Mas para os ilhéus é assim todos os anos
«Aconteceu há dois anos, antes disso só tinha sucedido em 1996, voltou a registar-se este ano: a nota de entrada nos cursos de Medicina caiu quase um valor em relação a 2005, baixando a fasquia dos 18 valores para seis das nove licenciaturas do País.»
Nunca ouvi a gente indignada com as quotas para as mulheres nas listas partidárias dizer uma palavra sobre o assunto (are you listening, mr. president?). Aliás, creio que muita gente o desconhece por inteiro. Mas existem umas coisas chamadas "contingentes especiais das regiões autónomas" que todos os anos garantem a entrada nos cursos de medicina a alunos insulares com notas bastante inferiores às dos seus colegas continentais. A desculpa é a de que haverá falta de médicos nas ilhas. Mas a desculpa não cola, desde logo haverá certamente regiões em pior situação no continente, e depois nada garante que estes especiais alunos voltem às ilhas que os viram nascer (ou lá residir por dois anos). É que a isso não são obrigados, ao contrário por exemplo do contingente especial para militares, que obriga os licenciados que dele usufruíram a trabalhar no exército. Mas não são só os ilhéus, os filhos dos emigrantes, como se não bastasse estarem em situação priviligiada para concorrerem em dois países diferentes, também têm contingente. Lembram-se da filha do ministro santanista? É que uns são filhos e outros são enteados, mas ninguém fica indignado.
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