quarta-feira, março 14, 2007

A culpa é do Chávez, claro!

Durante o dia de ontem dezenas de sites noticiosos, sobretudo espanhóis, hispano-americanos e brasileiros, reproduziram uma notícia da agência EFE, de Espanha, que indicava um "estudo que demonstrava que o QI de George W. Bush era o mais baixo de todos os presidentes americanos". A notícia foi entretanto apagada de quase todos os sites, como do El País, p.ex. Mas ainda se pode ler no 20 minutos, devidamente sinalizada como falsa. Ou sem qualquer aviso nos jornais conservadores La Razón e ABC.

A principal falha da notícia está na inexistência do tal estudo ou de um verdadeiro Instituto Lovenstein, já que as conclusões são provavelmente verdadeiras, é isso que a torna verosímil. Poucos duvidarão da fraca inteligência de W., e não é esta notícia ou o seu desmentido a alterar o que quer que seja. O interesse principal do caso está na forma como grande parte da informação que consumimos parte de uma única fonte, uma agência noticiosa, e se difunde por dezenas de sites e órgãos, sendo publicada sem que ninguém repare em erros tão óbvios como este (é que ainda por cima tudo isto já havia acontecido com jornais de língua inglesa em 2001). A detecção do erro veio, aparentemente, da blogosfera.

Mas com tanto erro de palmatória como reagem os órgãos envolvidos? É simples, os clientes da EFE culpam a agência, e esta difundiu uma notícia/pedido de desculpas com este título: «Discurso de Chávez revive boato sobre QI de Bush».

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