domingo, dezembro 31, 2006

Bom Ano Novo

Boas Entradas a Tod@s @s que por aqui passam, à Eslovénia no €uro, à Roménia e Bulgária na União e ao Irlandês ao conjunto das línguas oficiais. Boas sementeiras e melhores colheitas. Divirtam-se!

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Já viste isto?


Este anúncio da ILGA Portugal já tem quase dois anos, mas continua uma ternura actualíssima, que devia ter passado mais vezes na televisão. Graças aos sites de vídeo está sempre ao alcance de um click, e não resisti a passa-lo para o novo Sapo vídeos. No YouTube existem várias versões legendadas, em inglês (31,514), em esperanto (593) e em espanhol (61), que juntamente com a versão sem legendas (6,785) totalizam já quase 40.000 visionamentos via internet. Mas certamente que ainda muita gente não o viu, e só perde por isso. 'Bora então mandar um dos endereços por e-mail aos amigos ;)

PS: Em menos de uma hora o anúncio já ultrapassou as 100 visualizações no Sapo!

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Testando o Sapo Vídeos


Já aí está (não sem algum atraso) o auto denominado "YouTube português", em videos.sapo.pt. À primeira vista parece-me giro (embora não esteja a conseguir ver as emissões em directo dos canais SIC). Assapemos então.

PS: Primeira falha grave notada, não há forma de clicando no vídeo ir parar à sua página no Sapo, como acontece com o YouTube... O registo no site também devia ser mais simples, tal aliás como o endereço dos vídeos, o que seria uma vantagem face ao YouTube.

PPS: Para uma melhor comparação:

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Os movimentos contra e a favor do quê?

Isto estava na primeira página do Jornal de Notícias de ontem. E isto mesmo já ouvi dizer ao apresentador do Telejornal da RTP1, José Rodrigues dos Santos. Isto não pode ser tolerado como um resumo legítimo de "movimentos a favor e contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez", porque uma e outra não significam o mesmo. Isto é mau jornalismo, é desinformação, é a subversão do que se referenda. Provavelmente a maioria das pessoas dos movimentos pelo Sim é contra o aborto, no sentido em que nunca abortaria e vê-o como algo necessariamente mau, ao passo que muita gente do Não já abortou e tornará a fazê-lo se achar necessário. O que se referenda é se as mulheres que abortam por opção devem ser sujeitas a perseguições policiais, julgamentos e penas de prisão ou não.

Já agora, esta manchete era sobre as declarações do bispo do Porto, que comparou o aborto à roda dos bebés abandonados. O que os jornalistas (tv, jornais, etc) não disseram é que a roda não era medieval, era usada em Portugal pelo menos até ao século XIX e é usada actualmente (com outra designação e formato) em países como a Alemanha. O sentido crítico do jornalismo português anda tão fraco que estas mesmas declarações foram repetidas até à exaustão, sem que ninguém comentasse o facto do bispo as ter proferido numa igreja às moscas em pleno dia de natal. Isso é que era capaz de dar uma bela reportagem.

domingo, dezembro 24, 2006

Merry Kiss-my-ass


Ele há coisa (exceptuando a homofobia, claro) mais gay que o Natal? "Merry" quer aliás dizer "full of gaiety", pelo que a resposta é não, não há. Não por acaso também, se chama este bloguito "renas e veados", a combinação mais "natalícia logo gay" que se arranjou já lá vão mais de 3 anos. Mais precisamente a 11 de Dezembro de 2003, e com tanta mudança de endereço, perda de arquivos e afazeres vários, a data escapou-se-me, tal como, e de novo, aos gentis leitores. Fica agora a nota, faça-se então a festa. Merry Kiss-my-ass.

sábado, dezembro 23, 2006

Even you, Brits?

Interessantíssima e oportuna sondagem do Guardian. Segundo a qual 82% dos britânicos considera a religião um foco de tensões e divisões, apenas 16% discorda. 63% descreve-se como não sendo uma "pessoa religiosa", incluindo mais de metade dos que se identificaram como cristãos. Apenas 13% participa em algum tipo de cerimónia religiosa pelo menos uma vez por semana, e 43% garante nunca o fazer. O porta-voz da Igreja de Inglaterra veio dizer que "as pessoas agora têm menos tempo, a vida está mais complicada, etc", enfim, uma série de desculpas que não colam. Tal como em Portugal, é hoje mais fácil a qualquer britânico participar de cerimónias religiosas, as pessoas em geral trabalham menos horas, têm mais dinheiro e mais facilidade de transporte, não participam em cerimónias religiosas porque têm melhor com que se entreterem, tão simples quanto isto. Finalmente só 17% considera a Grã Bretanha como um país cristão, 62% defende que é melhor descrita como tendo várias crenças.

Mercadores no templo só de sotaina

A ICAR condena a venda de relíquias de João Paulo 2º, que têm acontecido nos arredores do Vaticano e na internet. Na mesma internet em que o L'Osservatore Romano, jornal oficial da ICAR, promove a venda de segundas edições do número que anunciava na capa a morte ("chamamento divino") do dito papa polaco, por um preço ligeiramente superior (o dobro) ao habitual.

Depois dos Reis, as Rainhas


É já dia 7 que estreia nos EUA a nova temporada da "The L word". O vídeo disponibilizado no YouTube pela CBS teve já mais de 1 milhão de visualizações em menos de uma semana. Esta estratégia da CBS de difundir anúncios e cenas dos seus programas no YouTube parece ter contribuído para uma subida das audiências, mas as TVs portuguesas ainda não aderiram ao conceito, deixando que sejam os espectadores a, ilegalmente, fazerem essa distribuição já depois da exibição do programa... Pode ser que com o prometido YouTube do Sapo se decidam a arriscar. Só espero que o tal "YouTube.pt" seja nos moldes do original, ou seja, sem limitações anfíbias, do tipo, só para clientes. Net is for free, é uma regra de ouro, logo atrás da net is for porn.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Guerra a sério

Parece que vivemos num mundo em que se encara com naturalidade que um homem vestido de saias e dourados vários, com cara de quem não fode e se gaba disso, condene e ataque continuamente aqueles que amam alguém do mesmo sexo. E não é que vivemos mesmo? O sobrenatural deve ser isto.

PS: Há no mundo 9 países que condenam a homossexualidade com a pena de morte (e apenas 5 que permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo), sobre isto nunca falou, nem falará, o papa. Mas também não será isso a afastar do polvo vaticânico milhares de gays e lésbicas que lá militam... Bentinho conhece os mecanismos do auto-ódio, e sabe bem o quanto pode esticar a corda, e não é pouco.

O Público continua a errar, e cada vez mais

Ainda a "Guerra ao Natal", coisa inventada no ano passado pelos neo-cons americanos para ofuscar a Guerra no Iraque, mas que os neo-cons portugueses só conseguiram imitar este ano, guiados por esse farol do jornalismo beato que é o L'Osservatore Romano. Ora o púlpito do mais reluzente neo-conismo luso é o jornal Público, que por estes dias continua a promover e difundir uma alegre mistura de factos descontextualizados, opiniões, invenções e paranóias que visam provar essa gigantesca conspiração internacional anti-Natal (sendo que "Natal" para o Público refere-se exclusivamente ao nascimento daquele palestiniano milagreiro que terá vivido há +/- 2000 anos, apesar dos traços comuns com milagreiros anteriores - gregos e outros - sugerir que seja mera versão palestiniana do mito original).

Mas se na América os culpados da "Guerra ao Natal" eram os judeus, para os nossos neo-cons a culpa é dos muçulmanos supostamente ofendidos (coisa bizarra, dado que também o Islão dá crédito ao milagreiro referido), mas sobretudo da laicidade e de quem a defende, pois claro. Na verdade as "proibições" que se lêem no Público são na sua maioria não-celebrações, ou seja, não sujeição a este clima de obrigatoriedade de festejar o nascimento do crucificado oriental. É precisamente para isso que serve a laicidade, para libertar as pessoas de imposições religiosas, para tornar o estado neutro, e cada um, livremente, decidir por si se quer acreditar ou não em estórias da carochinha, e qual a que mais lhe agrada.

O que o Público não questiona, e talvez fosse oportuno questionar, são os gastos das autarquias portuguesas com a histeria natalícia. Autarquias que muitas vezes não conseguem servir todos os seus cidadãos de água ou saneamento, mas que estão sempre prontas a largar largos milhares de euros em presépios gigantes de peluche imprudentemente largados em rotundas ou beiras de estrada. Mas a agenda do Público é outra, e vai daí temos que levar com o choradinho do católico perseguido - os desgraçados.

Sobre tudo isto a não perder os posts do Diário Ateísta, nomeadamente «A Guerra continua, Cristo no meio da rua!» do Ricardo Alves.

Orgasmo Global pela Paz

Que melhor forma de celebrar o Solstício de Inverno? [via] Mas façam-no com segurança, seguindo por exemplo os bons conselhos da F:S, uma das várias publicações gay, disponíveis em PDF na web, que adicionei à barra de links, esta é especificamente sobre a saúde dos homens homossexuais. Enjoy! - os links, o solstício e os orgamos, claro.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Também não há lugar para os gays nos presépios

Ainda ontem comentava com um amigo que vi recentemente uma exposição de presépios onde imperava a diversidade étnico-racial, de figuras africanas a trajes madeirenses (menino incluído), passando por figuras caricaturais, de enormes orelhas. Os materiais também eram os mais diversos, incluindo o chocolate. Claro que a regra "casal hetero mais o menino" era inviolável. Isso mesmo comentei, todas as alternativas raciais eram aceites com naturalidade, mas que aconteceria se houvesse um com dois Josés? O caso do parlamento italiano mostra que nem seria preciso ir tão longe para cair o carmo e a trindade, basta que haja homossexuais entre os pastores.

Sobre esta temática (dos presépios alternativos) não percam ainda este post, genial!

Do 8 ao 80

«O juiz Pedro Albergaria reconhece no entanto que a violência entre homossexuais tem expressões tenebrosas.

A ILGA diz o mesmo e lembra que a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima já recebeu várias queixas referentes a casais do mesmo sexo.
»
Não é nada disso que diz o juiz, o que ele diz é que a violência contra os homossexuais tem expressões tenebrosas. É praticamente a única coisa acertada que diz e logo vem a SIC distorcer as coisas... A citação correcta:
«Em quarto lugar, e contíguo ao que acabei de afirmar, estou certo que a violência sobre os homossexuais assume, entre nós como em outras latitudes, expressões bem tenebrosas e não menos sinistras. É bem conhecida a realidade urbana de grupúsculos de delinquentes, geralmente adolescentes, que não arranja outro modo de afirmar a sua masculinidade que não seja através da sistemática agressão sobre quem escolheu uma orientação sexual diferente da sua.»
"Escolheu uma orientação sexual" é que é mais giro do que acertado. Quando é que o sr. Albergaria escolheu ser hetero? E porquê? Que prós e contras pesaram na sua decisão? Morro de curiosidade...

Entretanto têm saído muitas notícias sobre esta polémica, felizmente em geral mais rigorosas que a da SIC on-line, é ver no Google News e estar atento aos telejornais que também devem falar no caso.

À atenção do senhor que não acredita em violência doméstica homossexual

Esta reportagem do Correio da Manhã. [Ignore-se só aquela parte dos "talibãs homossexuais", há gente que usa cada segundo de atenção mediática que se esforça por conseguir para atacar o movimento a que diz pertencer... o que é que se há-de fazer?] Ver também este artigo do Público sobre o estudo da Universidade do Minho a esta triste e silenciada realidade. O estudo propriamente dito creio que não está on-line.

Para que é que precisamos de juízes? Justiça popular!

Ainda não tinha digerido os excertos de um bonito parecer escrito por alguns dos nossos ilustres juízes, e já o Miguel desenterrou mais literatura judicial para alegrar a quadra. Pelos vistos falta consenso na questão do reconhecimento legal da violência doméstica entre homossexuais porque "os portugueses são contra o casamento", o que por si só retira legitimidade ao novo Código Penal. Mas não seria melhor perguntar o que pensam os portugueses sobre o reconhecimento ou não da violência doméstica fora do casamento?

E já agora, será que o Código Penal deve mesmo guiar-se por consensos populares? Assuntos "fracturantes" como a abolição da pena de morte deviam ser sujeitos a referendo? Conhece o senhor juiz as sondagens feitas sobre esse assunto? Será que devíamos viver como se nunca tivéssemos saído do século XIX? Será que há consenso popular na forma como são seleccionados os juízes actualmente? Enfim, perguntas que me ocorrem quando leio tão belas prosas...

A cegueira ideológica da Associação Sindical de Juízes

Leio e pasmo. A associação que representa os magistrados do país esqueceu as uniões de facto? Não é capaz de perceber o claríssimo artigo 152º do novo código penal? A homofobia é tal que não concebe sequer que casais homos e heteros tenham em comum alguns defeitos? Só faltou terem escolhido um palanque do CDS-PP (qual Ordem dos Médicos) para fazerem a exibição pública das suas fraquezas intelectuais... Bom, se ainda houvesse dúvidas, ficou explicada a sentença do caso Gisberta. É a justiça que temos, não espanta que no Eurobarómetro mais recente sejam os portugueses os mais preocupados com a dita cuja. Quando não há é quando se sente a falta que faz.

terça-feira, dezembro 19, 2006

"And I close my guard, the rest is bullshit"


«Brazilian Jujitsu? It's like the GAYEST sport there is.»

Era isto que deviam escrever nos maços

62% dos jovens portugueses a favor do casamento homossexual

É uma percentagem ENORME! Foi calculada em 2001, e creio que este Eurobarómetro especial passou completamente ao lado do país, até porque só está disponível no site da UE em francês. 62%! Políticos de Portugal ponham os olhos nisto, são os vossos futuros e actuais eleitores (as idades estão entre os 15 e os 24). Em 1997 eram já mais de 50% os que concordavam a legalização do casamento, pelo que se verifica um crescendo favorável à medida. Isto já estava escrito no post anterior, mas merecia destaque especial. 62%, insisto.

Eurobarómetro 66: casamento pela Europa fora

Portugal 29%, bem abaixo da média da União, e a léguas da média dos países que já têm casamento (Países Baixos, Espanha e Bélgica). «One has to remember that homosexual marriages (or similar union between to persons of the same gender) are allowed in the Netherlands, Belgium, Spain, Sweden and in the UK.» Isto diz o relatório, mas esquece a Dinamarca, que foi quem primeiro legalizou o "quase-casamento". Ou seja, a sondagem mostra claramente que os níveis de aceitação são maiores nos países onde o dito casamento, ou quase, já é realidade. Pode-se até deduzir que essa aceitação é crescente - atente-se a Espanha, onde essa legalização é mais recente.

De qualquer modo há uma "subida" de 10% face à sondagem da Católica de Outubro último, embora ainda longe dos 35,3% da Aximage em 2004. E sobretudo longe do Eurobarómetro 47.2 (de 1997), onde estas mesmas questões foram feitas aos jovens entre os 15 e os 24 anos (página 85), sendo que 50,3% dos portugueses se pronunciou favorável ao casamento, e 32% favorável à adopção. Em 2001, o Eurobarómetro 55.1 (página 105), indicava que a percentagem de jovens portugueses favoráveis ao casamento subira para 62%, enquanto que o apoio à adopção se situava nos 29%.

E tudo isto sem quase se falar no assunto. Agora imaginem por um segundo se acaso algum partido defendesse a sério esta medida? [E se calhar também dava jeito que algumas Opus (anti-)Gay que para aí andam serenassem os seus ataques ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Tipo, já que não fazem nada de útil ao menos não atrapalhem, ok?]

Mas o Eurobarómetro 66 tem vários outros dados dignos de atenção. No capítulo da importância da religião na sociedade Portugal está próximo à média europeia e ao valor verificado na vizinha Espanha, 50% consideram a religião "muito importante".

Já em relação à concordância com a afirmação «Mais igualdade e justiça, mesmo que isso signifique menor liberdade individual», são nada mais nada menos que 80% os portugueses que se mostram favoráveis, e que lideram isolados a tabela europeia (na Espanha a percentagem é de 66% e nos Países Baixos, os últimos da lista, 46%). Para mim, mais igualdade e justiça levam precisamente a uma maior liberdade individual, pelo que a afirmação é algo tonta. Mas mostra bem o quão valiosos são estes valores, de igualdade e justiça, no país, pelo que o que falta é mostrar que a luta pelo casamento homossexual é uma luta por maior igualdade e justiça, precisamente.

Finalmente um dado de que nos podemos orgulhar, depois dos suecos, são os portugueses que mais concordam que o contributo dos imigrantes para o desenvolvimento do país é muito elevado, 66% (79% na Suécia, 53% nos Países Baixos e apenas 40% em Espanha).

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Invasão em 10, 9, 8...

Quando o jornalismo sério parece ser proibido

É o que ocorre quando se vêem coisas como esta publicadas. Comecemos pelo título "Quando festejar o Natal é proibido", estão a pensar no Afeganistão ou na Coreia do Norte? Desenganem-se, o cenário deste bonito folhetim de natal do Público é o Reino Unido, a Espanha, os Estados Unidos e até o pequenino Portugal. Veja-se o primeiro parágrafo:
«Festas de Natal proibidas numa escola em Saragoça (Espanha) para não ofender crentes não-cristãos, empresas que não querem festas natalícias no Reino Unido, árvores de Natal removidas e depois recolocadas no aeroporto de Seattle (EUA) na sequência de polémicas sobre as decorações. O Natal, festa que comemora o nascimento de Jesus Cristo, está a ser limpo da sua raiz, com argumentos como o pluralismo e a laicidade.»
É o salve-se quem puder! Ou talvez não. As "festas de Natal proibidas numa escola em Saragoça" afinal não são várias, mas apenas uma, e não foi proibida, simplesmente não foi realizada. O que o Público não diz é que a escola tem sido atacada por todos os lados por esta simples não celebração. Caso para dizer, quando festejar o Natal parece ser obrigatório.

As empresas que não querem festas natalícias no Reino Unido não são nomeadas na "notícia" do Público, que cita o The Sun - cada vez mais o equivalente britânico ao Público. Mas olhando de forma não ingénua para a coisa, concluiremos que os custos e a sujidade que costumam resultar destas festas, tradicionalmente regadas com muito álcool, serão as causas dessas recusas, e não qualquer pudor religioso - que de religioso pouco ou nada têm as ditas festas em terras de sua majestade.

As árvores de Natal do aeroporto de Seattle foram recolocadas, como diz o Público, e as "polémicas", como se lê em seguida, eram afinal um mero pedido para que o aeroporto usasse também decorações alusivas Hannukkah, que foi mal interpretado - incompetência, nada mais.

Finalmente a "festa que comemora o nascimento de Jesus Cristo" que está a ser "limpa da sua raiz", quem diria? Por acaso as raízes do Natal estão longe de serem cristãs, cristã foi a apropriação de celebrações invernais com múltiplas origens, razão pela qual alguns símbolos pagãos são vistos hoje como "cristãos", porque natalícios - a árvore, por exemplo. Isto é tão verdade que no Reino Unido, e também em Boston, o Natal já foi efectivamente proibido, mas pelos cristãos, no século XVII, que o repudiavam (violentamente) pelas suas origens pagãs.

O Natal de cristão nunca teve muito, e no nosso tempo é sobretudo a festa do consumo e do espírito de solidariedade forçado, celebrada de Roma a Tóquio ou Banguecoque. A mim, como ateu, não me ofendem nada as iluminações ou árvores natalícias, até lhes acho alguma graça quando aparecem em Outubro, embora em Dezembro já andemos todos fartos. Choca-me, isso sim, que na escola pública crianças sejam obrigadas a declamar versos como «Eu sou a escrava do Senhor; que se cumpra o que me disseste.», quando provavelmente nunca lêem nenhum discurso sobre os princípios da nossa República. Choca-me é este jornalismo panfletário e alarmista, que ainda por cima não passa de uma repetição tosca da "war on christmas" inventada pelos neo-cons americanos no ano passado, para ofuscar a verdadeira guerra (promovida por cristãos) no Iraque.

E para provar que aqui no renas não temos nada contra o Natal, deixo duas sugestões bem natalícias:

1) Importe-se a Santa Speedo Run para Portugal! Já aqui tínhamos falado desta corrida tradicional de Boston, e não desistimos enquanto não for transposta para as ruas do Porto.

2) Caganer do Bentinho, se querem mesmo fazer um presépio, façam-no com estilo. E este ano o caganer da moda é do Bento!

E já agora, um bom Natal.

domingo, dezembro 17, 2006

Por falar em votações inúteis

«O Movimento Independente de Cidadãos (MIC), do socialista Manuel Alegre, vai fazer um referendo interno para decidir a posição pública a assumir sobre a despenalização do aborto, foi hoje anunciado.»
Parece-me cada vez mais claro que a grande conquista deste movimento, além dos inchaços de ego do sr. Alegre, será o esvaziamento das palavras "independente" e "cidadania" de qualquer sentido...

É você, que o seu voto não nos agrada

Depois de lançar esta votação aos seus leitores on-line, a revista Time optou por decidir que a "pessoa do ano" é "você", ou seja, os internautas, aqueles que "controlam a era da informação", aqueles que se dão ao trabalho de participar em votações on-line, mesmo que esse voto afinal não sirva para nada...

sábado, dezembro 16, 2006

Contribuir com os meus impostos para financiar julgamentos e perseguições policiais de mulheres por fazerem algo legal no resto da Europa? Nunca mais!

Este cartaz do Bloco de Esquerda está excelente (via Devaneios), uma óptima resposta à mais recente demagogia do Não. E se o Não quer discutir finanças é melhor refazer as suas contas: perseguições policiais, julgamentos, tratamentos hospitalares devidos a abortos clandestinos, morte prematura de contribuintes devido ao aborto clandestino... façam lá as continhas e depois vão reler a pergunta do referendo s.f.f., é que não é isso que está em causa. Já sabíamos que estavam mal no português, mas na matemática não estão nada melhor...

Bush diz-se feliz com gravidez da filha lésbica de Dick Cheney

Procurando no Google News em português encontra-se esta notícia em vários sites brasileiros, num angolano e num suíço. Porque é que isto não é publicado em Portugal?

PS: Obviamente que num "mundo ideal" isto não seria notícia, porque não se fariam notícias a partir da vida privada das pessoas... Mas esse não é o nosso mundo, e não é certamente essa a regra da imprensa portuguesa. Aliás, foi a própria Mary Cheney a tornar pública a sua gravidez. Não se percebe por isso o silêncio em Portugal.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Melhor estratégia de campanha: façam campanha!

Eu sou sensível à argumentação do Eduardo, mas também o sou em relação à da Cris, e sobretudo concordo com cada linha do Miguel. É claro que há discursos que funcionam melhor com determinadas pessoas do que outros, e há até discursos que podem ser contraproducentes com algumas delas. Mas parece-me que a maior falha é quando não há discurso algum, e foi isso que fez com que se perdesse o referendo de 98.

Desta vez as coisas pareciam estar melhor encaminhadas, o PS parecia muito mais empenhado e convicto, e no PSD as vozes pelo Sim multiplicaram-se. Só que entretanto o PS tem recuado, e o que vemos é uma sua deputada a apresentar um livro pelo Não. O Não tem, graças à igreja católica, essa vantagem única de fazer a campanha chegar a rigorosamente todas as aldeias do país. Tem também muito mais dinheiro para investir na coisa, há mesmo bancos pelo Não. E tem meios de comunicação social de todos os tipos em propaganda declarada a nível nacional: Rádio Renascença, Correio da Manhã e o programa Ecclesia diariamente na RTP2. O Sim tem zero. E na comunicação social local e regional a coisa é ainda pior.

É certo que as sondagens são todas favoráveis ao Sim, tal como eram em 98. O que falta é arrastar esse Sim até às urnas. O que falta é fazer campanha, seja qual for o formato ou discurso. Há que lembrar continuamente o referendo: 11 de Fevereiro! E há que ir para a rua, que a internet é muito engraçada, mas é passatempo para meia dúzia, meia dúzia de votos já decididos e contados há muito. Vivemos num país onde se encara com total naturalidade que a escola pública, da primária à reitoria da maior universidade, seja decorada com presépios. Pior, que as alunas da primária sejam postas a recitar versos como este: «Eu sou a escrava do Senhor; que se cumpra o que me disseste.» - ficar grávida pois então.

São precisos outdoors, são precisos discursos familiares nas ceias de natal e encontros de ano novo, são precisas assinaturas para os movimentos pelo Sim, é preciso que cada um se mexa e fale com quem conhece. É sobretudo preciso que nenhum dos votos sondados falte no dia da votação. 11 de Fevereiro, relembro e relembrarei mil vezes.

Uma família luso-belga


Estava eu à procura no YouTube de vídeos do programa que parou ontem a Bélgica em frente à TV (para já só há este), e achei esta, e várias outras reportagens, sobre um casal homossexual luso-belga que adoptou 2 crianças (as reportagens são da altura em que a lei de adopção estava a ser debatida).

Mandatário do "Não obrigada" em Teerão

Faz todo o sentido de resto. Aprender o negacionismo dos direitos das mulheres é no Irão mesmo. Mas no caso o negacionismo era outro, o do Holocausto. E apesar de ser coisa conhecida e publicada pela comunicação social do mundo inteiro há vários meses, Nuno Rogeiro teve que ir ao Irão para perceber que era disso mesmo que se tratava. Pelos vistos era um de dois portugueses, sendo o outro um neo-nazi. O curioso é que a mesma direita que andou a gritar aos quatro ventos "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" a propósito, nomeadamente, do elogio iraniano à reeleição de Chávez na Venezuela, fala agora em "coragem" de Rogeiro, segundo ele próprio um "amigo do Irão". Recuso-me a usar o ditado reaccionário, mas haja um poucochinho de decência e vergonha na cara, sim?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Delinquente cadastrado ameaça de morte Daniel Oliveira

«Ia eu calmamente na rua, a caminho de mais uma reunião, quando fui abordado por um sujeito. Perguntou-me se eu sabia quem ele era. Sou distraído e não fazia a mais pálida ideia. Lá me desculpei e respondi que não. Sem ter aberto mais a boca, o sujeito explicou-me que tencionava arrancar-me a cabeça e partir-me todo, caso eu voltasse a escrever sobre ele (sic). No meio de vários insultos (todos envolvendo a orientação sexual que ocupa de forma obsessiva a imaginação destes rapazes) e de uma simulação de como me tencionava agredir, com alguma teatralização mímica e risos orgulhosos, apresentou-se: Mário Machado. E para eu passar a ter cuidadinho na rua. Sem que nunca lhe tivesse respondido, e para me prevenir em relação a situações futuras, pedi ao jovem que me acompanhasse à esquadra mais próxima (do outro lado da rua) onde apresentei queixa por “ameaça de morte” e “ameaça de agressão”. Em frente à polícia, e como os seus amigos costumam fazer com os imigrantes que vão espancando, o rapaz ainda fez menção de apresentar ele queixa contra mim. Acabou por não o fazer. E assim passei o meu fim de tarde de segunda-feira: a preencher uma queixa na polícia contra um delinquente. Não é o que se espera de um fim de tarde de um bloquista. Mas, pronto, tenho de aceitar: às vezes não chega intervir no meio social.»
O agressor tem beneficiado da brandura que por vezes se abate sobre alguns tribunais portugueses na hora de sentenciar crimes violentos, e anda por aí à solta a fazer a única coisa que sabe. Este é o mesmo indivíduo que uma vez surgiu alegremente nos ecrãs da RTP a exibir uma arma ilegal, tendo sido detido no dia seguinte. Está também associado a um partido ilegal, mas ainda não ilegalizado. Os tribunais estão à espera exactamente do quê? Sangue já há, e há muito. Que não corra mais era suposto ser um objectivo da Justiça.

Nós e a Finlândia

Eu bem tentei lançar a ideia da Noruega, mas o país está mesmo é cismado na Finlândia, passada que está a febrita iberista. E logo à noite a RTP passa a reportagem "Nós e a Finlândia", onde se tecerão comparações entre os dois países. Daqui lançamos mais algumas: Folha de dados da Finlândia, do site do ministério dos negócios estrangeiros, Embaixada da Finlândia em Lisboa e finalmente o site oficial do turismo finlandês - tudo isto em português. Procurem no Google finlandês por "Portugali" (Portugal em finlandês) e tirem as conclusões.

PS: Outra que me lembro de ter lido algures há algum tempo já, era a do preço das chamadas de telemóvel, muito mais altas em Portugal, apesar do poder de compra ser muito inferior ao finlandês, e dos custos de manutenção das redes serem muito mais altos nesse país, devido à maior área e menor população e ainda à neve. Coisas!

PPS: Uma comparação mais equilibrada é a do death metal para crianças. Se a Finlândia tem os Lordi, Portugal conta com os Moonspell.

350.000 criminosas à solta

Quem vai pagar as novas cadeias em caso de vitória do Não?

Afinal era do soja

Malta, fomos apanhad@s! A direita americana descobriu o segredo do nosso plano para gayzificar o mundo: alimentar as crianças com soja para que se tornem gays. («Soy sauce is fine. Unlike soy milk, it's perfectly safe because it's fermented, which changes its molecular structure. Miso, natto and tempeh are also OK, but avoid tofu.») Upps, que fazer agora? Plano B, óleo de fígado de bacalhau?

PS: Pensando melhor, promover cultos evangélicos é capaz de dar mais resultado... Hmmm...

terça-feira, dezembro 12, 2006

Pedagogia para o Google

Conselho Económico e Social da ONU aprova estatuto consultivo para 3 organizações LGBT

Uma excelente notícia. Há que tempos que se andava a reivindicar isto, mas levando negas constantes dos EUA e países subdesenvolvidos. Os detalhes da aprovação no site oficial (onde se fica a saber que a Guiné-Bissau se absteve e a Rússia votou contra, entre outros). E as três felizes contempladas são: a ILGA Europe, que tem associadas portuguesas, a Lesben- und Schwulenverband in Deutschland (LSVD) da Alemanha e a Landsforeningen for Bøsser og Lesbiske (LBL) da Dinamarca. Parabéns!

PS: Este marco histórico poderá abrir as portas a outras organizações, como a neerlandesa COC Nederland, a mais antiga organização LGBT do mundo, tem exactamente a idade da ONU, e cuja candidatura ao Conselho será discutida no próximo ano.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Portuguese Gay Villages

De link em link fui parar ao artigo da Wikipédia sobre Vauxhall, cidade no Sul de Londres que de acordo com a BBC alberga a maior comunidade portuguesa do Reino Unido. Os dados não são os mais actuais, segundo notícias recentes o número total de portugueses no Reino Unido é já bem superior ao de britânicos em Portugal. Mas o que achei curioso foi descobrir que Vauxhall alberga também uma cena gay cada vez mais pujante, merecendo até o título de Gay Village.

Lembrei-me logo de P'Town, Massachusetts, EUA (e de que li primeiro n'Os Tempos que correm). Cidade onde 22,6% dos habitantes é descendente de portugueses, e que é também uma das mais conhecidas Gay Villages dos Estados Unidos.

Segundo a Wikipédia há ainda uma outra Gay Village portuguesa, o Príncipe Real em Lisboa. Alguém confirma? (Ou corrige a wiki...).

3 boas novas para começar a semana a sorrir

1) O ataque à legalidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo no Canadá caiu em saco roto. Era previsível, era aliás o que queriam os conservadores, como antevi em Janeiro.

2) Não vejo a morte de Pinochet exactamente como uma boa notícia, pois afinal era já inofensivo e desta forma morre sem condenação. Mas que isso deixe Tatcher entristecida só nos pode aquecer o coração com sentimentos típicos da época. Poor Maggie...

3) Ironias polacas. O mais conservador, católico, nacionalista e populista governo da União Europeia enfrenta uma grave crise fruto de um escândalo, oh surpresa, de natureza carnal. Bastante carnuda aliás, já que Aneta Krawczyk garante ter subido na carreira à custa de se deitar com o ministro da agricultura e um deputado - desconhece-se se em simultâneo. Como se já não lhes bastasse ter um primeiro-ministro bicha.

domingo, dezembro 10, 2006

Homem de 4 anos acusado de assediar sexualmente a sua professora

Foi em Bellmead, Texas. E escrevi "homem" porque se às 10 semanas já são crianças, aos 4 anos (+ 9 meses) estão bem em idade de serem perigosos violadores.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Jogo de Espelhos

Desde a passada sexta-feira que tenho adiado escrever sobre o documentário exibido pela RTP1, "Jogo de Espelhos" de Margarida Metello, sobre Gisberta, o seu assassinato e seus assassinos. Eu gostei muito, sóbrio, completo e capaz de dar a voz a todos os intervenientes e um rosto à vítima. Assim ficamos a saber que não é homicídio segundo a lei portuguesa se o corpo, que julgámos cadáver, ainda estiver vivo no momento de o atirarmos à água, com intenção de oculta-lo e não de mata-lo por afogamento. Isto porque não houve premeditação. Curiosa teoria se confrontada com a letra do rap mostrado no documentário, do grupo "The Gang", em que se prometiam varridelas das ruas, que incluiam a morte de "gunas e paneleiros". Este foi aliás o ponto mais revelador do documentário, eu que segui o caso com relativa atenção, nunca tinha ouvido isto e não imaginava que o grupo fosse organizado ao ponto e ter um nome, "The Gang", e de ter um discurso claramente de extrema-direita.

Este "The Gang" é fruto de um dos muitos orfanatos portugueses, dos quais pouco ou nada sabemos. As descrições do funcionamento da Oficina S. José foram arrepiantes. Milhares de crianças neste país vivem neste tipo de instituições, e é como se vivessem num universo paralelo, pouco se sabe e poucos se interessam. Não sabemos sequer o nome das instituições, só quando alguma tragédia por lá se passa é que os nomes chegam aos jornais e manchetes.

Bom, não há regra sem excepção. A Ajuda de Berço é uma dessas excepções, apesar da pequena dimensão (segundo o site oficial tem apenas 5 quartos), é imbatível no que toca ao mediatismo positivo. E é também a menina dos olhos dos movimentos pelo Não, que sempre a apontam como o seu grande feito (lembro que esta instituição nasceu destes movimentos depois de 1998). A lista de apoios, disponível no seu site, impressiona: RTP, SIC Mulher, Câmara Municipal de Lisboa, Swatch, Jogos Santa Casa, Pingo Doce, Montepio Geral, Banco Espírito Santo, Gelados Olá, Casino Estoril ou Patriarcado de Lisboa, entre vários outros. Sem esquecer, é claro, o Ministério da Segurança Social e do Trabalho.

Uma autêntica máquina de marketing, que conta ainda com uma linha telefónica de valor acrescentado, para donativos, ou venda de bonecos. Contraste absoluto com instituições que albergam muito mais crianças, mas que são completamente desconhecidas pela opinião pública. Mérito, é claro, a quem gere esta instituição. E provavelmente consequência natural de ser fruto de uma campanha política. Que de resto se mantém, no mesmo site encontramos ainda, logo na página principal, uma sugestão radiofónica, a Web Rádio Católica, "a primeira rádio pró-vida em Portugal" (sic).

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Plataforma Não Obrigada

Releio, mas continuo confuso. Sobretudo depois de ler isto. Afinal, antes obrigada que abortadeira. Deveria portanto ser "Plataforma Não, Obrigada". Mas isto levantaria outras dúvidas. O agradecimento parte de quem? E a quem é dirigido? Bom, parte de uma mulher, "obrigada", que agradece, mas rejeita, a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, subentende-se. Assim como, "Quer um bolinho? Não, obrigada.". Só que a despenalização não é um bolinho. Mas mesmo que tenhamos o mau gosto de o ver assim, como um bolinho, ele só é oferecido a quem aborta. Ou seja, não se trata de um "Quer abortar? Não, obrigada.". É antes um, "Abortou e não deve ser criminalizada por isso.". E respondem, "Não, obrigada."? Ou seja, quer ser criminalizada, é isso? É que minha amiga Plataforma, se não quer abortar é fácil, não aborte. E se abortando quiser ser criminalizada por isso, seja por favor mais clara na mensagem e dirija-se a quem de direito, pode ser mesmo a esquadra da área de residência, "Abortei, prendam-me e obrigada". Mas acima de tudo, deer Plat, ponha a porra de uma vírgula no nome, é que assim começo mesmo a desconfiar que só sendo obrigada alguém daria a cara por tal coisa.

Nos bares de alterne basta comprar uma bebida e a menina não é sorteada, é certa

«Ou então ligue 800 XXX XXX e habilita-se a ter a adaptação (serviço de troca do redutor) feita por uma miúda do gás.» E suponho que o último a ligar seja paneleiro, pelo que terá que levar com um miúdo da bilha. Via Womenage a Trois.

terça-feira, dezembro 05, 2006

O irlandês será a 21ª língua oficial da UE a 1 de Janeiro próximo


Além do búlgaro e do romeno, em virtude do novo alargamento a Leste, também o irlandês se juntará ao lote de idiomas oficiais da União Europeia em 2007. E digo irlandês porque o termo "gaélico" é usado para designar diferentes línguas celtas, incluindo o gaélico escocês ou o irlandês. Esta é uma óptima notícia para a primeira língua oficial da Irlanda, embora esteja hoje longe de ser a mais usada. A extinção chegou a parecer certa, mas medidas recentes de incentivo ao uso e aprendizagem estão a fazer ruir essas certezas. A oficialização a nível europeu é mais uma machadada nesse fatalismo. Claro que não faltará quem diga que será também uma machadada no orçamento da União. Ou a apontar a injustiça de línguas com muito mais falantes dentro da UE, como o árabe, o russo ou o catalão, continuarem à margem (quem quiser pesquisar sobre o tema tem na Wikipedia a melhor porta de entrada). E isto tudo veio a propósito desta belíssima curta-metragem que descobri no Chuza!.

"Sandes" por Veados Com Fome


Pergunta ingénua, haverá neste país banda com um nome mais giro? É que nem os Mão Morta! E ainda por cima rockalham de modo a fazer jus ao nome.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Pausa publicitária


Para ver mais uma campanha do tipo "bonzões seminus a trabalhar". Esta é da Reversa, uma marca de cremes para a pele canadiana, e pode ser escutada em inglês ou em francês do Quebeque.

O regresso à roda

«Os berçários para recolha de bebés abandonados, onde mães desesperadas podem deixar os recém-nascidos, já existem há seis anos na Alemanha mas continuam a ser controversos, sobretudo porque tudo decorre no anonimato. A primeira "Babyklappe", nome alemão que se atribuiu a estes berços, surgiu em Abril de 2000, em Hamburgo, e o Sternipark, associação de apoio à infância que a lançou, diz já ter salvo a vida, desde então, a 25 recém-nascidos.

O sucesso da "Babyklappe" em Hamburgo - entretanto já há duas na grande metrópole - teve repercussões, e já existem 78 berçários do mesmo género em toda a Alemanha.


(...) continuam a aparecer todos os anos, na Alemanha, 20 bebés abandonados mortos. "No entanto, nas zonas onde existem berçários para recolha de bebés abandonados, o número destes trágicos casos diminuiu significativamente", acrescentou o mesmo responsável.»
Desconheço os números portugueses, que provavelmente não serão sequer contabilizados oficialmente, mas no mínimo não ficam longe dos números alemães de 20 bebés abandonados por ano - a diferença maior está na população alemã, 8 vezes superior à portuguesa. Caixote do lixo, rua, rio, vivos ou mortos, as notícias estão sempre a aparecer nos jornais.

Em Portugal já houve "berçários", chamavam-se "casas da roda". Os bebés podiam ser deixados de forma anónima numa plataforma voltada para a rua, que sendo rodada levava o bebé para o interior, sem que ninguém visse o rosto de quem o colocou lá. Muitos destes bebés levavam o sobrenome "Exposto", nome também dado a estas casas. Tudo isto terminou há muito, mas não faria sentido voltar? (exceptuando o sobrenome, que servia apenas de estigma).

Os opositores na Alemanha dizem que os berçários "não salvam crianças e, ainda por cima, fazem com que haja mais crianças abandonadas". Será mesmo assim? E pondo a hipótese de ser assim, será preferível uma situação em que as pessoas só não abandonam os seus filhos por não haver forma anónima e legal de o fazer?

A secretária de Estado adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, desafia a sociedade civil a debater a questão. E tal debate parece-me urgente e oportuno. Não só temos números de abandono semelhantes a países muito mais populosos, como ainda vivemos num país onde uma vez grávida, não resta à mulher outra alternativa legal que a de levar a gravidez até ao final (salvo raras excepções).

Casamentos pioneiros

Tony Halls e Vernon Gibbs casaram na passada sexta-feira na Cidade do Cabo, África do Sul. Os noivos, que adoptaram o sobrenome Halls-Gibbs, dedicaram o seu casamento a todas as vítimas do HIV e da discriminação homofóbica. Amantes da natureza, casaram com as roupas que vestem usualmente na Arendhoogte Guest Lodge, que gerem.
Sabrina Rivera e Ángela Idoate são as primeiras mulheres transexuais e lésbicas a casar em Espanha. "Simplemente, somos otra forma de familia", disseram as noivas. A celebração ocorreu sábado em Madrid.

sábado, dezembro 02, 2006

Quem deixou que a Floribella tramasse o Noddy?

Parecia que mais dia menos dia ia acontecer, mas não pude deixar de sentir um baque no estômago quando ao entrar no hipermercado vejo que os Noddys de peluche, os Noddys de borracha, as chávenas do Noddy, os Noddys insufláveis e até os livros e escovas de dentes do Noddy haviam sido substituídos, sem dó nem piedade, por parafernália idêntica, mas da Floribella. Só faltava mesmo o papel higiénico, único produto que consideraria comprar.

O Noddy ensinava as crianças a falarem inglês e o que ensina a Floribella? De todas as vezes que apanhei cenas da personagem das duas uma, ou estava a insultar/gritar com alguém, ou a mentir ao patrão que também quer engatar. Fora da série vende roupa, "peçam ao pai-natal as roupinhas quentinhas da Floribella, mas só se tiverem a etiqueta original". E as mães e pais deste país não a odeiam? O que mais falta?
A minha esperança na vingança fria que se impõe está depositada por inteiro no Bob, o construtor. E acho que não me vou desiludir...

PS: Por falar em programação infantil, daqui a nada vai começar o Festival Eurovisão da Canção Júnior, pela primeira vez com um concorrente da RTP. Eu não simpatizo nada com concursos de talentos infantis, tantos os casos de talentos júniores que viram traumas seniores, mas a verdade é que a canção portuguesa desta noite é bem melhor que as mais recentemente levadas à Eurovisão senior, nomeadamente aquela esganiçada há uns anos pela rapariga hoje conhecida como Flor.

Um Sim que mexe


1) O Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim já tem blog.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Guy Love


Da comédia "Scrubs".

Dia de ficar no sofá a ver a RTP

A programação da RTP para esta noite promete. Às 22h45 passam "Jogo de Espelhos", uma reportagem sobre a Gisberta. Às 23h40 "O Principal Suspeito", a segunda parte de um policial protagonizado por Helen Mirren, quem viu ontem a primeira parte não vai querer perder o final. E à 1h35 passa "A Era da Sida", um dos vários documentários e programas especiais que vão passar por estes dias na televisão pública, sobretudo na 2:. Mas ainda há tempo para aproveitar o feriado da restauração da independência e ir fazer umas compritas ao El Corte Inglés.