RTP Crime
Ligo a tv pública, RTP2, à espera de encontrar a informação mais relevante do dia no seu jornal de horário nobre, mas antes vejo um indivíduo, líder de um micropartido que tem feito manchetes à custa de detenções várias entre os seus membros por, entre outros crimes, tráfico de droga, de armas, de mulheres ou homicídios racistas, a ser prazeirosamente entrevistado por Alberta Marques Fernandes.
O pretexto é, what else?, as intercalares em Lisboa, esse assunto local que o centralismo doentio da nação eleva a "questão nacional". As respostas são contra o "poderoso lobby gay", "anormal, desviante" e por aí fora. A despedida, já com o "tempo excedido", é um "tive muito gosto em tê-lo cá". E esta merda toda foi paga com os teus impostos.
Escusam de vir com a estória dos "deveres de isenção" e "igualdade de tratamento para todos os partidos" a que a RTP estaria obrigada. Porque NUNCA na história da estação isso alguma vez foi passado à prática. NUNCA numa eleição nacional se viram entrevistas a todos os candidatos, humanistas, monárquicos, atlantistas, da terra, operários socialistas, etc etc etc, porquê então fazê-lo numa eleição de âmbito local? Onde para cúmulo os "candidatos de relevo" não são os 5 do costume (correspondendo às forças representadas no parlamento), mas 7, graças aos independentes, mais do que suficientes para ocuparem demasiado tempo e recursos por si só.
A RTP viola assim a constituição ao perpetuar e reforçar um favorecimento mediático desmesurado à capital do país, discriminando tudo o resto. E ao permitir discursos de ódio em função de orientação sexual, aliás, ao premia-los com "muito gosto". Não há vergonha, não há decência, não há pingo de consciência ou ética jornalística. É o forrobodó da estupidez. Os liberais não precisam de gastar mais latim comigo, estou convencido: privatize-se já aquela merda!
PS: É isto o famoso controlo do PS sobre a RTP? Livra!
PPS: Para quem não viu, saiba que das Neves sugeria hoje no Destak que se discutisse a recriminalização da homossexualidade. A RTP não perdeu tempo a apanhar a deixa. É a chamada "agenda nigeriana" a comandar a comunicação social ("agenda polaca" seria já um eufemismo).
O pretexto é, what else?, as intercalares em Lisboa, esse assunto local que o centralismo doentio da nação eleva a "questão nacional". As respostas são contra o "poderoso lobby gay", "anormal, desviante" e por aí fora. A despedida, já com o "tempo excedido", é um "tive muito gosto em tê-lo cá". E esta merda toda foi paga com os teus impostos.
Escusam de vir com a estória dos "deveres de isenção" e "igualdade de tratamento para todos os partidos" a que a RTP estaria obrigada. Porque NUNCA na história da estação isso alguma vez foi passado à prática. NUNCA numa eleição nacional se viram entrevistas a todos os candidatos, humanistas, monárquicos, atlantistas, da terra, operários socialistas, etc etc etc, porquê então fazê-lo numa eleição de âmbito local? Onde para cúmulo os "candidatos de relevo" não são os 5 do costume (correspondendo às forças representadas no parlamento), mas 7, graças aos independentes, mais do que suficientes para ocuparem demasiado tempo e recursos por si só.
A RTP viola assim a constituição ao perpetuar e reforçar um favorecimento mediático desmesurado à capital do país, discriminando tudo o resto. E ao permitir discursos de ódio em função de orientação sexual, aliás, ao premia-los com "muito gosto". Não há vergonha, não há decência, não há pingo de consciência ou ética jornalística. É o forrobodó da estupidez. Os liberais não precisam de gastar mais latim comigo, estou convencido: privatize-se já aquela merda!
PS: É isto o famoso controlo do PS sobre a RTP? Livra!
PPS: Para quem não viu, saiba que das Neves sugeria hoje no Destak que se discutisse a recriminalização da homossexualidade. A RTP não perdeu tempo a apanhar a deixa. É a chamada "agenda nigeriana" a comandar a comunicação social ("agenda polaca" seria já um eufemismo).
10 comentários:
For the record, este post foi substancialmente alterado desde a primeira versão até a esta que acabei de publicar. Não valia a pena publicar as duas, fica então a nota.
Obrigado pelo post. Resolvi enviar a seguinte mensgaem ao provedor do telespectador da RTP:
Sou habitual telespectador do telejornal do canal 2 da RTP porque o acho de boa qualidade a maioria das vezes. No entanto, quero deixar aqui o meu veemente, pesado e inequívoco protesto por ter sido entrevistado naquele jornal o líder de um partido xenófobo, racista, homofóbico e que serve de abrigo político a criminosos, com ligações a movimentos de sentido nazi-fascista internacionais, o que do meu ponto de vista colocou a RTP novamente num perigoso caminho de promoção de valores antidemocrátivos, não contribuindo em nada para a criação de um ambiente plural em Portugal, de Liberdade, na qual acenta a nossa constituição.
A propósito da suposta pluralidade de partidos, nunca vi a RTP entrevistar lideres de outros partidos ultra-minoritários só por estes se candidatarem a uma qualquer eleição, muito menos intercalar e autárquica, não compreendo porque o faz agora com o PNR, a não ser para o promover e criar agitação socia desnecessária, da qual será depois a primeira responsável.
Sem mais de momento, os meus pêsames.
sobe o JCN: um homem que acha que a pornografia é uma actividade ilegal deve ter algum problema grave juridico-cognitivo. não?
Sobre o JCN: fui ler o texto e o único diparate que ele diz é que as relações sexuais entre adultos não estão regulamentadas e deveriam estar (quando é claro que estão); não fala em criminalizar nada.
Sobre o canal de tv: se tivessemos uma entidade reguladora a sério acontecia isto http://ciberjornalismo.com/pontomedia/?p=1996. De qualquer forma sugiro às associações lgttq que se mexam.
Eu acho que vocês não leram com atenção. PG, ele não diz que a pornografia é ilegal, diz que tal como a homossexualidade procura agora o reconhecimento oficial.
E Anabela, ora repara bem, o texto chama-se "tabu":
«Por detrás disto tudo está o tabu fundamental de um tempo que se diz sem tabus: «como se pode proibir ou limitar a sexualidade consentida entre adultos?».
Curiosamente, este argumento parece decisivo a muitos. Curiosamente, porque quase todas as outras actividades consentidas entre adultos são hoje, não só altamente regulamentadas, mas até proibidas, criminalizadas e punidas. (...)
O tráfico de droga, contrabando e múltiplas outras actividades praticadas entre adultos que, mais que consentindo, estão mesmo ansiosos por isso, continuam proibidos e perseguidos. E com toda a razão!
Por que motivo então a sexualidade tem de ser a única acção onde basta o consentimento de adultos? (...)»
Se isto não é sugerir a recriminalização.... é o quê?
Ainda o JCN...
hrrr... como é que a pornografia tem "reconhecimento legal"?
É uma actividade regulamentada, que paga impostos, que tem leis que controlam a sua actividade... que mais é preciso para "reconhecimento legal"?
Hmm subsídios do ministério da cultura suponho.. LOL
As tv's ainda não perceberam que ao dar tanta visibilidade a estes tipos estão a fazer com que eles aumentem a sua dimensão?
Ou perceberam, e dão esta visibilidade de forma intencional?
É muito estranho...
O Abóminavel César das Neves ou João Coulter das Neves... Esta gente vive em que planeta?
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