"Nem bom nem mau INCONTORNÁVEL"
Se não me falha a memória era isto que rezava um poster publicitário, "nem bom nem mau INCONTORNÁVEL". A publicidade era a uma colecção de livros, distribuída com um tablóide, dedicada ao salazarismo. Não percebi bem se incontornável seria a tal colecção (logo nem boa, bem má?) ou se ao dito cujo pina-galinhas.
Pina-galinhas é uma das alcunhas do pulha que recordo ouvir em pequeno e que sempre me pareceu muito adequada. Isto apesar de haver agora para aí um livro que, dizem, lido nas entrelinhas mostra que afinal o tipo era mesmo era pedófilo. Não sei, não o li, nem estou interessado.
A figura de Salazar é tudo menos fascinante, e certamente que não é "nem boa nem má", é sim profundamente medíocre. Uma coisa rançosa, mesquinha, que durante 50 anos instigou o miserabilismo, o catolicismo, o bufismo, o racismo, o analfabetismo e até o futebolismo e o fadismo, enfim, os piores traços deste país. Que poderá haver nisto de fascinante? E incontornável? Mau era se o fosse. Aliás, mesmo com todos os pesares, o Portugal de hoje é já outro país que não o Portugal de Salazar. Contornadíssimo que está, querem-no agora branquear. Camuflando o branqueamento com as cores do arco-íris warholiano. Contornam-se os pulhas, mas as pulhices florescem sempre...
Pina-galinhas é uma das alcunhas do pulha que recordo ouvir em pequeno e que sempre me pareceu muito adequada. Isto apesar de haver agora para aí um livro que, dizem, lido nas entrelinhas mostra que afinal o tipo era mesmo era pedófilo. Não sei, não o li, nem estou interessado.
A figura de Salazar é tudo menos fascinante, e certamente que não é "nem boa nem má", é sim profundamente medíocre. Uma coisa rançosa, mesquinha, que durante 50 anos instigou o miserabilismo, o catolicismo, o bufismo, o racismo, o analfabetismo e até o futebolismo e o fadismo, enfim, os piores traços deste país. Que poderá haver nisto de fascinante? E incontornável? Mau era se o fosse. Aliás, mesmo com todos os pesares, o Portugal de hoje é já outro país que não o Portugal de Salazar. Contornadíssimo que está, querem-no agora branquear. Camuflando o branqueamento com as cores do arco-íris warholiano. Contornam-se os pulhas, mas as pulhices florescem sempre...
4 comentários:
Também acho esta publicidade escandalosa. Meter o Salazar com cores bonitas e pop, não faz sentido nenhum aqui. O Wahrol fez isto com o Mao Tsé Tung, mas ele não vivia na China quando o fez. Era a visão de alguém de fora, que apenas recebia superficialmente o que a figura representava e jogava com essa superficialidade representando-a com muitas cores, como na publicidade. Aqui é totalmente diferente, parece-me. Nós vivemos por dentro o Salazarismo e o Salazar para nós não tem, ou não deve ter, aquelas cores. A não ser que o objectivo seja branquear, colorindo. Aligeirar. Eu equiparo este caso nosso ao "Arbeit macht Frei" com que a apresentadora alemã se lembrou de brincar em directo na televisão. Os alemães não esqueceram, nem toleraram e a senhora foi despedida com justa causa. Por cá, parece mesmo que os Portugueses esqueceram o que o senhor representou de negro na história de Portugal.
Miserabilismo, bufismo, analfabetismo, futebolismo? Não sei porquê mas lembrei-me do Sócrates.
É curioso pensar no porquê de escolher um tema warholiano para o salazar... estaremos a assistir a um renascer do respectivo (salazar, nao warhol...) numa versão pop star?
Parece-me tudo um grande golpe para, não só branquear o fascismo, mas principalmente para que as novas gerações vejam o Botas como um símbolo quase "cool" "nem bom nem mau, incontornável" da história. Só falta vir cá a Sofia Coppola realizar um filme...
Nem bom nem mau. Fascista
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