quarta-feira, março 12, 2008

A nação rénica aposta na Føroyar

Parece não haver consenso no nome em português, Féroe, Feroés, Faroé, Faroé, ilha das ovelhas... Seja como for, contados os votos, esta é a aposta da audiência rénica para o próximo estado europeu independente, depois do Kosovo/Cosovo. Neste caso pouco haverá de dramático, as Faroé são já amplamente autónomas em relação à Dinamarca, não são sequer parte da União Europeia (o que lhes dá, em certos domínios, mais autonomia real que a que têm a maioria dos estados membros), têm a sua bandeira, os seus selos, a sua selecção de futebol e até as suas moedas e notas. Pouco falta portanto, tal como em relação à Gronelândia, que não fez parte da votação rénica por não ser geograficamente território europeu.

Não sei se esta vitória se deveu ao hino da Björk, mas depois dos 13 votos das Faroé, segue-se um longo empate a 9 votos cada: Catalunha, Escócia, Flandres, Galiza, País Basco e Transnístria. Em último ficou a República Turca do Norte do Chipre, com apenas um voto. Pelo meio ficaram ainda a Abecásia, a Córsega e a Ossétia do Sul.

Se se confirmarem notícias recentes que falam na intenção russa de reconhecer a Abecásia, confirmar-se-á também que a audiência rénica não pesca muito do assunto. Suponho que votaram afinal no mais apelativo destino para férias. E devem ter razão, méeeee.

3 comentários:

AntipodeanPt disse...

Ia jurar que Faroé e Faroé são iguaizinhas e não opções como parece no post, mas tudo bem, é o único nome que lhes conheço em português e as ovelhas já foram muito mais numerosas (alguém leu o mediano "Collapse"?)
Ainda assim, primeira opção para independência? Madeira porque poderiam finalmente aderir à União Africana e sair da UE. Açores porque possuem todos os requisitos para a independência excepto uma espécie de nostalgia imperial à portuguesa. As Faroé têm muito mais em comum com a Dinamarca do que os Açores com Portugal. E o facto de parte do arquipélago ("grupo ocidental") pertencer a outra placa tectónica (a norte-americana, tal como a Goenlândia...) já dá algumas pistas. Ou não?

bossito disse...

Gralha minha, era suposto estar Faroés.

A Madeira não fez parte da votação por ser um arquipélago africano. Em relação às Faroé terem mais em comum com a Dinamarca do que os Açores com Portugal continental discordo totalmente. A coisa começa pelo facto do feroês ou faroês ser um idioma próprio e mais próximo do islandês do que do dinamarquês. E acaba no facto das Faroé serem habitadas há muito mais tempo que os Açores, aí uns 1000 anos, não são pra desprezar ;)

AntipodeanPt disse...

Mea culpa (mea ignorância, para ser sincereo) sobre o idioma faroês. O facto de serem habitadas desde o tempo dos ..Vikings (?) significa que dos arquipélagos habitáveis e habitados do mundo os Açores estão entre os mais recentes e têm menos 400 anos de ocupação (habitantes nativos inexistentes em qualquer um dos arquipélago), OK, reconheço os factos.

Madeira placa tectónica africana, concordo. Mas há países "potencialmente" europeus que me parecem ficar na Ásia (nem vou entrar pelas questões Russo-Turcas porque ambos têm pelo menos uma pequena parte do seu território no "continente" Europeu, mas que dizer de Chipre? É uma ilha asiática, certo? Ou então toda a parte da Turquia "asiática" é europeia, e viva o Kurdistão...) por isso o meu critério era mais sócio-cultural-histórico-económico do que geográfico. Sorry... Mas nesse caso os Açores são parcialmente Americanos (como a Groenlândia?) e a minha inclusão do arquipélago estava possivelmente errada. Cut the rookie some slack, please?