O campo de milho
Silly season, indeed. Aparentemente um bando de betinhos, portugueses e estrangeiros, em plena fase rasta, aproveitaram as férias nos Algarves para darem uma de "ecologistas radicais" e invadiram e destruíram parte de um campo de milho transgénico. Até aqui nada de especialmente dramático ou problemático. A GNR existe precisamente para travar casos de delinquência como este, os tribunais para os julgarem e os papás e mamãs dos fedelhos para pagarem as despesas com os advogados.
O que já é mais difícil de perceber é o furor mediático que o caso causou. Mas tudo tem explicação. Por estes dias a blogosfera de direita vive em estado de furiosa indignação e o repisado campo de milho foi elevado à categoria de herói-mártir da causa anti-ambientalista. E de facto seria difícil arranjarem melhor que isto, pelo que há que aproveitar e chorar e espernear ao máximo enquanto dura.
Não seria sequer surpreendente que, entre um charro e uma sms, a ideia tenha sido cuspida nas orelhinhas dos voluntariosos ambientalistas de ocasião por um desses senhores indignados. É que tudo isto cai que nem gingas à causa transgénica. Quem melhor que um bando de fedelhos mal lavados e embrulhados numa nuvem de ganza para, por contraste, dar boa imagem à agricultura de alto risco dos transgénicos?
Claro que também podiam estar simplesmente a jogar ao jogo do "Qual é a coisa mais estúpida que podemos fazer este Verão?".
Seja como for, antes e depois continua a sobrar imbecilidade. Na RTP ainda hoje o nome da Almargem era difamatoriamente relacionado com o caso. Cavaco Silva, o presidente-tabu, achou por bem referir-se, igualmente indignado, ao campo mártir de Silves - um bom exemplo do populismo dissimulado e absoluta inutilidade desta trágica figura. E um pouco por todo o lado os transgénicos são referidos como a solução para o fim da fome na Terra. Quando seria afinal tão mais simples e seguro não atirar a comida para o lixo. Já basta o desperdício contínuo de tinta de jornal...
O que já é mais difícil de perceber é o furor mediático que o caso causou. Mas tudo tem explicação. Por estes dias a blogosfera de direita vive em estado de furiosa indignação e o repisado campo de milho foi elevado à categoria de herói-mártir da causa anti-ambientalista. E de facto seria difícil arranjarem melhor que isto, pelo que há que aproveitar e chorar e espernear ao máximo enquanto dura.
Não seria sequer surpreendente que, entre um charro e uma sms, a ideia tenha sido cuspida nas orelhinhas dos voluntariosos ambientalistas de ocasião por um desses senhores indignados. É que tudo isto cai que nem gingas à causa transgénica. Quem melhor que um bando de fedelhos mal lavados e embrulhados numa nuvem de ganza para, por contraste, dar boa imagem à agricultura de alto risco dos transgénicos?
Claro que também podiam estar simplesmente a jogar ao jogo do "Qual é a coisa mais estúpida que podemos fazer este Verão?".
Seja como for, antes e depois continua a sobrar imbecilidade. Na RTP ainda hoje o nome da Almargem era difamatoriamente relacionado com o caso. Cavaco Silva, o presidente-tabu, achou por bem referir-se, igualmente indignado, ao campo mártir de Silves - um bom exemplo do populismo dissimulado e absoluta inutilidade desta trágica figura. E um pouco por todo o lado os transgénicos são referidos como a solução para o fim da fome na Terra. Quando seria afinal tão mais simples e seguro não atirar a comida para o lixo. Já basta o desperdício contínuo de tinta de jornal...
Roubado ao Bandeira.
PS: Em jeito de direito de resposta aqui ficam as mais recentes declarações do porta-voz do "Verde Eufémia". Isto não significa que retire qualquer um dos meus comentários, apenas que reconheço a pertinência de alguns pontos. Quanto ao resto, continuo com total alergia a estes grupos pseudo-radicais, mas que afinal são apenas inconsequentes e contra-producentes.
PPS: Bem lembrado pelo Max o duplo critério do demagogo cavaquista na hora de condenar violações à lei, moral da história: presidente regional pode. Com a maior das latas Marques Mendes embarcou na mesma hipocrisia desenvergonhada. Tão fortes contra os eco-rastas, tão ratos contra Jardim.
PPS: Bem lembrado pelo Max o duplo critério do demagogo cavaquista na hora de condenar violações à lei, moral da história: presidente regional pode. Com a maior das latas Marques Mendes embarcou na mesma hipocrisia desenvergonhada. Tão fortes contra os eco-rastas, tão ratos contra Jardim.
3 comentários:
Cavaco Silva, tão brando no desrespeito pela lei da IVG na Madeira, horrorizou-se agora perante "a violação das leis de um Estado de Direito, cujo cumprimento deve ser exigido".
Pequenas diferenças que dizem tudo.
Boss, nesta estamos em pleno acordo.
...descontadas algumas diferenças de detalhe, e mais nos termos que nos factos.
Contraproducente e, diria eu, injusto e cobarde no alvo escolhido. Mas é patética a histeria da reacção à coisa.
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