sexta-feira, dezembro 28, 2007

Novo ano, novo ar

Tenho estado à espera que surja no 5 Dias a brilhante crónica anti-tabágica que a Fernanda Câncio escreveu na Notícias Magazine, mas o texto nunca mais surge para que o possa copiar. Azarinho, terei eu que escrevinhar alguma coisita. Começo então pela rénica sondagem, que resultou em 64% dos rénicos eleitores a acreditarem na correcta aplicação na nova lei do fumo, muito por mor do efeito ASAE; 22% a achar que a lei tem demasiadas lacunas, que poderão resultar num fracasso semelhante ao da lei espanhola; e finalmente 12% que passará a ter que aceder ao renas através de atalhos à censura chinesa, país para onde tencionam emigrar por se poder fumar à vontade.

Quando a lei estava a ser cozinhada eu era dos pessimistas. Estavam a ser abertas demasiadas excepções que poderiam levar à anulação da lei. Mas neste momento faço parte dos 64% que acreditam que a lei irá ser aplicada. Já várias notícias tem saído com números acima dos 90% de estabelecimentos que proibirão totalmente o fumo, e sente-se no ar que será mesmo para levar a sério. Óptimo. É pena que tenha que ser assim, mas a história tem mostrado que só assim os não-fumadores conseguem fazer valer o seu direito ao ar limpo. Não houve bom senso que impedisse o fumo nos comboios ou aviões, foi a proibição que funcionou. Funcionará também agora.

Pena é a mensagem, trilingue (mas sem mirandês ou língua gestual), escolhida para indicar os locais livres de fumo e os enfumarados, "não fumadores" versus "fumadores". Ora ninguém está proibido de ir a lado nenhum, só se proíbe o fumo, era simplesmente isso que devia dizer nos sinais, "proibido fumar". É isso mesmo que dirá nos sinais franceses, cuja lei, para cafés e restaurantes, também entra em vigor no próximo dia 1. Mas enfim, será mais uma desculpa para os fumadores se vitimizarem, só isso. O importante é que funcionários e clientes não fumadores deixem de ser vítimas reais do fumo.

Para terminar deixo aqui os anúncios da campanha anti-tabagista da UE, que sempre me pareceram dos melhores que já vi sobre o tema.





1 comentário:

João disse...

Como no resto, acho que se deveria deixar o mercado funcionar, pelo menos no que diz respeito a locais de restauração e diversão nocturna. Deveria ser obrigatório demarcar os locais, seja para fumadores ou para não fumadores.
Naturalmente, os não fumadores seriam livres de só frequentar os locais que lhes interessassem, assim como os fumadores. Aí, os proprietários dos restaurantes decidiriam a melhor política para os seus espaços em função do aumento ou diminuição do número de clientes.
Impor uma proibição total, à boa maneira fundamentalista importada dos US of A, acho um atentado aos direitos dos fumadores, mesmo sendo eu um ex-fumador.