terça-feira, fevereiro 12, 2008

Toca a assinar

Quem lê este blog via Google Reader e similares provavelmente ainda não reparou na listinha de links peticionários que criei ali ao lado. Creio que já falei de todas elas, em posts mais ou menos recentes, excepto de duas:

1) A que se opõe aos condicionamentos à criação de uma base da Ryanair no Porto. Existe outra, que conta já muito mais assinaturas, simplesmente a pedir à própria Ryanair que se instale. Mas essa falha o alvo, que é a ANA e sobretudo essa popular ficção nacional de que Lisboa precisa de um novo e mega-giga-hiper aeroporto. Não precisa Lisboa e muito menos o país, que só tem a perder com o disparate. O que é preciso, como no resto, é uma descentralização dos voos. Como aliás já acontece com os voos de carga, lê-se no The Wall Street Journal: «Increasingly, say Spanish and American authorities, cocaine is also being flown from North Africa in small planes landing in Spain and Portugal on clandestine airstrips.»

Bem sei que as low-cost são um desastre ambiental, mas não é impedindo que a região mais pobre da península possa usufruir das vantagens económicas actualmente proporcionadas pelas mesmas que se salva o que quer que seja. Ainda hoje a mesma Ryanair anunciou a criação da sua 5.ª base em Espanha. Por cá vêem-se navios...

2) A petição contra a obrigatoriedade da nota de Educação Física contar para média de candidatura à universidade. Só soube deste disparate recentemente no Womenage, e descubro agora a oportuna petição no Jonasnuts. Disparate sobretudo porque regra geral o que é avaliado pelos professores de Educação Física não é o empenho, conhecimento etc, mas tão só o mérito desportivo. Ora o mérito desportivo pode ser muito meritório sim, mas não tem nada a ver com a maioria dos cursos universitários. Como se já não bastasse o disparate do contingente especial para atletas de alta competição, que põe metade das selecções nacionais de basquetebol ou andebol (ping-pong também?) a estudar medicina...

2 comentários:

Max Spencer-Dohner disse...

Ehh pah, amigo Boss...não se trata de impedir ou não. Simplesmente não se percebe porque carga de água deverá a Ryanair - uma multinacional poderosíssima e riquíssima- ter que ter descontos no aeroporto do Porto que as demais companhias não têm. As exigências do polémico CEO da Ryanair são inaceitáveis. E muito provavelmente desconformes com o Direito Comunitário.

Mais, a discussão é um pouco desprovida de sentido: com base ou sem base, a companhia pode fazer os mesmíssimos voos para Sá Carneiro. Basta que os queira fazer. Aliás, a companhia tem praticamente tantos voos para o Porto como tem para outros destinos da sua rede, formalmente considerados "base". A diferença, na prática, é tão singelamente esta: os aviões passariam, com uma base, a "pernoitar" em Sá Carneiro.

Ora para isso, desculpem lá o mau jeito, não creio que o dinheiro dos nossos impostos deva ser canalizado.

Isto para já não falar de uma alguma soberba regionalista que, neste assunto, se vai ouvindo algum poder do norte...

Descontos para a Ryanair??? Sim, se todas as outras companhias puderem ter. É este a posição da ANA. E ainda abem.

bossito disse...

Não seriam apenas os aviões a pernoitar, mas todo o staff, que de zero passaria a algumas centenas de empregos localizados no Porto. Isso por si só faria com que valesse a pena analisar bem os prós e contras de dar um desconto à Ryanair.

Afinal o que mais se faz neste país é dar descontos a grandes empresas, sem que daí venha necessariamente qualquer benefício palpável para o país.

Além disso o número de voos também aumentaria substancialmente (ainda que não o número de rotas).

O problema é que a ANA gere todos os aeroportos como se fossem todos iguais ao de Lisboa, impedindo a concorrência entre eles e favorecendo sempre o lisboeta. É esse o problema.