Peanuts ensanguentados
Vai por aí uma discussão na blogosfera a tresandar a séc. XX sobre o "direito" ou não dos homossexuais darem sangue. Pelos vistos ainda muita gente acredita na teoria dos "grupos de risco", a teoria que fez com esses mesmos grupos ditos de risco, ainda que padecendo de alguns preconceitos acrescidos à custa de tal fama, se tivessem consciencializado e prevenido na mesma medida em que os "grupos não de risco" se relaxaram e infectaram em massa. Basta ver as recentes estatísticas sobre o forte aumento de novos casos de HIV positivo entre a população idosa.
Eu já fui dador de sangue, e nunca me perguntaram se era gay (perguntavam isso sim, o número de parceir@s - ja, com arroba - nos últimos meses e o uso ou não de preservativo). Foi quando li um panfleto, ainda no séc. passado, que referia essa proibição, que deixei de o ser. Eu tento sempre respeitar as regras, por mais imbecis o sejam. Claro que tal proibição em nada prejudica a minha saúde. Claro que tal proibição não impede que homens casados que fodem anonimamente com outros homens casados continuem a usar a dádiva de sangue como um "discreto teste ao HIV". É que a proibição não é dos "homossexuais darem sangue", mas sim dos "dadores que se digam homossexuais". A vida é mesmo assim, uns seguem as regras, outros não. Eu já me tinha como gay muito antes da primeira foda com outro gajo e, seguindo a tal lógica esperta, tinha já um "maior risco", possivelmente alojado na genitália ou ânus, não sei bem...
Resumindo e concluindo, esta é daquelas homofobias tontas que prejudicam mais a sociedade em geral do que os gays em particular. Perde-se algum sangue e ganham-se alguns novos infectados que se julgavam "seguros".
Mas grave, para nós os banidos, seria proibirem-nos de receber sangue quando dele necessitamos. Não querem? Não recebem. O problema é vosso, não meu. A mim o que me chateia é ver tanto empenho do mov. LGBT com estes peanuts quando há discriminações a sério, muito mais graves e consequentes, por resolver...
Nota: Quem quiser seguir a discussão que por aí vai pode começar no Glória Fácil ou no Avatares, e daí continuar por sua conta e risco...
Eu já fui dador de sangue, e nunca me perguntaram se era gay (perguntavam isso sim, o número de parceir@s - ja, com arroba - nos últimos meses e o uso ou não de preservativo). Foi quando li um panfleto, ainda no séc. passado, que referia essa proibição, que deixei de o ser. Eu tento sempre respeitar as regras, por mais imbecis o sejam. Claro que tal proibição em nada prejudica a minha saúde. Claro que tal proibição não impede que homens casados que fodem anonimamente com outros homens casados continuem a usar a dádiva de sangue como um "discreto teste ao HIV". É que a proibição não é dos "homossexuais darem sangue", mas sim dos "dadores que se digam homossexuais". A vida é mesmo assim, uns seguem as regras, outros não. Eu já me tinha como gay muito antes da primeira foda com outro gajo e, seguindo a tal lógica esperta, tinha já um "maior risco", possivelmente alojado na genitália ou ânus, não sei bem...
Resumindo e concluindo, esta é daquelas homofobias tontas que prejudicam mais a sociedade em geral do que os gays em particular. Perde-se algum sangue e ganham-se alguns novos infectados que se julgavam "seguros".
Mas grave, para nós os banidos, seria proibirem-nos de receber sangue quando dele necessitamos. Não querem? Não recebem. O problema é vosso, não meu. A mim o que me chateia é ver tanto empenho do mov. LGBT com estes peanuts quando há discriminações a sério, muito mais graves e consequentes, por resolver...
Nota: Quem quiser seguir a discussão que por aí vai pode começar no Glória Fácil ou no Avatares, e daí continuar por sua conta e risco...
1 comentário:
venho só comentar, tardiamente, que aqui o direito em causa é o de quem precisa de receber sangue, o direito a saber que o sangue é recolhido com precauções que façam sentido e de facto defendam as pessoas de ser infectadas...
Enviar um comentário