Dia português com carros
Terminou ontem a Semana Europeia da Mobilidade, e foi ontem também o Dia Europeu Sem Carros. E em Portugal mal se deu por eles. Apesar do grande número de cidades envolvidas, Porto e Lisboa optaram por continuar porquinhas e congestionadas como nos restantes dias do ano, e a comunicação social não está, nem é costume estar, para se preocupar grandemente com o resto do país.
Ao contrário do que muitos gostam de dizer (sem oferecer qualquer alternativa), este não é um "dia inútil" e sem consequência. Tudo depende, é claro, do empenho das autarquias em fazer com que a ideia resulte e sirva de inspiração para os restantes dias e semanas do calendário. A ideia tem dado óptimos frutos em vários pontos do continente europeu. Mas somos livres de continuar a chafurdar na imundice e caos das duas maiores cidades portuguesas, enquanto não apodrecem de vez pelo menos. Como diria o outro, uma autêntica "festa do politicamente incorrecto".
Mas quem não está virado para disparates políticos ou problemas respiratórios, e acha que estas coisas da política deviam servir exactamente para aumentar o bem-estar das populações e proporcionar um desenvolvimento sustentado, encontrará uma boa leitura no manual «Cidades para Bicicletas, Cidades de Futuro». Este é um documento da Comissão Europeia, já do ano 2000, mas cada vez mais actual e um óptimo objecto de propaganda por políticas mais correctas e saudáveis para a mobilidade citadina. A ler e divulgar.
Ao contrário do que muitos gostam de dizer (sem oferecer qualquer alternativa), este não é um "dia inútil" e sem consequência. Tudo depende, é claro, do empenho das autarquias em fazer com que a ideia resulte e sirva de inspiração para os restantes dias e semanas do calendário. A ideia tem dado óptimos frutos em vários pontos do continente europeu. Mas somos livres de continuar a chafurdar na imundice e caos das duas maiores cidades portuguesas, enquanto não apodrecem de vez pelo menos. Como diria o outro, uma autêntica "festa do politicamente incorrecto".
Mas quem não está virado para disparates políticos ou problemas respiratórios, e acha que estas coisas da política deviam servir exactamente para aumentar o bem-estar das populações e proporcionar um desenvolvimento sustentado, encontrará uma boa leitura no manual «Cidades para Bicicletas, Cidades de Futuro». Este é um documento da Comissão Europeia, já do ano 2000, mas cada vez mais actual e um óptimo objecto de propaganda por políticas mais correctas e saudáveis para a mobilidade citadina. A ler e divulgar.
5 comentários:
Sorry, nesta não concordo contigo, Boss. Claro que se devia fazer mais para evitar os carros nos centros das grandes cidades. E uma enorme parte da solução tem um só nome: METRO. So estendendo a rede de metro para a periferia e para as zonas da cidade (estou a falar de lx) que a n têm é que se resolve os problemas de transporte. Os autocarros são tão demorados e poluentes como os carros. O metro é limpo (é electrico) e rápido. É claro que há outras medidas pontuais a serem tomadas. Mas lx (ou o Porto) n é propriamente uma cidade fácil para usar bicicleta.
Acho o dia sem carros inútil e inconsequente. E no actual panorama urbano uma enorme dor de cabeça para quem quer ir trabalhar.
O dia sem carros será inconsequente se mal organizado, pensado e divulgado. Provavelmente nunca o foi em Lisboa, para a coisa funcionar bem sem carros terá que haver obrigatoriamente alternativas viáveis, metro ou outras. Mas o problema poderá estar também na pouca sensibilidade das pessoas para estas matérias, e isto de consciências demora muito tempo a mudar..
Mas quanto ao Porto e Lisboa não serem cidades fáceis para as bicicletas discordo. Não o são actualmente certamente, em alguns locais é quase suicídio tentar. Mas o facto de não serem planas (podendo limitar os menos desportistas) não é limitação para o uso da bicicleta em grande parte das cidades. Alguns exemplos tirados do manuel que refiro no post:
«A Suíça não é um país plano: a bicicleta é, todavia, utilizada
em 23% de todas as deslocações em Basileia (230 000 habitantes), construída em ambas as margens de um cotovelo do Reno, e em 15% das deslocações em Berna onde numerosas ruas apresentam um declive de 7%.
(...)
Os declives constituem um obstáculo não negligenciável para os ciclistas pouco treinados que utilizam bicicletas antigas e inadaptadas em cidades em que são frequentes extensos declives com mais de 5%. Mesmo em tais circunstâncias, há um potencial para a bicicleta, como o
demonstram as cidades montanhosas: Trondheim (Noruega), que acolheu a conferência «Velo Borealis» em 1998, apresenta uma taxa de utilização da bicicleta que atinge os 8% e dispõe do primeiro teleférico para ciclistas no mundo.»
Não é fácil, nem é da noite para o dia, mas qualquer cidade se pode tornar bike-friendly, e há mil e um motivos para apostar nisso ;)
Queria dizer "manual" e não "manuel" é claro.. ;)
Mais um artigo interessante sobre este tema, das bicicletas nas cidades, é este do The New York Times de hoje: «Queasy Rider».
Não páras de pensar em mim, é o que é... ;)
Apanhado! ;)
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