segunda-feira, março 17, 2008

Diz que é uma espécie de justiça e liberdade de expressão

«O Tribunal de Setúbal condenou José Falcão, dirigente do SOS Racismo, a 20 meses de prisão - com pena suspensa - e mais 4 mil euros de multa, pelo crime de "difamação agravada" de um colectivo de juízes. Em 2004, José Falcão acusou um colectivo de juízes de Setúbal de adoptar "uma justiça para ricos e brancos e outra para pobres e pretos". Em causa estava a absolvição total do polícia que em 2002 assassinou à queima-roupa Toni, um jovem do bairro da Bela Vista, em Setúbal.»
Isto li estupefacto há dias no Arrastão, blog de Daniel Oliveira. É mau demais para comentar. Mas provando que o que pior funciona neste país é mesmo a justiça, leio isto hoje no Público:
«O colunista do "Expresso" Daniel Oliveira foi condenado pelo Tribunal de Lisboa a pagar ao presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, a quantia de dois mil euros pelo crime de difamação.»
Quem conhecer algum sujeito mais bronco e mal educado que o sr. Madeira que guarde a sua pedra contra a justiça portuguesa. Todos os outros é favor atirarem-nas com força, que se há classe profissional que tem estado imune às mais que merecidas críticas, é a classe dos srs. drs. juízes. Tenham vergonha.

Adenda: ao contrário do que noticia a Lusa o tribunal é o do Funchal (surpresa!) e não de Lisboa, e a sentença já foi lida há uma semana, mas acharam por bem guardar para hoje a divulgação. O texto pelo qual o Daniel foi condenado pode ser lido aqui, e é uma resposta a Jardim na altura em que este chamou "bastardos" e "filhos da puta" aos jornalistas do continente. Jardim nunca foi julgado pelos insultos porque goza de imunidade e sempre se recusou a levanta-la. No entanto é público que já se mascarou por diversas vezes de palhaço, facto que o Tribunal do Funchal (where else?) optou por não levar em consideração.

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