«Para evitar o que consideram que virá a ser "uma catástrofe" para o país, a associação ainda presidida por António Baptista Lopes apela a uma rápida intervenção do poder político português, no sentido de protelar 'sine die' o protocolo.»
O protocolo "catastrófico" de que António Baptista Lopes fala ao JN é o tal acordo ortográfico que revela (as tais "duas grafias" são reconhecidas pelo acordo, logo ambas estão de acordo com o acordo em pé de igualdade, tipo
duuuuh) e admite desconhecer ao Meia Hora. Parece que também acha que aquilo que diz é suposto levar-se a sério. Ora se isto é a representação do meio editorial português, percebe-se melhor a urgência de sermos salvos pelos editores brasileiros da iliteracia crónica e profunda em que vivemos.
A mesma APEL anuncia no seu site (que por alergia a casos extremos de palermice não linko) um "estudo" que mostra que traduções feitas por pessoas diferentes originam textos... *suspense* ...diferentes!!! Sim, o nível é este. E a continuar assim qualquer dia eu próprio estarei contra o acordo, cada vez me parece mais razoável, simples e inteligente adotar a ortografia brasileira e pronto. É o que faço neste post, simultaneamente de acordo com o acordo e pipocado de anglicismos vários,
c'est la vie!
PS: Outra piada da APEL e do sr. Baptista Lopes, «Não haja quaisquer dúvidas de que as instituições internacionais, a partir do momento em que Portugal ceder às intenções do Brasil, não hesitarão em ter como referência o Português daquele país». Eu não sei em que mundo vive este senhor, mas dou um exemplo simples, uma notícia da versão lusófona do site da Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão. A notícia fala sobre os problemas de integração, nomeadamente lingüística, da comunidade portuguesa na sociedade helvética, a terceira mais numerosa. Naturalmente, apesar do reduzidíssimo número de brasileiros a residir nos Alpes, a notícia está escrita em "português do Brasil", do vocabulário à ortografia. Em que mundo vive o sr. Lopes? Absoluto mistério para mim.