A lenga-lenga anti-regionalista
«Acredito na descentralização, mas não acredito na regionalização. O nosso país, no seu todo, tem a dimensão correspondente a uma região média europeia. O caso dos Açores e da Madeira é muito especial, pela geografia e pela história. Não podemos correr o risco de perder uma coesão nacional que se diluiria se houvesse regionalização.»Vasco Graça Moura ao JN de hoje. A lenga-lenga dos anti-regionalistas continua a mesma passados 10 anos, assente apenas em mitos pacóvios e mentiras grossas.
Acreditam na descentralização, mas não se lhes conhece uma única medida nesse sentido.
Distorcem o mapa da Europa e dizem coisas tão incríveis de tão falsas como "o nosso país, no seu todo, tem a dimensão correspondente a uma região média europeia" (!?!?). É que o nosso país, no seu todo, é superior ao país médio da UE. Eu sei que é muito mais fixe passarmos a vida a dizer que "o país é pequenino, coitadinhos de nós", mas na verdade o país é mediano, grandito até, para os padrões europeus... A diferença é que a maioria dos países, mesmo sendo mais pequenos que o nosso, estão regionalizados.
Last but not least, a "coesão nacional". Será "coesão nacional" a diferença brutal do PIB per capita do Norte em relação ao do Vale do Tejo? Dane-se a coesão nacional se assim for. Os Açores e a Madeira estão mais "coesos" agora ou antes de estarem regionalizados? É fácil lembrar Jardim, e pelos vistos também já ninguém se lembra dos movimentos bombistas que defendiam a independência dos arquipélagos antes da regionalização. E também é fácil esquecer o crescimento brutal da emigração portuguesa para Espanha, sobretudo partindo do Norte e interior do país, não será isso atentatório à "coesão nacional"? O nosso modelo de desenvolvimento deve então continuar a inspirar-se no modelo grego? Pode-se "retalhar" o país em freguesias, concelhos, distritos, mas jamais em regiões porque a seguir ia querer ser tudo um país independente? Será? E porque seria?
7 comentários:
Sim, boa escolha para o tag: demagogia pura e dura. Acho que o facto de territorios como Algarve ou a Regiom Norte possuírem uma identidade sociocultural evidente e umas dinámicas económicas próprias nom tem por quê atentar contra a coesom de Portugal como estado ou "naçom". Se na Espanha, na Bélgica ou no Canadá, apesar de todo, ainda nom se independizou nengum território... duvido muito que isso chegue a acontecer em Portugal.
Na mouche Boss!
Tedes que adaptar o berro de guera dos centralistas espanhois, aquele: "Ejjjjpaña se roooompe!!", que pola Galiza escuitamos cada dia...
A Dinamarca é mais pequena que Portugal e está regionalizada, a Eslovénia é mais pequena ainda e vai abrir um processo de regionalização e ambos estes países são modelos clássicos de Estados-Nações tal como Portugal.
Definitivamente, em os portugueses têm mesmo muita dificuldade em olhar para lá do seu próprio umbigo...
Como Lisboeta (de gema) só voto sim a uma regionalização, com a qual concordo, se não criar mais cargos politicos do que aqueles que extingue. Se servir apenas para aumentar os Jobs for the boys, não obrigado
jpt
Caro Boss
Dada a temática abordada, tomei a liberdade de publicar este seu "post", com o respectivo link, no
Regionalização
Cumprimentos
à vontade António, obrigado pela atenção ;)
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