sexta-feira, setembro 01, 2006

Lost in translation?

Alexander Stubb, eurodeputado conservador finlandês, elaborou um relatório sobre os gastos da União Europeia com as traduções nas suas 21 línguas oficiais. Segundo o Vieiros, depois de um primeiro impulso para recomendar a redução dos idiomas de trabalho, Stubb acabou por concluir que 1% do orçamento final não é demasiado pela defesa e manutenção do multilinguismo nas instituições europeias, mas que mesmo assim muito dinheiro é desperdiçado em traduções que acabam por não ser necessárias.

Uma boa parte da culpa da descoordenação e esbanjamento de recursos actual deve-se à divisão do Parlamento Europeu entre Bruxelas e Estrasburgo. E este vaivém Bruxelas-Estrasburgo tem um custo total estimado em cerca de 200 milhões de €uros. Ou seja, mais do que os custos totais das traduções, que de acordo com o relatório de Stubb foram em 2003 cerca de 163 milhões de €uros.

Os gastos com as traduções são essenciais, se hoje em dia os cidadãos já parecem tão alheados das instituições europeias, imaginem como se seria se estas funcionassem apenas em inglês, francês e alemão... Já o vaivém Estrasburgo-Bruxelas parece servir apenas para mimar o ego francês. É por isso que Cecilia Malmström, eurodeputada liberal sueca, lançou a Campanha Oneseat, uma petição online pela concentração de toda a actividade parlamentar em Bruxelas.

Mas nisto de política europeia há coisas de impossível tradução, como as poses de Stubb no seu site, ou a sua foto com o pai-natal ao lado da foto com Durão Barroso. Uma descontracção conservadora nórdica, que em Portugal não teria sequer reflexo no "ousado e jovem" Bloco...

2 comentários:

Siona disse...

Há solução simples: obriguem toda a gente a aprender Esperanto (não ofende pruridos patrióticos, ao contrário do inglês). E digam aos franceses que o hálito deles cheira excessivamente a alho e que não podem albergar instituições comunitárias até resolução do problema, para segurança dos funcionários comunitários que ainda não desenvolveram tolerância ao respectivo pivete.
Ah, e desculpem o tom idiota do comentário. Hoje é sexta, dia de Cuba(s) Libre(s).

bossito disse...

Hmm não sei se pôr um continente inteiro a estudar Esperanto saíria mais barato ;)

Mas o que é certo, é que sempre que quero encontrar algo no site do parlamento acabo por alterar o idioma para o inglês, que a versão portuguesa está sempre incompleta - i.e., com as traduções em atraso...