"Grandes Portugueses" versus "A Bela e o Mestre"
Algum dia tinha que ser, e foi hoje que caí na tentação de ver "A Bela e o Mestre", o novo reality show da TVI. A culpa foi da barracada oferecida pelo serviço público, bem, oferecida é favor, milhões de dinheiros públicos foram esbanjados naquela palhaçada, e ninguém vai ser responsabilizado por isso, é fartar vilanagem, mas adiante.
Eis um dos momentos/pérolas apanhados. Clara Pinto Correia sentada numa mesa e exibindo a sua tatuagem, o assunto, não sei porquê, está nas cabras. O apresentador do programa diz que não sabe pastorear cabras, ao que Clara replica perguntando a idade, 29, e logo se nesses 29 se serviu apenas da mãozinha, pois cabras diz desconhecer.
Não se pense contudo que havia algum acréscimo de qualidade em se mudando de canal. De regresso à RTP1 apanhei a meio uma conversa de vaginas (o sr. escusou-se a dizer pénis a seguir, também não sei porquê), depois houve ainda tempo para os "pés mal-cheirosos" do Infante, uma comparação entre alcoolismo e homossexualidade por parte da sobrinha de Pessoa (diz que padecia de ambos, o pobre) e muitos elogios a Salazar. Tinha até claque, e, ó cúmulo do ridículo e palhaçada em que o programa se tornou, havia até cabeçudos, como no Carnaval, representando cada concorrente.
Em suma, pode-se dizer que a diferença entre os dois programas é que num os concorrentes são humilhados e gozados de livre vontade e no fim podem levar um cheque de 100 mil euros para casa e no outro não, que já estão todos mortos. Eu se fosse da família processava a RTP. A dos cabeçudos então é brutal... mesmo que a ideia fosse antes parecerem cadáveres empalhados, ou sobretudo se fosse essa a ideia.
De volta à TVI lágrimas, discussões que não entendi bem, e Zink partilhando com o país o seu rol de divórcios. Nada contra, tudo livre e consentido, todos vivos afinal. Na RTP o apresentador Maria Elisa (dizia sempre "obrigado", pelo que creio que o deva tratar nesse género) já com cara de morto-vivo anuncia os resultados. "Antes de mais são todos vencedores" bla bla bla "ganhou António de Oliveira Salazar" bla bla bla "dou agora a palavra aos vencidos" bla bla bla.
Falou também vagamente numa sondagem que pode ser consultada aqui (.pdf). Nesta o rapa-tachos não chega a 7%, o que nem é muito grave, em quase todos os países europeus há partidos fascistas com votações desta ordem ou superiores. Mas fica a pergunta, chegaria a 7% se não tivessem sido esbanjados milhões de dinheiros públicos em propaganda ao ditador?
PS: Uma palavra de apreço a Ana Gomes que lembrou depois que a homossexualidade não podia ser referida como uma fraqueza a par do alcoolismo, pois é apenas uma legítima forma de viver a sexualidade humana. Também apreciei o sorriso de concordância de Paulo Portas.
Eis um dos momentos/pérolas apanhados. Clara Pinto Correia sentada numa mesa e exibindo a sua tatuagem, o assunto, não sei porquê, está nas cabras. O apresentador do programa diz que não sabe pastorear cabras, ao que Clara replica perguntando a idade, 29, e logo se nesses 29 se serviu apenas da mãozinha, pois cabras diz desconhecer.
Não se pense contudo que havia algum acréscimo de qualidade em se mudando de canal. De regresso à RTP1 apanhei a meio uma conversa de vaginas (o sr. escusou-se a dizer pénis a seguir, também não sei porquê), depois houve ainda tempo para os "pés mal-cheirosos" do Infante, uma comparação entre alcoolismo e homossexualidade por parte da sobrinha de Pessoa (diz que padecia de ambos, o pobre) e muitos elogios a Salazar. Tinha até claque, e, ó cúmulo do ridículo e palhaçada em que o programa se tornou, havia até cabeçudos, como no Carnaval, representando cada concorrente.
Em suma, pode-se dizer que a diferença entre os dois programas é que num os concorrentes são humilhados e gozados de livre vontade e no fim podem levar um cheque de 100 mil euros para casa e no outro não, que já estão todos mortos. Eu se fosse da família processava a RTP. A dos cabeçudos então é brutal... mesmo que a ideia fosse antes parecerem cadáveres empalhados, ou sobretudo se fosse essa a ideia.
De volta à TVI lágrimas, discussões que não entendi bem, e Zink partilhando com o país o seu rol de divórcios. Nada contra, tudo livre e consentido, todos vivos afinal. Na RTP o apresentador Maria Elisa (dizia sempre "obrigado", pelo que creio que o deva tratar nesse género) já com cara de morto-vivo anuncia os resultados. "Antes de mais são todos vencedores" bla bla bla "ganhou António de Oliveira Salazar" bla bla bla "dou agora a palavra aos vencidos" bla bla bla.
Falou também vagamente numa sondagem que pode ser consultada aqui (.pdf). Nesta o rapa-tachos não chega a 7%, o que nem é muito grave, em quase todos os países europeus há partidos fascistas com votações desta ordem ou superiores. Mas fica a pergunta, chegaria a 7% se não tivessem sido esbanjados milhões de dinheiros públicos em propaganda ao ditador?
PS: Uma palavra de apreço a Ana Gomes que lembrou depois que a homossexualidade não podia ser referida como uma fraqueza a par do alcoolismo, pois é apenas uma legítima forma de viver a sexualidade humana. Também apreciei o sorriso de concordância de Paulo Portas.
3 comentários:
concordo com mto do que foi dito aqui, e também me ri quando o tal sr não conseguiu dizer pénis, ao que maria elisa rematou: já todos percebemos o que quer dizer. lol.
pena eu n ter visto o tal sorriso concordante de paulo portas às palavras de ana gomes, etr-me-ia divertido mais...
http://www.soult.com/eurovision/juryvote2007/leaderboards.shtml#leaderboardsemi
A propósito de votações virtuais, uma sondagem, com base em votações virtuais, dá a Portugal a penúltima posição na Eurovisão e a vitória a ser discutida entre a Grécia e o Chipre... surpreendente!...
Mas será que já ninguém neste país entende de estatística?
Será que em vez de debater quem é para os portugueses o maior português, ninguém fala em amostras auto seleccionadas?
É que este método usado neste caso, nada de científico tem...
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