais sorte em breve.

sábado, fevereiro 16, 2008

Até porque o Báltico gela nesta altura do ano...

É certo e sabido que o jornalismo português não vai à bola com a geografia europeia (ou mundial). Veja-se este exemplo da SIC. Mas quando se anda sempre a falar nos Balcãs, uma cordilheira montanhosa do Sudeste europeu, é um bocadinho puxado confundi-lo com um mar do Nordeste do mesmo continente. Mas pronto, se a citação não está errada, também há um ministro em Espanha que julga que o seu país é o mais antigo da Europa, não fica tão mal a Lusa, o desvario é generalizado...

Alerta: Bicha do Demónio 8


Finalmente o regresso, agora com a Bicha de Deus, vinda directamente de Pernambuco (ou talvez não), um army of fufes e ainda um vídeo íntimo gentilmente cedido pela Jubileu.

Enfim, uma excelente oportunidade e inspiração para responder ao desafio da Ana: perereca, mocréia, urubu, trubufu, fogosa, escandalosa, arrasadora, espalha-brasas, mostrengo, estafermo e serigaita. Ah falta uma, pode ser "recato".

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

O mais belo hino anti-hoje


Agora arranjem-me uma canção de sentido oposto que chegue aos pés desta... não há.

PS: Filas de trânsito de S. Valentim!? Este país, como dizia o outro, está doido!

Ui, mais uma afronta

A história da literatura infantil com temas LGBT publicada em Portugal conta-se em poucas linhas. Se nada me falha, a primeira publicação foi o conto "A Escola do Arco-Íris", de Miguel Vale de Almeida (disponível para download aqui), em 2005 num volume editado pelos Médicos do Mundo, "Quem conta um conto ajuda um pouco". Depois, em Dezembro de 2007, saem duas traduções editadas pela ILGA Portugal, "De onde venho?" e "Por quem me apaixonarei?", ainda à venda. Finalmente a Afrontamento, editora portuense, lança hoje em Lisboa "O Livro do Pedro", que consegue ainda o pioneirismo de ser o primeiro livro do género de autoria portuguesa, Manuela Bacelar, e editado numa perspectiva comercial e não associativa como os anteriores. E se não for por activismo, que o comprem como quem investe na bolsa, daqui a 1 ou 2 décadas qualquer um destes exemplares será considerado histórico e valerá ouro, não duvido.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Al Gore e o casamento homossexual como solução contra a promiscuidade


Enfim, longe de ser a defesa mais brilhante, mas importante por vir de onde vem, o centrão político americano, e com uma mensagem capaz de ecoar em mentes mais conservadoras. Bem haja sr. Gore, nem a Hillary (e muito menos o Barack) ousam ir tão longe... Soube deste vídeo precisamente a partir da mais recente entrevista da sra. Clinton sobre questões LGBT, a própria o desconhecia, ou pelo menos assim garantiu.

PS: Já agora, também Natalie Portman e Scarlett Johansson disseram recentemente à revista W não entenderem a exclusão de gays e lésbicas em relação ao casamento.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Nem aterragem, nem descolagem, nem ejecção

«A Universidade do Porto, que tinha avançado com o pedido de instalação do primeiro centro público de colheita de espermatozóides e ovócitos, desiste do projecto - a não ser que haja uma declaração de interesse por parte dos responsáveis do Estado.»
Podemos esperar sentados. No dia em que o estado decida dar umas gotitas de atenção ao assunto, na mais optimista das hipóteses isso significará a criação de um banco de esperma em Lisboa... Só nos resta mesmo emigrar, e de camioneta que de avião também não deixam.

Toca a assinar

Quem lê este blog via Google Reader e similares provavelmente ainda não reparou na listinha de links peticionários que criei ali ao lado. Creio que já falei de todas elas, em posts mais ou menos recentes, excepto de duas:

1) A que se opõe aos condicionamentos à criação de uma base da Ryanair no Porto. Existe outra, que conta já muito mais assinaturas, simplesmente a pedir à própria Ryanair que se instale. Mas essa falha o alvo, que é a ANA e sobretudo essa popular ficção nacional de que Lisboa precisa de um novo e mega-giga-hiper aeroporto. Não precisa Lisboa e muito menos o país, que só tem a perder com o disparate. O que é preciso, como no resto, é uma descentralização dos voos. Como aliás já acontece com os voos de carga, lê-se no The Wall Street Journal: «Increasingly, say Spanish and American authorities, cocaine is also being flown from North Africa in small planes landing in Spain and Portugal on clandestine airstrips.»

Bem sei que as low-cost são um desastre ambiental, mas não é impedindo que a região mais pobre da península possa usufruir das vantagens económicas actualmente proporcionadas pelas mesmas que se salva o que quer que seja. Ainda hoje a mesma Ryanair anunciou a criação da sua 5.ª base em Espanha. Por cá vêem-se navios...

2) A petição contra a obrigatoriedade da nota de Educação Física contar para média de candidatura à universidade. Só soube deste disparate recentemente no Womenage, e descubro agora a oportuna petição no Jonasnuts. Disparate sobretudo porque regra geral o que é avaliado pelos professores de Educação Física não é o empenho, conhecimento etc, mas tão só o mérito desportivo. Ora o mérito desportivo pode ser muito meritório sim, mas não tem nada a ver com a maioria dos cursos universitários. Como se já não bastasse o disparate do contingente especial para atletas de alta competição, que põe metade das selecções nacionais de basquetebol ou andebol (ping-pong também?) a estudar medicina...

Tudo a assapar

Agora foi o Zero de Conduta.

Não vale a pena esperar por quem não sabe honrar compromissos

O escritor angolano, José Eduardo Agualusa, defende, em crónica hoje divulgada pelo semanário A Capital, de Luanda, que Angola «deve optar pela ortografia brasileira», caso o Acordo Ortográfico não venha a ser aplicado por «resistência» de Portugal.

Para esta tomada de posição de um dos mais respeitados escritores angolanos e lusófonos, José Eduardo Agualusa avança como justificação o facto de Angola ser um pais independente, nada dever a Portugal e o Brasil ter 180 milhões de habitantes e produzir muito mais títulos e a preços mais baratos do que Portugal.

Agualusa diz ainda, na crónica que publica regularmente n´A Capital, que Angola «tem mais a ganhar com a existência de uma ortografia única do que Portugal ou o Brasil», porque o país não produz livros mas precisa «desesperadamente deles».



Ainda no referido texto do escritor José Eduardo Agualusa, este defende que a educação das populações angolanas e o desenvolvimento do país depende da importação, nos próximos anos, de milhões de livros.

E defende que as autoridades angolanas devem criar «rapidamente legislação» que permita e facilite a entrada de produtos culturais e, «em particular», de livros, no país.

Agualusa aponta ainda como razões para a demora na activação do acordo a «confusão» entre ortografia, as regras de escrita e linguagem, resumindo que o acordo tem por objectivo a existência de «uma única ortografia» no espaço de língua portuguesa, sendo «absurdo» pensar-se em unificar as diferentes variantes da «nossa» língua.

O autor aponta ainda o dedo a um «enraizado sentimento imperial» de Portugal em relação à língua para o protelamento de uma decisão.

E, contrariando esta possibilidade, diz que a História nega este sentimento porque «a língua portuguesa formou-se fora do espaço geográfico onde se situa Portugal - na Galiza».

«Por outro lado, a língua portuguesa tem sido sempre, ao longo dos séculos, uma criação colectiva de portugueses, africanos, brasileiros e povos asiáticos», aponta.

Ora nem mais, já cá o tinha dito.

sábado, fevereiro 09, 2008

"Unzertrennlich" dos Revolverheld


E porque está um lindo sábado de primavera lá fora, nada melhor do que comemora-lo com uma melosidade pop-rock gay-teen alemã. Ainda mais depois do desabafo de um leitor: "o renas está a ficar assustadoramente hetero", ó diabo! Os Revolverheld têm canal no YouTube, mas não permitem o embebimento dos seus vídeos, daí a sapização.

Sapiência lost in translation

Foi, se bem se lembram, um conselho de sábios que elaborou o "Tratado Constitucional Europeu", paz à sua alma. Agora, um novo conselho de sábias figuras (incluindo Eduardo Lourenço), elaborou um relatório pela defesa do multilinguismo na União, assente numa ideia principal: a "língua pessoal adoptiva". A língua pessoal adoptiva seria então uma outra língua, que não a materna de cada cidadão, que passaria a funcionar como segunda língua para uso pessoal ou assim... Qual é a novidade? Essa língua não deve ser necessariamente o inglês. E pronto, é isso. Propõem então que se faça o que se faz há décadas em quase todos os países europeus, a obrigatoriedade de aprender outro(s) idioma(s) na escola, mas com a ressalva "que não seja só o inglês".

Mais valia estarem calados. Sim o multilinguismo é lindo e uma riqueza. Sim, quem sabe mais línguas só ganha com isso, viaja mais, vê mais longe, etc. Mas, regra geral, as pessoas (as não-sábias pelo menos) só aprendem outro idioma se tiverem mesmo que o aprender. E encontrar um emprego costuma ser a razão que as leva a aprenderem esse outro idioma. As línguas não vão longe pela via da sedução, mas sim pela da imposição, da escola ou do mercado.

Quanto ao inglês é uma vantagem para a UE que o seu conhecimento se vulgarize. Facilita a comunicação, 27 nacionalidades à mesma mesa e uma só língua - dispensam-se tradutores, poupa-se tempo e dinheiro. A desvantagem é que o inglês não é uma língua tão simples quanto parece, está cheia de excepções, e sobretudo não é uma língua neutra. O que faz com que no seio da União haja os falantes de primeira (os nativos) e os de segunda (os tais que o têm como "língua pessoal adoptiva"), o que gera alguns desequilíbrios e mesmo conflitos.

O conselho de sábios bem que podia ter sugerido medidas muito mais concretas e revolucionárias, como a adopção de uma nova língua de trabalho na União, criada especialmente para isso mesmo. Uma língua que fosse por um lado muito mais fácil de aprender, sem as irregularidades e confusões do inglês, e que fosse igualmente estranha a todos europeus, entranhando-se assim de forma igualitária. Uma língua franca desse tipo seria o melhor seguro de vida para a diversidade linguística europeia. E nem é preciso inventar nada, o esperanto foi criado para isso. Claro que seria necessária uma reforma ortográfica, que os acentos não estão com nada na era da internet, mas isso sim seria uma sábia resolução. Agora chorinhos francófilos por causa do inglês é que façam-me um favor... *bocejo*

Deixo-vos antes com o sr. Claude Piron que diz uma série de coisas interessantes a este propósito:

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Womenage à Sapo

A debandada do Blogger continua, o Womenage ensapou e ganhou um logo lindo.

Mais vale depir-se logo para o país inteiro


Um vídeo do Partido Socialista neerlandês contra as alterações na ajuda social aos idosos no país. Até agora a assistência (ajudar a tomar banho, vestir-se ou limpar a casa) era garantida sempre pela mesma pessoa, mas uma série de alterações, com vista à poupança de dinheiro, faz com que quase todos os dias os idosos neerlandeses se deparem com um ajudante diferente, impossibilitando a criação de laços de confiança e intimidade com os mesmos. O slogan final é "Por uma assistência social humana". A tradução completa em inglês aqui.

O canal oficial no YouTube do SP aqui, que curiosamente ainda não tem este vídeo (que tem tudo para se tornar num sucesso viral ou lá como os marketeiros chamam a esses fenómenos), mas tem por exemplo estas duas deliciosas animações.

Stop Blair

É claro que assino esta petição. Não se pode votar no tratado, não somos nós que elegemos o presidente possibilitado pelo tratado, é uma festa! Aos cidadãos restam as votações das moedinhas...

No entretanto talvez desse também jeito fazer uma petição Stop Aznar e outra Basta de Barroso, é que na UE pelos vistos não há melhor CV do que ter passado pela cimeira das Lages... e só não vem aí o Bush porque parece que há um problema de nacionalidades ou quê...

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Para lá do Marão dispensam a bênção

O Público noticia hoje que num dos supostamente "mais católicos" distritos de Portugal, Bragança, já são mais os casamentos civis que os religiosos. Ao longo de quase todo o artigo a justificação encontrada é a financeira, "casamentos religiosos são caros". São mesmo? Antigamente quase toda a gente casava na igreja e quase sem gastar tostão, vestia-se o fato domingueiro em dia da semana (eram comuns os casamentos religiosos à semana), casava-se e ao fim do dia ainda se trabalhava um bocado no campo. A importância da coisa estava na "bênção religiosa". A pouco e pouco a situação alterou-se, e a bênção passou a ser pretexto para grandes bodas, e apenas isso. A benção não é o fim, é o meio com vista à grande farra. Não é preciso muito dinheiro para casar na igreja, mas não havendo dinheiro para a farra, a bênção perde o sentido... Só no fim do artigo alguém, o padre Fontes de Montalegre, põe o dedo na ferida, há menos casamentos religiosos porque a religião interessa pouco e cada vez menos e nem sequer permite o divórcio. Nem mais.

Talvez em vez de continuamente querer definir as regras de um casamento a que sempre se opôs e ainda hoje não reconhece, o civil, a Igreja se devesse preocupar mais em preservar o seu. É que já nem em Bragança o conseguem vender... o que de resto prova que não é certamente a Igreja a autoridade a consultar em matéria de "como promover o casamento".

Aos enlutadinhos do "D." Carlos

Espero que esta gente mantenha o mesmo humanismo no próximo 1 de Dezembro, e em vez de celebrar a vitória dos terroristas, mande rezar uma missinha por Miguel de Vasconcelos. Aliás, para quando uma plaquinha em homenagem à desgraçada vítima? Triste país o que consagra dia feriado o aniversário de um acto terrorista...

domingo, fevereiro 03, 2008

A Parvónia é onde mesmo?


Atentar ao minuto 3 e 12 segundos.

A minha simpatia pelo escutismo é nula, mas a nova publicidade da Media Markt é realmente de péssimo gosto. Tal como o seu slogan de sempre, "eu é que não sou parvo" - estupidamente agressivo e parvo, enfim. Mas de qualquer modo nem me parece serem os escuteiros (ou o exército, também há um "general") quem se deva sentir mais ofendido com a dita. Há claramente um gozo com uma série de estereótipos do Leste. Tudo isto podia ter sido feito com graça, mas é apenas ofensivo e reles. Era giro mostrar isto aos clientes da Media Markt no Leste europeu para ver que opinam. Mas e daí, se calhar não se importariam muito, a ver pela amostra da clientela berlinense na reportagem acima (em alemão, mas as imagens falam por si). Já sei de onde tiraram a ideia dos "parvos" não saberem usar escadas rolantes...

Rio de Mouro on fire, ou nem por isso...

A meio da semana houve aberturas de noticiários com a "previsão de confrontos durante os funerais das vítimas do tiroteio em Rio de Mouro". A polícia dizia que não havia razões para alarme, mas nada sossegava as TVs, excitadíssimas com a possibilidade de uma Nairobi ao pé do estúdio. Chegado o dia, ontem, acorreram aos ditos funerais, por certo com coletes à prova de bala e tudo, mas, oh azar, os funerais foram marcados apenas pela tristeza e consternação da praxe. Apostava-se então na noite, mas nada. E lá passaram hoje a meio do jornal as reportagens de uma "noite sossegada em Rio de Mouro". Trabalho ingrato o de repórter... o pessoal bem semeia ventos, mas da tempestade nem sinal.

Cientologia

Absolutamente na mouche o Ricardo Alves. Ainda não consegui perceber a "preocupação" com a chegada dos cientologistas a Portugal, ainda não lhes vi nada que não tenha visto no resto. Tal como não entendo o "choque" na América com o vídeo do Tom Cruise, acaso diz algo que não digam todos os padres aos domingos? "Povo escolhido", "obrigação especial em ajudar", "nós vemos a verdade", and so on... os chavões costumeiros a todas as crendices, tenham 20 ou 2000 anos, como pode isto chocar no país do tele-evangelismo? Só não o oiço dizer que "o ateísmo é o maior drama da humanidade", menos mal. O problema é então exactamente qual?
«No meu entender, o melhor seria que o Estado não reconhecesse comunidade religiosa alguma. Existe o direito de associação e o direito de manifestação. Quem quer partilhar a sua «vida espiritual» com outros, pode portanto fazê-lo, dentro do quadro legal, sem necessidade de «reconhecimento» estatal da «especificidade» religiosa. E o Estado não pode negar aos cidadãos a liberdade de seguirem uma dada religião, nem pronunciar-se sobre a validade das crenças religiosas.
Ou será que a liberdade é só para os católicos e islâmicos, mas não para os cientologistas?»

Subscrevo a 100%.

sábado, fevereiro 02, 2008

É aproveitar, que nesta além de nos deixarem votar, ainda nos habilitamos a ganhar moedinhas de ouro!

«Para celebrar o 10.º aniversário do lançamento da UEM e da introdução do euro, todos os países da área do euro vão emitir uma moeda comemorativa de 2 euros, com um desenho comum. Esta moeda estará disponível no mercado no início de 2009.

Com base num concurso de desenhos entre as várias Casas da Moeda da área do euro, os respectivos directores pré-seleccionaram 5 desenhos a seguir apresentados. O desenho vencedor será seleccionado exclusivamente através da votação feita nesta página web.

Podem participar nesta selecção todos os cidadãos comunitários e residentes na União Europeia. Cada pessoa só pode votar uma vez. Será escolhido um vencedor de entre aqueles que votaram no desenho vencedor. O prémio será constituído por uma colecção de moedas de euro de elevado valor. A votação termina no dia 22 de Fevereiro de 2008.»

Via Chuza. Vou votar no bonequinho primitivo, que me parece condizente com o conceito do concurso e da UE dos tempos que correm em geral, vota também ;)

O cúmulo da cavaquice

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Era o obséquio de fazerem cumprir a lei, se não for muito incómodo, ó faxabore

Terem que existir petições a pedir a aplicação de uma lei recentemente aprovada por unanimidade no parlamento já é suficientemente triste, não assina-la seria trágico. Assine-se pois.

Centenário do Regicídio


Vídeo via Arrastão. Amanhã à noite estreia na RTP1 a mini-série sobre o episódio determinante para a implantação da república, hoje passa o making of. Mais links úteis no Esquerda Republicana.

Belmiro contra Sócrates parte II

Diz que é uma espécie de jornalismo. O Público desistiu do "canudo" do PM e vira-se agora para os seus projectos dos 80's. Dos 80's! Começo a achar que isto já nem é um "Belmiro contra Sócrates", mas um "Belmiro salva Sócrates". É que convenhamos, o PM não está no seu melhor momento e seria tão fácil criticar a sua governação de forma séria e construtiva... Agora ir buscar cenas dos 80's só poderá suscitar sentimentos de solidariedade e compaixão pelo nosso PM. Toda a gente têm álbuns fotográficos dos 80's, todos nós sabemos o que é olhar para eles. O que se passou nos 80's, devia ficar nos 80's, porque nos 80's aquilo era tudo lindo! E aquelas casas eram belíssimas casas, de causar inveja aos vizinhos todos, de Curral de Moinas a Clichy-sous-Bois! Enfim... pode ser que valorizem à custa disto.