Os movimentos contra e a favor do quê?
Isto estava na primeira página do Jornal de Notícias de ontem. E isto mesmo já ouvi dizer ao apresentador do Telejornal da RTP1, José Rodrigues dos Santos. Isto não pode ser tolerado como um resumo legítimo de "movimentos a favor e contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez", porque uma e outra não significam o mesmo. Isto é mau jornalismo, é desinformação, é a subversão do que se referenda. Provavelmente a maioria das pessoas dos movimentos pelo Sim é contra o aborto, no sentido em que nunca abortaria e vê-o como algo necessariamente mau, ao passo que muita gente do Não já abortou e tornará a fazê-lo se achar necessário. O que se referenda é se as mulheres que abortam por opção devem ser sujeitas a perseguições policiais, julgamentos e penas de prisão ou não.
Já agora, esta manchete era sobre as declarações do bispo do Porto, que comparou o aborto à roda dos bebés abandonados. O que os jornalistas (tv, jornais, etc) não disseram é que a roda não era medieval, era usada em Portugal pelo menos até ao século XIX e é usada actualmente (com outra designação e formato) em países como a Alemanha. O sentido crítico do jornalismo português anda tão fraco que estas mesmas declarações foram repetidas até à exaustão, sem que ninguém comentasse o facto do bispo as ter proferido numa igreja às moscas em pleno dia de natal. Isso é que era capaz de dar uma bela reportagem.
Já agora, esta manchete era sobre as declarações do bispo do Porto, que comparou o aborto à roda dos bebés abandonados. O que os jornalistas (tv, jornais, etc) não disseram é que a roda não era medieval, era usada em Portugal pelo menos até ao século XIX e é usada actualmente (com outra designação e formato) em países como a Alemanha. O sentido crítico do jornalismo português anda tão fraco que estas mesmas declarações foram repetidas até à exaustão, sem que ninguém comentasse o facto do bispo as ter proferido numa igreja às moscas em pleno dia de natal. Isso é que era capaz de dar uma bela reportagem.
4 comentários:
Comentando a falta de capacidade de "resposta" de alguns jornalistas diria que, não temos jornalistas com grande expressão, e aqueles que a tem estão já com o virus da limitação dopoliticamente conservador, retrogado, limitador de evolução, um virus que so muda quando os nossos jornalistas conseguirem vender gelados aos esquimos, e de preferencia com um ariston para os conservar,...
Há certas coisas que me fazem confusão na doutrina da Igreja Católica:
- São contra a contracepção;
- São contra o preservativo como meio de evitar a transmissão de doenças;
- São contra a interrupção voluntária da gravidez;
- São contra o sexo antes do casamento;
- São contra a adopção e a entrega de crianças a instituições;
Em que mundo é que vivem?
Estranho mundo esse em que, defendendo isto tudo, continuam a permitir que padres com filhos rezem missa!
não percebo é o vosso problema psicológico com a igreja. quem quiser vai, quem não quer não vai. olha que porra.
chatos do caralho.
Esse título apenas espelha a falta de honestidade intlectual que gravita em torno do referendo. Na tv só se falam de aspectos paralelos à real pergunta que vai ser colocada. Ninguem está a falar do acto de fazer um aborto mas sim se esse acto deve ser punido. Mas porque é que ninguem diz isto na tv e nos jornais? Fica a pergunta...
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