Lisboa e @s LGBT: as ideias e propostas d@s candidat@s à CML
A ILGA Portugal promove um oportuno debate autárquico na próxima sexta-feira às 18h no CCGLL. Eis a lista das presenças confirmadas, a ordem está de acordo com a posição na respectiva lista candidata, o que permite tirar várias conclusões sobre a relevância do assunto para cada candidatura.
- Helena Roseta (n.º 1 da lista Cidadãos por Lisboa)
- Teresa Caeiro (n.º 2 da lista do CDS)
- Ana Sara Brito (n.º 3 da lista do PS)
- Gabriela Seara (n.º 3 do Lisboa com Carmona)
- Carlos Moura (n.º 6 da lista da CDU)
- Sérgio Vitorino (nº 24 da lista do BE)
- Nilza Sena (1.ª suplente da lista do PSD)
Claro que convém ter em conta que Teresa Caeiro é muito provavelmente a figura mais gay-friendly de todo o, por regra nada friendly, CDS-PP. E terá sido isso, e não o seu segundo lugar na lista, o motivo da sua escolha. De qualquer forma o CDS terá que suar para eleger o número 1, sendo certa a não eleição de Caeiro.
Já o Bloco opta por remeter para o 24º da sua lista a representação no debate. A desculpa de que assim se faz representar por um activista gay poderá convencer algumas pessoas. Mas a mim parece um claro menosprezo do assunto, atirado desta forma para o "gay de serviço" (independentemente do seu mérito, não é isso que está em causa), que não tem qualquer hipótese de eleição, sendo por isso indiferente a sua gay-friendliness, pois dos possíveis eleitos do BE continuaremos sem saber a opinião (que está longe de ser unânime no partido).
Seja como for a coisa promete (sobretudo por Helena Roseta e Ana Sara Brito), e era óptimo que @s lisboetas LGBT comparecessem em peso ao debate, para que os candidatos se sintam efectivamente confrontados com as questões dessa parte da população.
PS: A maioria feminina do debate também é reveladora, sobretudo pelo contraste com a norma do debate político nacional.
- Helena Roseta (n.º 1 da lista Cidadãos por Lisboa)
- Teresa Caeiro (n.º 2 da lista do CDS)
- Ana Sara Brito (n.º 3 da lista do PS)
- Gabriela Seara (n.º 3 do Lisboa com Carmona)
- Carlos Moura (n.º 6 da lista da CDU)
- Sérgio Vitorino (nº 24 da lista do BE)
- Nilza Sena (1.ª suplente da lista do PSD)
Claro que convém ter em conta que Teresa Caeiro é muito provavelmente a figura mais gay-friendly de todo o, por regra nada friendly, CDS-PP. E terá sido isso, e não o seu segundo lugar na lista, o motivo da sua escolha. De qualquer forma o CDS terá que suar para eleger o número 1, sendo certa a não eleição de Caeiro.
Já o Bloco opta por remeter para o 24º da sua lista a representação no debate. A desculpa de que assim se faz representar por um activista gay poderá convencer algumas pessoas. Mas a mim parece um claro menosprezo do assunto, atirado desta forma para o "gay de serviço" (independentemente do seu mérito, não é isso que está em causa), que não tem qualquer hipótese de eleição, sendo por isso indiferente a sua gay-friendliness, pois dos possíveis eleitos do BE continuaremos sem saber a opinião (que está longe de ser unânime no partido).
Seja como for a coisa promete (sobretudo por Helena Roseta e Ana Sara Brito), e era óptimo que @s lisboetas LGBT comparecessem em peso ao debate, para que os candidatos se sintam efectivamente confrontados com as questões dessa parte da população.
PS: A maioria feminina do debate também é reveladora, sobretudo pelo contraste com a norma do debate político nacional.
13 comentários:
Acho muitíssimo injusta a tua acusação. Além de ser absolutamente unânime os direitos dos gays e das lésbicas no Bloco (foi o partido que conseguiu que esse chegasse a ser um assunto no debate político o que lhe tem valido apenas levar constante porrada dos movimentos LGBT, que por isso apenas pedem distância para não serem confundidos), escolheu um activista LGBT em vez de alguém que vá apenas dizer coisas politicamente aceitáveis. Acho que fez muito bem.
Confesso que não me esqueço quando os movimentos LGBT escolheram Odete Santos como um símbolo da defesa dos seus direitos. A mesma que defendera num congresso que a homossexualidade era resultado de traumas de infância.
Não me deixo de surpreender como os activistas LGBT tratam aqueles que, mesmo havendo divergências, mais se têm batido pela igualdade. Sei que o BE contirá a bater-se por ela. Sei que nunca receberá um aplauso dos movimentos LGBT. É a vida e o país.
Digo isto sem rancor e com a simpatia que este blogue sempre me mereceu. Mas às vezes um tipo fica um pouco desalentado.
Já agora, José Sá Fernandes esteve na Marcha do Orgulho Gay há dois anos (o único que o fez durante a campanha) e de Pedro Soares conheces há muito as posições, já que é da mesma Comissão Política do BE que tem defendido todas as causas LGBT. No caso de qualquer um dos dois, estás a ser injusto.
pessoalmente gostaria de ter um debate com os cabeças de lista... seria uma prova inequivoca da importância da agenda LGBT, pois aprece que é assim que funciona a política.
quanto à leitua que o Boss faz das presenças confirmadas, sendo plausivel, parece me abusiva... afinal que leva uma qualquer candidatura a escolher uma determinada pessoa? porque o numero 3 do PS ou o numero 6 da CDU para referir dois dos casos que não analisaste?
pessoalmente irei ver o debate e espero uma discussão animada... mas registo acima de tudo a ausência da grnade maioria dos cabeças de lista... afinal... os gaj@s que andam nos cartazes...
Daniel obrigado pelos comentários e informações que acrescentou, e algumas desconhecia.
Eu acho óptimo e de aplaudir todo o empenho do Bloco na matéria, já o aplaudi neste blog algumas vezes, mas às vezes eu também me sinto desalentado com a inércia do Bloco.
De resto há também algumas coisas nos seus comentários de que discordo. Não me lembro da Odete Santos ser "um símbolo". Nem me parece que o movimento LGBT passe a vida a dar porrada no Bloco. Mas a confusão que por vezes outros pretendem criar entre Bloco e movimento LGBT prejudica ambos, e a separação de águas beneficia os dois.
Finalmente, para o debate, eu acho que ganhávamos mais em saber o que pretende fazer o possível eleito do BE, ou os elementos mais próximos, do que as posições mais ousadas do nº24. É que já conhecemos essas posições, afinal partem do movimento LGBT.. Seria portanto mais valioso saber não o "politicamente inaceitável", mas o politicamente viável.. é sobretudo isso que digo.
Só mais uma achega, eu reconheço o pioneirismo do Bloco em relação a esta agenda. Precisamente por isso estranho uma certa inércia logo na altura em que finalmente a agenda LGBT consegue entrar no espaço político e mediático de forma mais consistente, como se tem verificado nos últimos 2 ou 3 anos...
O Bloco arrisca-se a deixar que sejam outros a colher os louros de futuras, e espero que breves, conquistas... Parece-me uma má estratégia.
Olá Boss, realmente acho a contabilidade numérica da posição na lista um critério no mínimo arrojado, para determinar a importância da temática LGBT numa candidatura.
Mas apraz-me fazer 3 comentários:
1 - seria o José Sá Fernandes a estar neste debate, não tivesse o gabinete do mesmo sido corrido da CML e o seu email bloqueado. O convite da ILGA, enviado com antecipação, chegou, porém, ao conhecimento da candidatura em cima da hora, e o cabeça de lista já tem outro debate simultâneo.
2- acho normal que outras candidaturas não enviem activistas do movimento LGBT, porque a verdade é que não os têm assumidos.
3- como é evidente, não vou a este debate defender as minhas posições pessoais, mas sim as propostas concretas da candidatura do José Sá Fernandes na área LGBT, que defendi na mesma, que existem e serão apresentadas, como outros documentos, ao longo da pré-campanha e campanha e merecerão uma iniciativa própria, mas que que vão até em grande parte ao encontro das propostas com que a ILGA desafiou os candidatos, e que naturalmente exporei amanhã.
paulo jorge, a propósito, o zé não nada nos cartazes (ainda)
Só mais uma achega. Nas restantes considerações feitas pelo Boss relativamente à flutuante "inércia" do BE, estou bastante de acordo. É verdade que a prazo, os partidos institucionais - como o PS - recolherão os louros de muito trabalho feito à esquerda numa travessia de deserto muito longa. Mas isso é inevitável, e até, em alguma medida, desejável, porque corresponde ao romper das barreiras institucionais por parte do movimento, e à apropriação do discurso lgbt pelos partidos do centro.
No entanto, os partidos do poder, mesmo que lentamente - muito lentamente (aliás não acredito na capacidade ou vontade do PS para aprovar sequer o casamento para tod@s nem na próxima legislatura) - vão assimilando reivindicações legais e institucionais do movimento, não têm interesse em abordar o outro lado da causa - o não-institucional, o da luta social contra a discriminação. Esse é e infelizmente continuará a ser um campo em que a direita e a esquerda institucional se recusarão a entrar, porque é da sua natureza.
Saiba o Bloco entender que o seu campo é mais o da luta social do que o da política institucional, é a minha esperança, nesta e noutras temáticas.
Sérgio obrigado pelos comentários. Espero que o debate seja de facto uma boa oportunidade para saber o que o BE tenciona efectivamente fazer e apoiar na autarquia lisboeta.
Quanto ao resto, de acordo. A minha crítica é sobretudo a uma estratégia (ou não-estratégia) que será sobretudo prejudicial ao próprio BE.. .
Isto levaria a um debate interessante. Não o quero fazer em torno da candidatura autárquica, com características um pouco diferentes das restantes do Bloco. Prometo no meu blogue vir a ela para discordar do processo de despolitização do movimento LGBT. E também sobre a dificuldade do BE em manter a agenda dos direitos das minorias em momento de crise. Falta, na minha opinião, um discurso integrador dos direitos LGBT no debate político. Juro que voltarei ao tema no meu blogue esperando polémica com os amigos do Renas.
E, já agora, para discordar do Sérgio em relação à menorização da importância simbólica do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
pelas palavras de Boss, até parece que a questão LGBT é consensual no PSe nos outros partidos. No Ps nem o aborto é consensual..e mais, enquanto que em Espanha Zapatero aparecia enquanto lider da oposição na marcha de orgulho LGBT, em Portugal só lá vi um lider partidário: Francisco Louçã.
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