O insólito casamento
No suplemento de sábado do JN e DN da semana passada uma notícia sobre poligamia no Utah, Estados Unidos. Criminalizada por lei, ela é incentivada por determinados grupos religiosos, que também desejam a sua descriminalização, "uma reivindicação que segue os argumentos usados pelos activistas LGBT na luta pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo", lia-se. Só não se achavam as semelhanças ao longo da reportagem. Afinal descriminalizar não é o mesmo que legalizar (os gays podem viver juntos legalmente, foder e tudo), afinal a motivação religiosa no caso da poligamia é totalmente laica no casamento EPdMS, afinal a ideia de igualdade de direitos entre os sexos subjacente ao casamento EPdMS é oposta à ideia de subalternização da mulher ao homem na poligamia cristã americana, afinal a poligamia discute-se nos EUA apenas nos estados onde o casamento EPdMS está completamente fora de discussão, afinal são coisas completamente diferentes... Mas mesmo assim lá estava o comentariozinho tosco logo a abrir a insólita reportagem.
Hoje no jornal da uma na SIC, a notícia da oferta de um vibrador de 2 milhões de Euros por um jogador de futebol à esposa, misturada com um jogo de apanha-porcos na Tailândia, uma chimpanzé que fazia anos e claro, os casamentos gays na Disney! Tudo farinha do mesmíssimo saco, as odd news, os insólitos yorn... Que pena não terem antes noticiado o casório do seu colaborador misterioso, "Nuno D.", para ficarmos a saber que ao menos atrás das câmaras a SIC não é uma tv homofóbica.
Hoje no jornal da uma na SIC, a notícia da oferta de um vibrador de 2 milhões de Euros por um jogador de futebol à esposa, misturada com um jogo de apanha-porcos na Tailândia, uma chimpanzé que fazia anos e claro, os casamentos gays na Disney! Tudo farinha do mesmíssimo saco, as odd news, os insólitos yorn... Que pena não terem antes noticiado o casório do seu colaborador misterioso, "Nuno D.", para ficarmos a saber que ao menos atrás das câmaras a SIC não é uma tv homofóbica.
4 comentários:
Boa observação. É o conceito implantado de que a sexualidade se escolhe, como quem escolhe ser vegetariano... Apre!
acabei de voltar das ferias e com saudades do vosso blog. Isto pq nao o pude ler, pq o meu vetusto laptop so aceita 800x600 e pela infinitesima vez nao sei que alteraçao fizeram desta vez mas o blog nao se consegue ler em 800x600 ha uma semana! Apre!...
Quem é o Nuno D.?? Agora fiquei curioso...
sorry musicólogo, deve ser por causa do vídeo da Westboro Church, que postei em formato playlist, que mais largo que o "youtube simples"...
Tropecei em tempos no site National Review, um site da direita americana, que comenta precisamente isso. Que os argumentos usados para o casamento civil (alargado a PMSs) sao extensiveis a coisas como a poligamia e/ou vice versa. De certa maneira é verdade porque tem a ver com a esfera privada.. Ninguem controla ou pode controlar quem eu amo ou quantos eu amo. Mas por outro estamos a falar de instituicoes civicas como o casamento, que implica por um lado já nao a tolerancia silenciosa mas o reconhecimento activo e ruidoso de formas de relacao. Isso tem implicacoes politicas. No meu caso, nao me chateia nada (principalmenet como pessoa poliamorosa) que alguem tenha multiplos parceiros amorosos, ou até o caso particular de um homem heterosexual ter muitas parceiras. Mas chateia-me que isso seja posto por lei porque está a por um tipo de relacao acima de outras (tantas, imensas, bués) possiveis e provavelmente existentes.
My two cents.
aqui abaixo o que escrevi acerca do National Review e da serie Big Love (poligamia numa familia mormon dissidente).
http://laundrylst.blogspot.com/2006/04/national-review-o-que-dizem-os.html#links
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