sexta-feira, setembro 15, 2006

Queer Israel

«As coisas não estão nada fáceis para os cineastas israelenses Eytan Fox e Gal Uchovsky, cujo filme, "The Bubble" (A Bolha), fez sua estréia internacional esta semana no Festival de Cinema de Toronto.

A história de amor homossexual entre um israelense e um palestino afastou o público conservador em Israel e em outros países. Além disso, europeus de tendência esquerdista estão furiosos com os ataques de Israel contra o Líbano e não têm o menor interesse em assistir a filmes israelenses. (...)

"Durante a guerra e depois dela, festivais de cinema cancelaram a exibição de filmes israelenses por causa do sentimento negativo contra Israel. Consigo entender algumas dessas emoções e me identifico com algumas", disse Fox.»
Pois eu não entendo nem um bocadinho, aliás, este tipo de notícias dá-me náuseas. Claro que poderá haver algum exagero de realizador a tentar justificar o fracasso de um mau filme (não faço ideia, não vi), mas nos tempos que correm um filme sobre uma estória de amor homossexual israelo-palestiniana teria que ser mesmo incrivelmente mau para não suscitar interesse. A não ser, é claro, que haja mesmo um boicote - e desde que soube da presença de activistas gays em manifs pró-Ezbolá que já nada me espanta.

Não será essa contudo a razão da sua ausência do 10º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, já que estarão em exibição três outros filmes israelitas: "Good Boys", "Say Amen!" e "The Lady is a Champ", o que não deixa de ser impressionante dada a dimensão e localização geográfica do país. Com algumas semelhanças à estória do "The Bubble" temos o "Go West", filme bósnio sobre uma relação amorosa entre um sérvio e um muçulmano em tempo de guerra nos Balcãs.

Todos eles me suscitam curiosidade, no entanto o único filme gay e israelita que vos posso garantir ser bom, ou melhor, excelente, é o inesquecível "Yossi & Jagger", que creio já ter passado em Lisboa. Aos cinéfilos que recusam ver filmes só porque têm a nacionalidade X ou Y, por favor, ao menos tenham a decência de deixarem de dizer que são cinéfilos.

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